Relógio do Juízo Final marca 100 segundos para a meia-noite, e isso não é nada bom

Boletim de Cientistas Atômicos mudaram relógio do juízo final para mais próximo da meia-noite, indicando que os riscos de destruição do mundo estão altos.
Relógio do Juízo Final está a 100 segundos para o fim do mundo
Anúncio do Doomsday Clock. Crédito: Divulgação

Segundo cientistas, nós nunca estivemos tão próximos do fim do mundo.

Nesta quinta-feira (23), o Boletim dos Cientistas Atômicos moveu o ponteiro do Relógio do Juízo Final para 20 segundos mais perto da meia-noite, também conhecido como o fim da civilização. O último avanço foi em 2018, quando o mundo chegou a dois minutos para a meia-noite em meio a ameaças de mudanças climáticas, precipitação nuclear e guerra cibernética.

Desta vez, a situação tornou-se ainda mais urgente, pois os líderes mundiais pouco fazem para resolver a crise climática, apesar dos protestos públicos, e alguns deles (como o presidente dos EUA) saltam em direção a conflitos tolos (como o do Irã) que pode levar à proliferação nuclear, pois tratados e acordos para impedir o seu desenvolvimento desmoronaram.

O Relógio do Juízo Final existe desde 1947, o início da Guerra Fria. Os cientistas que ajudaram a desenvolver as primeiras armas atômicas do mundo decidiram que esta seria uma maneira eficaz de comunicar ao público a ameaça que essas mesmas armas representavam para a humanidade.

A cada ano desde então, o relógio se aproximou cada vez mais da meia-noite. Hoje em dia, temos muito mais do que armas nucleares para nos preocuparmos, e é por isso que o relógio se move tão perigosamente perto da meia-noite.

A mudança climática é uma das principais razões. Os seres humanos viveram simplesmente a década mais quente já registrada. Desastres não naturais parecem não ter fim. E o mundo está pegando fogo. Se isso não for uma prova de que a mudança climática está acontecendo, não sei o que mais precisa acontecer para mostrar isso.

Ao mesmo tempo, as advertências dos cientistas se tornaram cada vez maiores e mais severas. As Nações Unidas divulgaram um relatório no mês passado, observando que as emissões de carbono precisam cair quase 80% nesta década para evitar os piores impactos da mudança climática. Ainda nesta semana, os níveis de carbono na atmosfera atingiram um novo patamar. Mas as recentes conversas sobre o clima não levaram a uma ação séria. E ainda tem os EUA, cujo presidente anunciou que se retiraria do Acordo de Paris oficialmente no próximo ano.

“Apesar desses avisos devastadores, e de repente governos passarem a concordar com muitos cientistas e usarem o termo ‘emergência climática’, suas políticas dificilmente são proporcionais a uma emergência”, disse Sivan Kartha, membro do Boletim dos Cientistas Atômicos e cientista sênior do Instituto Ambiental de Estocolmo, durante o anúncio nesta quinta-feira.

Se os governos levassem a sério a questão da crise climática, começariam a elaborar políticas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e incentivariam outros a fazer o mesmo. Infelizmente, essa não é a realidade em que vivemos hoje.

“Isso não é mera analogia”, disse a ex-presidente da Irlanda Mary Robinson, durante o anúncio. “Estamos a 100 segundos da meia-noite, e o planeta precisa acordar”. Isso é péssimo. Estou me preparando já para o dia do juízo final. Na verdade, essa é minha resolução para este ano, mas eu esperava que não iria precisar de um kit de sobrevivência. Agora que essa possibilidade é mais real do que nunca, eu realmente deveria começar a já pensar no que fazer quando o arrebatamento chegar.

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