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[Review] LG K10 Novo: intermediário abaixo da média

Existe uma parcela de mercado de smartphones que é bastante valiosa para as fabricantes, principalmente quando se trata de volume de vendas. É a parcela dos modelos intermediários, especialmente aqueles que estão na faixa dos R$ 900 aos R$ 1.500 – ela está, inclusive, recheada de opções: Quantum Fly, Moto G5, Samsung J7 Prime e […]

Existe uma parcela de mercado de smartphones que é bastante valiosa para as fabricantes, principalmente quando se trata de volume de vendas. É a parcela dos modelos intermediários, especialmente aqueles que estão na faixa dos R$ 900 aos R$ 1.500 – ela está, inclusive, recheada de opções: Quantum Fly, Moto G5, Samsung J7 Prime e dezenas de outros aparelhos. O LG K10 Novo é um desses.

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Testei o LG K10 Novo (qual será o nome da próxima geração, se houver?) e conto abaixo como ele se sai no dia a dia:

O que é?

Anunciado em fevereiro com preço sugerido de R$ 1.200, junto com toda uma linha de aparelhos que buscam atender diferentes tipos de usuários, o modelo tenta convencer pelo design e pelo desempenho. Passados dois meses do anúncio, ele está mais barato: em uma pesquisa rápida, você o encontra por R$ 999, mesmo parcelado. Preço que parece convidativo no cenário atual, especialmente para um modelo com tela de 5,3 polegadas, processador octa-core de 1,5 GHz, 2 GB de RAM e 32 GB de armazenamento. Mas esses são só os números:

Tela: IPS LCD HD (1280×720) de 5,3 polegadas
Processador: octa-core MediaTek MT6750 de 1,5 GHz
GPU: Mali-T860MP2
RAM: 2 GB
Armazenamento: 32 GB (expansível com cartão microSD de até 256 GB)
Câmera traseira: 13MP, f/2.2 e flash LED
Câmera frontal: 5 MP, f/2.4
Bateria: 2.700 mAh (removível)
Sistema operacional: Android 7.0 Nougat
Dimensões: 148,7 x 75,3 x 7,9 mm (altura x largura x profundidade)
Peso: 142 g

Design

Ouvi o comentário “nossa, que celular bonito!” mais de uma vez enquanto usava o LG K10 Novo. A real é que ele é bem bonito mesmo, especialmente pelo acabamento metálico nas laterais, que dá a sensação de que é um telefone bem fino. Acontece que, na mão, o design não é lá essas coisas. Dá para sentir que é um celular barato, e, se levarmos em consideração que a Motorola investiu em um material melhor para o seu intermediário, a situação fica mais complicada para a LG. Não é necessariamente um problema usar plástico na tampa traseira e nas laterais, o problema é o material realmente parecer muito barato – é fácil dobrar essa tampa, então dá para imaginar que ela não passa nenhuma sensação de solidez.

Na parte frontal, pelo menos, a fabricante acertou. O vidro tem o que eles chamam de acabamento “2,5D”, ou seja, ele é ligeiramente curvado nas bordas, o que facilita o deslize dos dedos pela tela. Além disso, as bordas são mais discretas do que as dos concorrentes. Como é tradicional da marca, o botão power está na traseira, em uma posição chamativa para o dedo indicador – bem bacana, mas faltou um leitor biométrico ali (mais uma vez, uma característica adotada por diversos concorrentes do mesmo segmento). Fora que, depois que você se acostuma a desbloquear com a digital, é difícil voltar. É ainda mais frustrante o fato de o modelo internacional do K10 Novo contar com o sensor.

Continuando com os botões, os controles de volume ficam na lateral direita. Embaixo há um conector microUSB (se a LG foi rápida em adotar o Nougat, vacilou em não colocar um USB-C aqui) e o plug para fone de ouvido. O alto-falante fica na traseira, no lado esquerdo inferior – posição onde sua mão facilmente irá obstruir a saída do áudio.

