[Review] OnePlus 6T: o melhor negócio do mercado

Desde a sua concepção, a OnePlus dançou nas franjas do mercado de smartphones, cativando nerds e entusiastas com dispositivos de boas especificações e preços razoáveis. E ao contrário da Apples e Samsungs do mundão, a OnePlus conseguiu crescer mesmo lançando dois produtos por ano, geralmente lançado entre março e junho e atualizado entre setembro e […]
Sam Rutherford/Gizmodo

Desde a sua concepção, a OnePlus dançou nas franjas do mercado de smartphones, cativando nerds e entusiastas com dispositivos de boas especificações e preços razoáveis. E ao contrário da Apples e Samsungs do mundão, a OnePlus conseguiu crescer mesmo lançando dois produtos por ano, geralmente lançado entre março e junho e atualizado entre setembro e dezembro. E embora esperava-se que OnePlus 6T fosse apenas um remix do OnePlus 6 que testei há alguns meses, o novo aparelho representa um grande passo a frente, colocando a marca como uma grande representante no jogo. É um celular feito para quem quer um ótimo dispositivo.

O que é?
Um celular intermediário premium muito bom.

Preço
Começa em US$ 550

Gostei
Bom preço e especificações, bateria com autonomia fantástica, Oxygen OS, um bom leitor de impressão digital debaixo da tela e disponibilidade mais ampla.

Não gostei
Sem entrada para fones de ouvido, nem carregamento sem fio, armazenamento expansível e certificação de resistência à água; o reconhecimento de digitais na tela pode ser teimoso.

Anteriormente, para atrair novos consumidores, a OnePlus se valia do boca a boca e de esforços de colaboração com marcas de roupas – a ideia era alavancar as vendas de smartphones desbloqueados por meio do seu site. E não há nada de errado com essa estratégia quando a companhia ainda está no “modo startup”. Porém, nos Estados Unidos, apenas cerca de 12% dos aparelhos celulares são comprados como dispositivos desbloqueados; portanto, é era uma estratégia que colocava alguns limites no alcance da marca. Agora, a companhia mudou de estratégia e já tem parceria com as maiores operadoras norte-americanas. Isso é importante para a expansão da marca e a evolução dos produtos.

Do lado tecnológico, o 6T tem o mesmo acabamento de vidro na traseira que a OnePlus inaugurou há seis meses, porém há alguns truques novos. O mais notável deles é o sensor de impressão digital debaixo da tela. Sim, é isso mesmo, antes mesmo de gigantes como Samsung, LG ou Apple descobrirem como fazer um bom casamento entre tela e sensores de impressão digital, a OnePlus (com a ajuda de sua empresa-mãe BBK Electronics) é uma das primeiras a trazer essa característica num celular vendido no mercado ocidental.


O leitor de impressões digitais da OnePlus é rápido, mas pode ser prejudicado se você não colocar o dedo no lugar certo. Foto: Sam Rutherford (Gizmodo)

Isso significa que você pode ter um leitor de impressões digitais na parte frontal do celular sem sacrificar a tela. Isso combinado ao novo e mais compacto entalhe em formato de gota d’água, além do pequeno “queixo”, transforma a tela AMOLED de 6,4 polegadas do smartphone uma beleza.

De acordo com a fabricante, são necessários 0,34 segundos para desbloquear o celular via impressão digital – tão rápido quanto os sensores capacitivos utilizados na geração anterior do celular, que tinha o leitor na traseira.

Para funcionar, existe uma pequena câmera debaixo da tela que é responsável pela leitura de suas impressões digitais. No momento em que você tenta desbloquear o aparelho, uma luz verde ilumina seu dedo para assegurar uma leitura precisa. Na prática, as coisas são mais simples. Tudo o que você precisa fazer é encostar o dedo no sensor e já era, aparelho desbloqueado. No entanto, existe duas coisinhas que podem impactar na velocidade desse processo.


O entalhe do OnePlus 6T. Foto: Sam Rutherford (Gizmodo)

Para deixar as coisas mais interessantes, a OnePlus adicionou três diferentes animações ao processo de desbloqueio, para que não haja dúvidas de que o leitor de impressões digitais óptico esteja funcionando. E ao contrário do que poderíamos imaginar de forma intuitiva, você não precisa deixar a sua digital até o fim da animação – que geralmente leva mais tempo do que realmente é preciso para a leitura do seu dedo e que pode fazer parecer o processo mais longo do que realmente é.

Ao mesmo tempo, passei por algumas situações em que tirei meu dedo rápido demais. Então é preciso algum ajuste aqui, mesmo que mental. Tive a sensação de que um leitor de digitais debaixo da tela é menos tolerante a desvios no ângulo do dedo e, assim como todos os leitores, pode haver algumas imprecisões de vez em quando, exigindo pressionar por mais tempo até que reconheça que é você mesmo.

Infelizmente, há um lado negativo nessa tecnologia, devido ao local em que o sensor precisou ser colocado. Como ele está na faixa inferior do smartphone, não sobrou espaço para a entrada para fones de ouvido. Em vez de tentar mover essa porta para outro lugar, a OnePlus tacou o foda-se e não colocou em lugar nenhum. A essa altura do campeonato, é difícil ficar bravo com a companhia – afinal, já ficou claro que a indústria está indo nessa direção. Até então, apenas a OnePlus e a Samsung se mantinham firmes na decisão de ter a entrada. De qualquer forma, é meio triste ver mais uma fabricante dando adeus à nossa querida entrada P2.

