[Review] Motorola Razr D3: um Android bom e barato

Os smartphones high-end com Android são excelentes e existem ótimas opções mid-range por aí. Mas e os low-end? Um Android barato pode significar um aparelho lento e que trava bastante, além de ter uma versão bastante defasada do sistema – do Gingerbread 2.3 para baixo. Recentemente alguns anúncios chamaram bastante a atenção, como o LG […]

Os smartphones high-end com Android são excelentes e existem ótimas opções mid-range por aí. Mas e os low-end? Um Android barato pode significar um aparelho lento e que trava bastante, além de ter uma versão bastante defasada do sistema – do Gingerbread 2.3 para baixo. Recentemente alguns anúncios chamaram bastante a atenção, como o LG Optimus L3 II, que coloca o Jelly Bean 4.1 em um smartphone de baixo custo. Mas o Motorola Razr D3 parece, no momento, a melhor opção para quem quer um Android atualizado mas não quer gastar muito.

Ele foi anunciado no meio de março e lançado primeiro no Brasil (já está disponível em algumas lojas online). E chamou muito a atenção por ter especificações boas e um preço baixo. Estamos falando de um smartphone com processador dual-core 1.2 GHz, 1GB da RAM e o Android 4.1 e que custa R$ 800. O custo x benefício parece excelente. Mas o resultado final é bom? O Razr D3 é realmente um bom Android de entrada?

Bom, bonito e barato

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É impossível olhar para o D3 e não lembrar do Razr i, o ótimo smartphone mid-range lançado pela Motorola ano passado com processador da Intel. Ele é praticamente idêntico, só que um pouco menor, sem um botão específico para acionar a câmera e com acabamento inteiro de plástico (sem a traseira com kevlar). É um aparelho elegante.

Na lateral esquerda estão as entradas para chips – o modelo testado foi o dual-chip, que sairá por R$ 799 – e de cartão microSD. Ele usa chips SIM, então você não precisa cortar o seu para transformá-lo em um mini SIM nem em um micro SIM. O microSD é bem útil considerando que o Razr D3 tem apenas 4GB de armazenamento interno – você vai precisar de mais espaço do que isso. Já na direita estão os dois únicos botões que você encontra em todo o aparelho: para ligar/desbloquear a tela e controle de volume. A bateria não é removível, mas isso não chega a ser exatamente um problema – como vou falar mais para frente, ela dura bastante.

A tela é boa, não é excelente. Ela tem tudo o que você precisa em um smartphone de entrada. Com 4 polegadas e resolução de 854×480, ela é bem nítida. Tive alguma dificuldade em enxergar as coisas sob luz do sol, mas nada demais. No geral, ela cumpre perfeitamente o seu papel, e realmente não dá para esperar muito mais de um aparelho nesta faixa de preço.

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Android (quase) puro

A Motorola fez pouquíssimas alterações no Android (e a tendência deve ser fazer ainda menos agora que foi comprada pelo Google). O widgets de Círculos que já aparecia nos outros Razr está lá, com informações sobre data e hora, clima e bateria, assim como as Smart Actions , que sugere algumas ações de acordo com o uso do aparelho. Se a bateria está acabando, o brilho da tela diminui para manter o aparelho ligado por um tempo a mais. Você pode definir as suas ações também, ou simplesmente desativar o recurso – o que acredito que é o que a maior parte das pessoas fará.

Tirando isso, temos um Android bem próximo do puro. Sem mudanças de design, sem apps que não adicionam nada ao usuário. Tudo mais ou menos como o Google quer que seja o Android. Mas, onde mudou, a Motorola fez bem. Uma das modificações é a tela de configurações rápidas, que aparece ao deslizar para a tela mais à esquerda. Nela, você pode definir se o aparelho está no modo silencioso ou não (e você pode isso para cada um dos chips), Wi-Fi, GPS, Bluetooth, as coisas de sempre.

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O modelo dual-sim oferece configurações para cada um dos chips. Não apenas escolher se um deles apenas toca e o outro vibra: você pode definir se o plano de dados é usado de um ou de outro, se as ligações e mensagens são feitas por um ou por outro. Ou também pode colocar para você decidir na hora que quiser ligar para alguém, ou enviar um SMS. É tudo bem simples de fazer.

