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[Review] O PlayStation Classic é um esforço mínimo de nostalgia

Mesmo sabendo que esses consoles retrôs foram feitos para acender a chama de nostalgia dentro de mim e gerar bons lucros para as empresas, preciso dizer que é muito difícil resistir. Há alguma coisa no plástico cinza e no som old school de inicialização que mexe com a minha cabeça de um jeito que poucas […]

Sam Rutherford/Gizmodo

Mesmo sabendo que esses consoles retrôs foram feitos para acender a chama de nostalgia dentro de mim e gerar bons lucros para as empresas, preciso dizer que é muito difícil resistir. Há alguma coisa no plástico cinza e no som old school de inicialização que mexe com a minha cabeça de um jeito que poucas coisas conseguem. Por isso, quando eu soube que a Sony faria um retrô do PlayStation original, pensei “ótimo, outro mini console para adicionar à coleção”. Mas depois de jogar na máquina do tempo da Sony, me senti um pouco enganado.

Antes de entrarmos na lista de jogos instalados no PS Classic, vamos falar de hardware. Assim como o NES e SNES Classic, o PlayStation Classic é uma versão diminuta do videogame original de 1995 (ou 1994, se você vive no Japão), com menos da metade do tamanho, o que o torna uma coisa meio fofa. Todos os botões no topo são funcionais, embora algumas coisas tenham tenham mudado por causa das alterações no sistema em si – a bandeja de CD não abre, por exemplo. No PS Classic, o botão Reset funciona mais como um botão “home” que te leva à lista principal de jogos, enquanto o botão para abrir a bandeja de CD serve para mudar entre os discos de jogos como o Final Fantasy 7, que vinha em múltiplos CDs.

O que é?

Um console retrô em miniatura, com 20 jogos

Preço

US$ 100

Gostei

Vem com dois controles, o acabamento é bacana é os controles são USB

Não gostei

Estão faltando muitos jogos legais do PS1, não vem com um adaptador de energia, pouquíssimas opções e configurações e os fios dos controles são relativamente curtos

Infelizmente, os slots de memory card do PS Classic também não abrem, embora a Sony ofereça um cartão de memória virtual para que você salve seus jogos em blocos, assim como era antes.

Um ponto esquisito e que parece uma afronta da Sony é o fato do videogame vir sem um adaptador de energia. Na caixa vem dois controles, um cabo HDMI e um cabo microUSB, mas você ainda precisa de uma tomada para ligá-lo. Ainda bem que as exigências de energia do PS Classic são praticamente mínimas (a Sony diz que você precisa de um adaptador de 5V, 1A), então ele pode ser ligado com praticamente qualquer carregador de smartphone que você tenha em casa. Mas sendo um dos consoles retrôs mais caros do mercado, não ter um adaptador de energia me parece uma omissão esquisita.

Por causa dos controles com fio, se você não tiver tomadas disponíveis, acabará jogando sentado no chão com as pernas cruzadas, como fazíamos quando éramos crianças. Foto: Sam Rutherford/Gizmodo

Os controles, por outro lado, provavelmente são a melhor parte do kit. Embora pareçam ser um pouco mais leves do que os originais, eles são indiscutivelmente mais sólidos, e os botões são bem firmes. Algumas pessoas provavelmente gostariam que a Sony tivesse incluído controles Dual Shock (com analógico) em vez do modelo padrão, o que é justo, mas o pacote do PS Classic compensa isso ao incluir dois joysticks.

Além disso, como um bônus bacana, uma vez que os controles usam cabos USB tradicionais Tipo-A, você pode conectá-los a um computador – onde são reconhecidos como controles genéricos – e então facilmente configurá-los para usar no Steam, pelo modo Big Picture. Então, pelo menos, os controles do PS Classic terão uma sobrevida quando você decidir jogar outros games retrô no PC.

