Relatório da Pfizer e BioNTech sugere que vacina é ainda mais eficaz em adolescentes

Foram registrados 18 casos de infecção pelo coronavírus no grupo placebo e nenhum entre os jovens que receberam a vacina.
Crédito: Justin Tallis (AP)

Após permanecer por meses no topo da lista de países com o maior número de casos e mortes por Covid-19, os Estados Unidos têm surpreendido o mundo com sua campanha de vacinação. Agora, um novo relatório da vacina da Pfizer/BioNTech traz dados ainda mais promissores; no caso, em relação à imunização de jovens.

O ensaio clínico foi realizado com 2.260 adolescentes, com idades entre 12 e 15 anos, que receberam duas doses da vacina com um intervalo de 3 semanas entre elas ou um placebo. De acordo com os resultados divulgados pelas fabricantes, foram registrados 18 casos de infecção pelo coronavírus no grupo placebo e nenhum entre os jovens que receberam a vacina.

Os adolescentes vacinados também produziram níveis de anticorpos muito mais elevados em comparação com os participantes de 16 a 25 anos de um ensaio anterior. Os efeitos colaterais foram leves e similares aos relatados por adultos, embora as empresas não tenham fornecido detalhes.

Apesar da notícia ser muito bem-vinda em um momento em que os EUA se preparam para começar a vacinar toda a população acima de 16 anos e enfrenta um aumento no número de casos de Covid-19, existem alguns fatores importantes que devem ser levados em consideração.

Primeiramente, os resultados foram divulgados pelas próprias empresas em um comunicado e traz poucos detalhes sobre os ensaios clínicos. Além disso, eles ainda não foram revisados por pares e nem publicados em uma revista científica. Há ainda a preocupação de que a vacina não seja tão eficaz contra novas variantes do vírus.

Segundo o New York Times, a Pfizer e a BioNTech pretendem submeter seus resultados a uma avaliação independente e obter um adendo à autorização para o uso emergencial da vacina com o objetivo de começar a imunizar jovens antes do início do ano letivo (que é entre agosto e setembro, nos Estados Unidos). As farmacêuticas ainda afirmam que vão monitorar os participantes por dois anos após a aplicação da segunda dose a fim de avaliar a segurança e eficácia da vacina a longo prazo.

Na semana passada, a Pfizer e a BioNTech começaram outro ensaio clínico da vacina com crianças entre cinco e 11 anos de idade. Na próxima semana, a ideia é iniciar testes com voluntários entre dois e cinco anos para, então, avançar com participantes de seis meses a dois anos. A expectativa é obter os resultados no segundo semestre deste ano para disponibilizar as doses para a população abaixo de 12 anos já no início do ano que vem.

Imunizar os mais jovens pode ser um passo importante para o país, considerando que as pessoas abaixo de 18 anos representam 23% da população estadunidense. Além disso, a vacina pode tornar o processo de reabertura das escolas muito mais seguro.

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Além da Pfizer e da BioNTech, a Moderna também deve divulgar os resultados de seus testes com adolescentes entre 12 e 17 anos nas próximas semanas, sendo que os ensaios com crianças entre seis meses e 12 anos serão finalizados no segundo semestre deste ano. A AstraZeneca iniciou os testes com crianças a partir de seis meses no mês passado, enquanto a Johnson & Johnson afirmou que vai aguardar os resultados dos testes com jovens antes de buscar participantes abaixo de 12 anos.

[The New York Times]

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