[Review] Beats Flex: fone de ouvido da Beats é leve, confortável e mais acessível

Compatível com iOS e Android, fone da Beats entrega sons equilibrados, mas não espere a mesma experiência dos modelos mais caros.
Imagens: Caio Carvalho/Gizmodo Brasil

Os últimos lançamentos da Beats têm posicionado a marca como uma referência no mercado de fones para a prática de esportes. Mas como todo produto da Apple — lembra que a empresa foi comprada em 2014 por US$ 3 bilhões? —, o preço do acessório aqui no Brasil não é lá muito convidativo. É aí que entra o Beats Flex, produto mais barato da Beats que, embora não seja tão refinado quanto outros modelos, é uma ótima opção para quem está de olho em um fone da companhia.

Nos Estados Unidos, ele começou a ser vendido junto com a linha iPhone 12 e custa US$ 50, contra R$ 579 (ouch!) no mercado brasileiro. Nos parágrafos a seguir eu conto como foi minha experiência e se por esse preço vale a pena investir no produto.

Beats Flex

O que é
O fone mais barato da Beats no Brasil, com foco para prática de esportes

Preço
Sugerido: R$ 579. No varejo: em média, R$ 450

Gostei
Excelente autonomia de bateria; som limpo e equilibrado; muito confortável de usar; compatível com Android; tchau porta Lightning, olá USB-C

Não gostei
Sem resistência à água e poeira; não se conecta automaticamente entre dispositivos da Apple

Design

Quando o assunto é acabamento, a Beats (e a própria Apple) são campeãs em trazer formatos extremamente confortáveis para dispositivos vestíveis. E o Beats Flex não foge à regra: ele é um fone do tipo sem fio, mas não totalmente sem fio, já que cada uma das ponteiras é ligada por um cabo maior flexível que abriga dois compartimentos para controlar a reprodução de áudio. Não é o meu design favorito de fone, mas com certeza é mais seguro do que fones true wireless, já que a “cordinha” fica rente à nuca durante a utilização e não fica balançando.

Além de seguro, o Beats Flex é levíssimo. Eu juro que se não fosse por pela haste “Flex-Form” entre um fone e outro, talvez eu nem perceberia que estava usando o produto, uma vez que ele pesa apenas 18,6 gramas. Ele também não pressiona a parte interna do ouvido, mesmo após algumas horas de uso contínuo.

No controle do lado esquerdo, um único botão serve para pausar/pular/voltar em uma música, e um outro botão no mesmo controle é usado para aumentar ou diminuir o volume. Há ainda o microfone integrado e uma diferença muito bem vinda dos demais fones da Beats e da Apple: é o primeiro produto da marca que elimina a porta Lightning em detrimento de uma saída USB-C. Já no controle do lado direito fica apenas o botão de liga/desliga.

Vale citar que, mesmo sendo um fone voltado para atividades esportivas, o Beats Flex não tem resistência à água ou poeira.

Recursos e desempenho

Por ser o fone mais barato da Beats, a empresa teve que deixar de lado algumas especificações de modelos mais avançados. A principal delas é que, em vez do chip H1, que equipa o Powerbeats Pro e Beats Solo Pro, o Beats Flex possui o processador Apple W1, da primeira geração dos AirPods. Isso não quer dizer que ele deixa a desejar em questão de performance, mas sim que alguns recursos legais do H1 não estão disponíveis neste modelo. As ausências mais notáveis são maior eficiência energética, troca automática entre aparelhos da Apple e ativação da Siri apenas por comandos de voz.

Como se trata de um fone de entrada, essas funções ficam em segundo plano — e não há problema nisso. De resto, você ainda pode esperar as mesmas vantagens dos fones de ouvido lançados sob a alcunha da Apple. A maior delas é a conexão instantânea com dispositivos da Maçã. Se você tiver mais de um deles (iPhone, iPad, Mac), a sincronização também é rápida, mas de novo: se precisar trocar entre eles, a ação precisa ser manual. Além disso, quando você une as duas pontas dos fones, a música é pausada automaticamente. Ela volta do ponto de onde parou quando as pontas são separadas, preservando a bateria.