Foto: Sam Rutherford/Gizmodo

Ok, agora vamos aos jogos incorporados no sistema (você pode conferir a lista completa no final do post). Para o tipo de biblioteca do PS1, as escolhas feitas para o PS Classic decepciona. Para mim, só faz sentido se pensarmos que a Sony trata esse console como uma maneira de contar a história da origem de seu videogame, em vez de fazer uma coleção dos maiores sucessos (ou, sei lá, eles não conseguiram fechar acordos para disponibilizar os melhores títulos). Embora você tenha ali alguns games preciosos como Tekken 3 e Metal Gear Solid, ficou faltando aquele Castlevania: Symphony of the Night, Tomb Raider ou Crash Bandicoot. Em vez desses jogos, temos coisas como Intelligent Qube e Jumping Flash, que remontam ao nascimento esquisito dos gráficos 3D mas não chamam mais a atenção em 2018.

Há ainda escolhas estranhas como o Grand Theft Auto original, que eu costumo associar muito mais ao PC. Ou então o (praticamente injogável) Twisted Metal e Syphon Filter. Eram jogos legais da época, mas eles tiveram sequências mais legais e que também estavam disponíveis no PS1. Quando você olha para os 20 jogos que acompanham o PS Classic e os 21 títulos disponíveis no SNES Classic, dá para perceber que o console da Sony ficou sobrecarregado com alguns “indigentes” e títulos de nicho que não chamam atenção de muita gente. E isso é bem triste, porque o PS1 possui uma das bibliotecas mais vastas da história dos videogames.

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Outro ponto negativo, ainda que seja menor, é que ao contrário do SNES Classic, não há nenhuma opção para adicionar as clássicas scan lines (aquelas linhas horizontais) ou então para cobrir a porção inutilizada das TVs widescreen de hoje em dia com um fundo temático do PlayStation. Até mesmo o suporte ao modo de salvar do PS Classic é incrivelmente mínimo. Quando você não quer mais jogar, dá para sair ao apertar o botão Reset – o sistema vai salvar o jogo automaticamente e você poderá voltar de onde parou. E é isso. Não existe nenhuma forma para salvar o jogo e depois voltar atrás, como acontece no SNES Classic.

Ainda assim, graças ao PS Classic, eu consegui incutir um novo amor ao Mr. Driller na minha namorada, e sou grato por ter uma maneira decente de jogar Wild Arms. Porém, onde foi parar Suikoden (eu ficaria feliz em ter qualquer um deles), Tony Hawk’s Pro Skater (novamente, pode ser o 1 ou o 2), meu mano Parappa ou o Silent Hill? Sério, por que vocês colocaram Destruction Derby em vez de Gran Turismo 2?

Foto: Sam Rutherford/Gizmodo

Se você dar um passinho atrás, verá que o PlayStation Classic não tem nenhum extra, tem um modo de salvamento mínimo e nem vem com um adaptador de energia. Então, é difícil enxergar o visão da Sony de um console retrô sendo muito mais do que um esforço mínimo para atrair aquela nostalgia dentro de nós. Claro, US$ 100 não é tanta grana se compararmos com os consoles modernos, mas eu ainda acho que o PS1 merecia mais do que isso.

Resumo

O PS Classic não vem com um adaptador de energia, então eu espero que você tenha um carregador de smartphone sobrando por aí;

Praticamente não há funcionalidades bônus, e o sistema de salvar seu progresso nos jogos deixa a desejar;

O PS Classic vem com dois controles, e os cabos são USB. Isso quer dizer que você pode usá-los no PC;

Os 20 jogos inclusos não são tão atraentes – alguns você vai amar, outros você vai ignorar.

Lista de jogos

Battle Arena Toshinden • Cool Boarders 2 • Destruction Derby • Final Fantasy VII • Grand Theft Auto • Intelligent Qube • Jumping Flash! • Metal Gear Solid • Mr. Driller • Oddworld: Abe’s Oddysee • Rayman • Resident Evil Director’s Cut • Revelations: Persona • R4 Ridge Racer Type 4 • Super Puzzle Fighter II Turbo • Syphon Filter • Tekken 3 • Tom Clancy’s Rainbow Six• Twister Metal • Wild Arms

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