As câmeras de 16MP do OnePlus 6T não são as melhores, mas não tenho muito do que reclamar também. Foto: Sam Rutherford (Gizmodo)

Eis o restante das especificações do 6T: ainda há um chip Qualcomm Snapdragon 845 e você escolhe entre 6GB e 8GB de RAM. O bônus aqui é que pelos US$ 550 iniciais, o armazenamento base é 128GB (no OnePlus 6 eram 64GB). Há ainda um modelo de 256GB por US$ 630.

A bateria do 6T também recebeu um upgrade, de 3.300 mAh para 3.700 mAh, e a diferença na autonomia é bem perceptível. Em nosso teste de resistência, o OnePlus 6 conseguiu ter autonomia de 13 horas e 3 minutos, mas esses números melhoraram no OnePlus 6T: 14h37min. É um bom aumento, considerando que o Galaxy Note 9, que tem bateria maior, de 4.000 mAh (e uma tela com maior resolução), conseguiu aguentar 14h11min no mesmo teste.

Em outros campos, as principais melhores do 6T incluem um modo selfie e retrato aprimorados, junto com um novo Modo Noturno especificamente projeto para melhorar o alcance dinâmico e a qualidade geral das fotos em cenários com pouca iluminação. No entanto, no comparativo lado a lado contra o Pixel 3, embora o Modo Noturno da OnePlus tenha feito um trabalho sólido em reduzir o ruído, achei que eles exageraram na nitidez a ponto de estourar algumas luzes mais fortes, enquanto linhas marcantes ficaram com auréolas ao redor. O Modo Noturno é uma ferramenta extra bacana para se ter quando as coisas ficam bem escuras, mas não é exatamente um grande diferencial.

Para fotos normais, a OnePlus também embarcou na tendência de utilizar inteligência artificial para identificar objetos e ajustar as configurações. Acontece que nesse modelo, não existe nenhum aviso ou ícone que mostre que isso está acontecendo. A OnePlus prefere um método menos intrusivo para essa melhoria via IA, que geralmente faz um bom trabalho, mas que pode trazer alguma inconstância. Ou seja, algumas vezes as fotos podem ser ricas em detalhes e bem vivas – principalmente quando a IA aparece. No geral, a câmera do 6T não consegue fazer fotos tão boas quanto um Pixel 3, mas chega perto. E em algumas situações, as imagens se saíram melhor do que no modo HDR proprietário do Google.

Por último, é importante falar sobre o software, embora nem sempre seja algo interessante. O Oxygen OS da OnePlus chegou longe. Depois de anos de otimizações, tentando deixar as animações mais suaves e focando no gerenciamento de aplicativos com base no uso real, em vez de apenas levar em consideração quanta RAM um app consome, o sistema da marca às vezes parece ser uma versão melhorada do Android. Ele é bem rápido, não tem lixo pré-instalado e há o bônus de um tema escuro incorporado, junto com algumas customizações de interface e a escolha entre três configurações de navegação (os três botões tradicionais do Android, a “pílula” do Android 9 Pie ou apenas gestos).

Graças ao Oxygen OS, você tem três opções diferentes para navegar no Android. Foto: Sam Rutherford (Gizmodo)

No final das contas, em termos absolutos um Pixel 3 ou um Galaxy S9+ são celulares melhores do que o OnePlus 6T. A questão é: esses dois aparelhos valem US$ 300 a mais? Ou quem sabe investir mais US$ 500 e comprar algo como um iPhone Xs? Claro, pata algumas pessoas, a falta de carregamento sem fio, do slot para microSD ou certificado de resistência à água podem ser pontos muito negativos.

Mas para aqueles que precisam de um celular rápido e confiável por um preço decente, dá para dizer com tranquilidade que o OnePlus 6T é escolha certa. Tem ótima autonomia de bateria, especificações de topo de linha e um leitor de impressões digitais debaixo da tela que é bem bacana.

Foto: Sam Rutherford (Gizmodo)

Resumo

• Graças a coisas como navegação por gestos, foco na suavidade, melhor gerenciamento multitarefa e tema noturno nativo, o Oxygen OS parece uma versão melhorada do Android.

• O leitor de impressão digital na tela geralmente é tão rápido quanto os leitores tradicionais, mas de vez em quando você precisará de paciência.

• O local desse leitor óptico de impressão digital significou sacrificar a entrada para fones de ouvido, mas há um adaptador na caixa.

• O OnePlus 6T tem ótimas especificações para o seu preço, além de uma autonomia de bateria bem boa.

Especificações

Oxygen OS (baseado no Android 9 Pie)
Qualcomm Snapdragon 845
6GB/8GB de RAM
128GB/256GB de armazenamento
Leitor de impressões digitais na tela
Tela AMOLED de 6,4 polegadas e resolução de 2340 x 1080
Câmera frontal de 16-MP
Dois sensores de 16 MP na traseira
Porta USB 2.0 Tipo-C
Bandeja para dois cartões SIM
Bateria de 3.700 mAh
Alto-falante na parte inferior 1
Dimensões: 57,5 x 74,8 x 8,2 mm
Peso: 185 gramas
Disponível em mirror black e midnight black

Imagem do topo: Sam Rutherford/Gizmodo

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