O Beats Flex também quer abraçar os donos de aparelhos Android justamente por serem fáceis de se conectar em tablets e smartphones com o sistema operacional móvel do Google. Eu testei os fones em um Realme 7 Pro, e o pareamento foi bastante rápido. Tem até um aplicativo da Beats para fazer a configuração inicial, mas ele não traz opções de customização. E por ter uma entrada USB-C, é bem provável que o cabo do seu telefone Android faça o trabalho de carregar o acessório. Vá com deus, porta Lightning.

A conexão é estável e não notei nenhum engasgo durante os meus testes. Aqui em casa são algumas paredes entre um cômodo e outro, e mesmo a metros de distância os fones não passaram por interferência, nem perderam a conexão com os smartphones.

É verdade que o Beats Flex é um fone mais esportivo, mas dá para usá-lo tranquilamente dentro de uma rotina de home office. Eu falo isso porque ele dá conta do recado no quesito bateria: são até 12 horas de reprodução contínua, e nos testes ficou por volta disso mesmo. Ligando às 10h00, deixei tocando músicas até às 19h00. Nesse horário, ele caiu dos 100% para 28%. Com mais duas horas de uso até por volta das 21h15, os fones ficaram com 4% restantes.

A recarga também vem com a promessa de ser muito eficiente e veloz. Com apenas 10 minutos na tomada, é garantida carga para 1h30 de reprodução.

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Qualidade de som e microfone

A Beats costuma destacar os sons mais graves em toda a sua linha de fones de ouvido. E no Beats Flex as coisas não são diferentes. Só não espere a mesma potência de modelos mais premium. Na realidade, eu achei que os médios são mais sobressalentes do que os graves, baixos e agudos. Como resultado final, as músicas saem com muito equilíbrio, o que pode não agradar quem curta um som mais acentuado.

Isso não chega a ser um ponto negativo. No entanto, todas as músicas parecem iguais quando comparada a intensidade dos instrumentos. A não ser que o estilo musical mude da água para o vinho, o som de um pop mais proeminente pode soar igual a um pop com menos batidas; um rock mais pesado pode ter um grave maior, mas não chega a ser tão diferente de um rock mais alternativo.

O som é bem limpo e o volume não interfere na qualidade sonora, mesmo em níveis mais altos. Encontrei essas mesmas características no microfone, que não apresentou ruídos em chamadas de voz. Lembrando que o Beats Flex não tem função de cancelamento de ruído ativo para isolar o som.

Vale a pena?

Embora seja apresentado como uma opção de entrada, é verdade que o Beats Flex não é um dos fones mais baratos do mercado. Contudo, pelo preço cobrado pela Beats de R$ 579 (e menos ainda em algumas lojas online), este é sem dúvida um excelente produto para quem deseja ter um primeiro contato com os fones da marca. Também é uma opção super viável para quem procura uma experiência wireless, mas não totalmente sem fio. Inclusive, segurança e firmeza de uso são alguns dos principais benefícios do acessório, além dos controles nas duas extensões do cabo, que são fáceis de usar.

O Beats Flex é ainda uma solução da Beats e da Apple para conquistar uma parcela do público que utiliza Android. Não somente pela qualidade sonora — que não chega a ser a melhor se comparada a outros fones das duas companhias, porém ainda é indiscutivelmente boa —, mas também porque tem uma entrada USB-C, que é sim um fator bastante significativo se levarmos em conta que, essencialmente, trata-se de um produto da Apple. Alguns recursos de ponta, como ativar a Siri por voz, ficaram de fora. Mas se for colocar tudo na balança, essas funções mais premium não pesam tanto na avaliação geral.

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