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[Review] Novo Chromecast muda visual, mas precisa ganhar outras funções além de transmitir

No evento #madebygoogle na semana passada, o Google também lançou na surdina um novo Chromecast. E, por surdina, eu me refiro ao fato de que a companhia não falou sobre o aparelho em sua conferência. O dispositivo estava escondido no fundo de uma sacola que me deram quando estava deixando o evento. Mas, olha, é […]

No evento #madebygoogle na semana passada, o Google também lançou na surdina um novo Chromecast. E, por surdina, eu me refiro ao fato de que a companhia não falou sobre o aparelho em sua conferência. O dispositivo estava escondido no fundo de uma sacola que me deram quando estava deixando o evento. Mas, olha, é um novo Chromecast que é bem bonito. É uma pena que o Google não tenha feito o Chromecast ainda mais útil.

A nova geração do Chromecast é como a anterior. O que muda aqui é o design e alguns novos truques de software. Ah, e, nos EUA, ele custa US$ 35. Sabemos que ele vai chegar ao mercado brasileiro, mas ainda não temos data.

Tudo que o Google lançou em seu evento #madebygoogle

O hardware em si mantém o mesmo tipo de conexão HDMI. A mudança mais notável é estética, pois, em vez da capa de plástico brilhante, agora o Chromecast conta apenas com um G pequeno na parte da frente. O plug HDMI também não se acopla ao disco magneticamente, algo que você provavelmente nunca notou e que era útil para fins de transporte e armazenamento. O novo Chromecast vem em duas cores: branco e carvão.

Na parte de software, o Chromecast agora oferece suporte a vídeos em 1080p a 60 fps (frames por segundo). Isso é importante por alguns motivos. O primeiro é lembrar que as versões antigas possibilitavam vídeos em 1080p em 30 fps e em 720p a 60 fps. Essa pequena mudança é dura em um mundo onde o 4K está começando a ficar cada vez mais relevante. O Google vende um outro dispositivo compatível com 4K chamado Chromecast Ultra, mas esse aparelho custa US$ 70.

O segundo motivo é que a adição do suporte a vídeos 1080p a 60 fps não vai importar para a maioria das pessoas, pois transmitir vídeos a 60 fps é importante se você quiser ver gameplays do YouTube na sua TV. Você também pode achar conteúdo a 60 fps em serviços como a Netflix, mas, geralmente, ele é limitado para vídeos em 4K HDR. Então, nesse caso, vale mais a pena comprar um Chromecast Ultra se você quiser esse tipo de experiência.

À esquerda, o Chromecast anterior; à direita, o novo Chromecast

Há algumas outras pequenas adições. O novo Chromecast oferece suporte a áudio em múltiplos ambientes, mas apenas em alto-falantes Google Home e alto-falantes equipados com suporte ao Chromecast Audio, o que parece extremamente limitador. Com o novo Chromecast, você pode transformar sua TV em um porta-retratos digital com o novo recurso Live Photos, do Google, que parece ser um acréscimo pouco relevante à opção padrão de protetor de tela com imagens bonitas. O Google também diz que houve uma melhoria de 15% na velocidade do hardware, o que eu não consegui notar enquanto usei.

No fim das contas, tudo isso aí não contribui muito. O Chromecast ainda fica aquém das funções oferecidas por um set-top box. Você ainda vai precisar ter um outro dispositivo, um computador ou um smartphone, para transmitir para sua TV. Você ainda não consegue ativar o aparelho e acessar apps diretamente no Chromecast.

Em outras palavras, você basicamente consegue fazer as mesmas coisas que eram possíveis no primeiro modelo, só que um pouco mais rápido. Transmitir para a TV era legal em 2013, quando o Google lançou a primeira geração do dispositivo. O novo Chromecast funciona bem, mas eu me sinto um pouco decepcionado pelo fato de o aparelho não executar mais tarefas.

Não que a empresa não tenha considerado ter um produto que ofereça mais. No início do ano, o Google fez um dongle da Android TV que parecia bastante um Chromecast, só que transformava qualquer TV em uma Android TV, com suporte a 4K a 60 fps, além de ter 2 GB de RAM e 8 GB de armazenamento. É basicamente o que a Amazon Fire TV e o Roku Streaming Stick fazem. Não é longe do que seria uma versão do Google da Apple TV. O único problema é que esse dongle da Android TV só está disponível para desenvolvedores.

A grande vantagem do Chromecast continua sendo seu baixo preço. Por US$ 35, você não precisa de um set-top box, desde que você esteja satisfeito em transmitir conteúdos do seu smartphone para uma tela maior. Nos EUA, como já mencionamos, existem esses sticks do Roku e da Fire TV Stick, da Amazon, que são soluções mais completas e só um pouco mais caras. O Roku conta com o Roku Premiere, um dispositivo de US$ 40 que oferece suporte a vídeo em 4K. A Amazon também vende o Fire TV Stick por US$ 50, embora a versão não-4K seja US$ 40. Você pode ainda gastar um pouco mais e comprar um Nvidia Shield, que vem com games e a possibilidade de transmissão — além de contar com o Google Assistente — e custa US$ 180.

Não estou dizendo que o novo Chromecast é ruim. Analisando friamente, é melhor que o Chromecast do ano passado. Parece que o Google perdeu aqui uma oportunidade de tornar o dispositivo mais útil, especialmente agora que a empresa está investindo pesado em dispositivos conectados, como o Home Hub. Até onde sei, a companhia ganha bastante grana com esses Chromecasts que não são tão úteis quanto eles poderiam ser. Provavelmente, alguns clientes compram um desses e acham que o dispositivo tem capacidades de um set-top box (com aplicativos e independência de um smartphone), mas não é o caso.

Direto ao ponto
Novo design é bacana;
Oferece suporte a vídeos 1080p e áudio multi-room (mas só com Google Home e dispositivos com suporte ao Chromecast);
Ainda custa US$ 35;
Não serve para nada além de transmitir.

Todas as fotos por Adam Clark Estes/Gizmodo

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