Dia a dia

O K10 Novo foi um dos primeiros modelos a chegar com o Android 7.0 Nougat, ponto positivo para a LG. A marca tem optado por modificar menos a interface do sistema, e isso inclui adicionar menos aplicativos à memória do aparelho. As principais alterações estão no menu de configurações à moda LG, separados por abas, e nos aplicativos padrões de telefone, mensagens, entre outros. O que a fabricante adicionou foram o Evernote, Facebook, Instagram, QuickMemo+ e os tradicionais apps de ajuda e suporte.

O launcher padrão não traz a tradicional gaveta de apps do Android. Em vez disso, todos os aplicativos ficam distribuídos na tela inicial. O resultado é uma poluição desnecessária, principalmente quando se tem widgets no meio da conversa. A boa notícia é que dá para baixar o LG UI 4.0 – versão antiga do launcher, que possui a gaveta – por meio do LG SmartWorld.

Os truques de software da LG também marcam presença: o Knock Code para desbloquear a tela com uma sequência de quatro toques, mesmo que ela esteja apagada, e atalhos com toque duplo nos botões de volume para acionar a câmera ou o QuickMemo+.

Com um sistema menos carregado de funcionalidade inútil e com a versão mais recente do Android, o modelo se sai bem no desempenho. Está dentro do esperado para um modelo intermediário: ele gerencia bem a troca de aplicativos e exibe os conteúdos na velocidade esperada. São poucas as vezes em que é preciso esperar um app ser recarregado. Se você está acostumado com um celular mais potente, irá notar algumas animações e rolagens menos fluídas. Contras de um intermediário.

Usar o K10 Novo não é nada prazeroso por causa da tela. O display da LG é muito opaco, e todas as imagens perdem a graça, seja no Instagram, no Facebook ou no YouTube. A resolução HD também já não é aquilo que esperamos de um modelo que busca concorrer com Moto G5 e equivalentes. O brilho da tela não alcança os níveis esperados, e ver qualquer coisa sob o sol é praticamente impossível.

Pelo menos dá para passar um dia inteiro usando o aparelho longe de uma tomada. Nos números, a bateria dele é menor do que a dos concorrentes, são 2.700 mAh. Mas, na prática, o modelo lida bem com o consumo, mesmo nos dias em que se exige mais.

Esse também não é um modelo para quem procura uma câmera de qualidade. Geralmente, aparelhos dessa faixa de preço não impressionam nesse quesito. Mas o K10 Novo decepciona bastante, mesmo nas cenas com iluminação natural. As bordas das imagens perdem definição, as cores não são das melhores, e à noite é impossível aproveitar qualquer coisa: o foco demora muito para se ajustar, e o sensor com abertura baixa tenta compensar com mais tempo de exposição, resultando em fotos tremidas. Espere imagens opacas e de baixa qualidade.

Mesmo com muita iluminação natural, a foto mostra poucos detalhes da cena, principalmente nas regiões com muitas informações.

Essa foi a melhor foto que o K10 Novo conseguiu tirar, mas o foco demorou.

Em ambientes com iluminação artificial, o foco tem muitas dificuldades, e as fotos saem tremidas.

Conclusão

Por R$ 1.200, o K10 Novo não compensa. É um intermediário com muitas limitações na câmera, tela de baixa qualidade e construção de celular baratinho. Como comentamos no começo, o modelo já desvalorizou e hoje custa R$ 999, preço ainda salgado pelo conjunto da obra.

O desempenho razoável e o software não justificam a compra. O Moto G5, apesar das bordas exageradas, parece um negócio mais vantajoso por oferecer desempenho similar, leitor de impressão digital, uma câmera ligeiramente melhor e construção de metal. Alguns modelos da Samsung podem chamar a atenção do consumidor, dependendo da promoção, também. Para o K10 valer a pena, precisa estar abaixo dos R$ 700, competindo com modelos de entrada com tela grande.

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