[Review] Google TV: uma espiada no futuro

  Em 2010, a sensação é que todo mundo quer invadir a sua sala de estar. A maioria das empresas começou a invasão com caixas de streaming, mas o Google quer colocar um computador de verdade na frente do seu sofá. É como um Android, só que para sua TV.

Em 2010, a sensação é que todo mundo quis invadir a sua sala de estar. A maioria das empresas começou a invasão com caixas de streaming, mas o Google quer colocar um computador de verdade na frente do seu sofá. É como um Android, só que para sua TV.

A maioria das empresas de streaming de conteúdo está basicamente tentando imitar o que eles acham que você faria ao plugar um computador na TV: streaming de vídeo, visualização de fotos, compra de seriados, filmes e músicas. O Google foi além e colocou toda a experiência do computador – navegador e aplicativos – no esquema. Esteja você usando o set-top box da Logitech, ou uma TV engooglada da Sony, a sensação é de estar vendo uma fresta do futuro, onde as diferenças entre o que você faz num computador ou num set-top box na frente de sua TV serão muito pequenas.

Conectando pela Internet TV, da Sony, ou na caixinha mágica Revue, da Logitech, a interface básica do Google TV é a mesma. Quando você a abre, há barras verticais indicando onde ir, como aplicativos, páginas da web em destaque e várias outras opções de conteúdo da internet. Claro, há acesso imediato pelo browser também. A ideia é bem direta porque você basicamente usa o navegador para fazer tudo, mesmo que o Google tente escondê-lo de você boa parte do tempo.

Clique aqui para ver dois vídeos do Google TV em ação no Gizmodo americano

Levando em consideração que o hardware disponível agora é o equivalente a um netbook ou um nettop de 2008, a performance do sistema não é ruim – a visualização de vídeos não é cheia de soquinhos, e as máquinas respondem ao comando com um pequeno lag. A coisa não será tão rápida quanto seu desktop ou laptop de última geração, mas o sistema só fica lento mesmo quando você faz muitas coisas ao mesmo tempo, basicamente no multitarefa. Mas, oras, entenda de uma vez: isso tudo na TV. DENTRO da TV! E é possível fazer chats com vídeo pela TV pela caixa da Logitech.

A arte de encher de QI sua televisão com conexão a internet que inclui Netflix (apenas para os americanos), Amazon e YouTube. E o cérebro só irá aumentar quando a loja de aplicativos do Google TV chegar, recheado de boas pedidas, como o VLC, jogos, Skype etc.

Disponível em conjunto com a set-top box ou apenas na TV mesmo, o Google e seus parceiros cobrem boa parte dos possíveis compradores. Quer uma adição monstruosa ao seu sistema de home theater e TV superpoderosa da sala? A escolha é o Revue, da Logitech. Quer algo mais independente e minimalista para ser a TV da sala ou do quarto? Internet TV, da Sony, disponível (por enquanto só nos EUA) em vários tamanhos, já que dá acesso aos aplicativos básicos e mata a urgência do tipo “eu preciso ver isso na internet nesse exato segundo”. Apesar de ambos terem um controle remoto próprio (o nerd dentro de mim amou o controle entupido de teclas que vem no Revue), você pode usar seu Android como controle remoto de forma bem simples e efetiva.

Como essa coisa é um computador, você tem que usar um controle remoto separado, ou seja, nada de controles universais. Com os aplicativos chegando em massa no Google TV em 2011, a sensação é que ele é uma faxineira que não limpará seu banheiro. Ter um navegador é ótimo para abrir as informações de House na telona enquanto vê o seriado mas, nos EUA, canais como a ABC, CBS e NBC, três dos maiores canais do país, já bloquearam seus sites para acesso via Google TV, eliminando grande parte dos seriados gratuitos disponibilizados na web. Porém, como a tendência é que esses canais façam seus próprios aplicativos, o problema deve ser resolvido em breve.

Outra questão, que também envolve o fato do sistema ser um computador, é que o ciclo de atualização de sua TV será muito mais veloz. Hoje, sua TV só fica obsoleta se ela não for full HD ou 3D. Agora, ela ficará obsoleta se não puder rodar a próxima versão do Google TV/Android. E isso é algo a levar em consideração quando você estiver na dúvida entre um televisor ou um set-top box do Google TV.

A experiência como um todo do Google TV é bem sólida mas, hoje, é difícil argumentar que vale a pena gastar U$300 num aparelho, quando há modelos de U$100 e U$150 da Apple e da Roku, que têm experiências bem próximas. Porém, como estamos com um olhar no futuro aqui, nós estamos otimistas com a possibilidade do Google TV deixar para trás as outras caixinhas de entretenimento quando os aplicativos chegarem à plataforma. Se nós compraríamos isso? O pessoal do Giz americano diz que sim, mas apenas no ano que vem, quando a coisa realmente ferver. E nós, do Giz brasileiro, avisamos desde já que não adianta nada comprar o brinquedo lá fora: não há previsão de chegada oficial do Google TV por aqui e as empresas de conteúdo ainda devem estar engatinhando na criação dos aplicativos de conteúdo para nós. Se o Google TV é realmente uma visão do futuro, levaremos a ideia ao pé da letra e esperaremos um bocado para vê-la em ação.

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