O pacote de apps do Google está todo lá: você tem o Google Play Music para ouvir música,o Filmes para vídeos, o Livros para livros (surpreendente, não?), o Drive, e tudo mais. Para quem usa vários serviços do Google (como é o meu caso), é excelente, já que não preciso ficar procurando os apps na Play Store e consigo organizar toda a minha vida rapidamente no smartphone.

Desempenho e bateria

Atendendo a pedidos de vocês, leitores, nós fizemos alguns testes de benchmark com o D3 e comparamos com outros dois aparelhos mid-range – o Razr i e o Samsung SII Lite. Eis os resultados:

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O Razr D3 está à frente do S II Lite – um aparelho com um ano e meio de vida – e abaixo do Razr I, seu irmão mais velho. Isso tudo era esperado, mas ele custa menos do que os dois, e isso é mais um motivo para colocá-lo como ótima opção de Android barato.

Na prática, ele é rápido. Deu algumas engasgadas em alguns pontos (como citei no hands-on, no gerenciamento de telas, que não é uma das funções mais utilizadas). Ele tem 1GB de RAM e não vai travar com vários aplicativos estão abertos, e roda tudo com bastante fluidez – o Project Butter do Jelly Bean faz diferença.

Já a bateria de 2000mAh me surpreendeu: como escrevi neste hands-on, demorei mais de um dia para carregá-lo. E ela continuou assim, chegou a durar mais de um dia e meio sem precisar de recarga. Isso com uso moderado: ouvindo um pouco de música, assistindo vídeos, acessando o básico na internet (Twitter, Facebook, Instagram) e fazendo uma ou outra chamada. E com tudo ligado: GPS, Wi-Fi, 3G, brilho da tela na metade e dois chips ligados.

Essa bateria “infinita” gerou um caso curioso: enquanto eu testava a câmera, a bateria foi para menos de 30%. Eu deixo ativado o envio automático das fotos para o Dropbox. Mas, quando o app detectou que a bateria estava “fraca”, se recusou a enviá-las para a nuvem. Só que os 30% dessa bateria ainda significa um bom tempo de uso, e eu só fui conectar o carregador – e, assim ter as fotos enviadas para o Dropbox – mais de 6 horas depois.

É claro que com uso intenso a bateria vai durar bem menos, mas é bem provável que você chegue em casa de um dia de trabalho com bastante bateria disponível ainda e sem ter carregado o aparelho nenhuma vez. Isso, meus amigos, é bem raro em smartphones.

Câmera

A Motorola deu bastante destaque à câmera no anúncio do Razr D3, mas ela é apenas… boa. Não é excelente. Em um smartphone de R$ 800, 8 megapixels e sensor retroiluminado pode parecer ótimo, mas na prática é apenas bom. O suficiente para você poder tirar boas fotos com algo que está sempre no seu bolso.

A câmera é rápida: o disparo é quase instantâneo no modo normal, e bem mais lento no modo HDR – este se dá melhor com baixa iluminação do que com boa luminosidade. No geral, mesmo com 8MP a qualidade das imagens é normal, nada demais.

Mas há um problema nos vídeos: ele só grava imagens no formato .3gp, enquanto vemos muitos aparelhos por aí gravando em .mp4. Ele grava em até 720p, mas não espere grande coisa: a qualidade da imagem é apenas ok e o áudio é fraco.

Vale a pena?

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Quando apresentou o D3, a Motorola comemorou as boas vendas do Razr i (a empresa diz que ele é o mais vendido na faixa de preço no Brasil, mas não entrou em detalhes de números). E com o Razr D3 ela vai se dar muito bem também nos Android de entrada. Podemos dizer que, se não se dá tão bem no high-end, a Motorola está se especializando na parte de baixo dos Androids e oferece boas opções para quem não quer gastar tanto – ou seja, a maior parte dos consumidores.

O D3 é excelente, considerando o pacote oferecido e o preço cobrado. É um smartphone que tem seus problemas – a câmera podia ser melhor, principalmente na gravação de vídeos – mas no geral cumpre perfeitamente o papel de Android de entrada. Ele tem a versão mais recente do sistema (ou quase, já que o 4.2 existe) e a promessa de atualização para as próximas (o futuro Key Lime Pie). Para quem não tem intenção de gastar muito, mas quer um aparelho de qualidade, ele é a melhor opção do momento.

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