[Review] Samsung Galaxy A5 (2017): um compacto entre gigantes

Testamos o Galaxy A5 (2017), smartphone "intermediário premium" da Samsung que mistura características dos celulares mais básicos e avançados da marca

A versão 2017 do Galaxy A5 foi lançada no Brasil no final de janeiro, apenas alguma semanas depois de ser apresentado na CES 2017. O modelo desembarcou junto com o irmão maior, o A7, que tem o mesmo hardware — com exceção da tela e da bateria maiores.

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Em comparação com os modelos do ano passado, a nova geração está mais bonita — não tem mais a protuberância da câmera, por exemplo, o que deixa um aspecto mais elegante —, contudo, não são muitas as novidades: entrada USB-C, câmeras aprimoradas, resistência a água e poeira e um pouco mais de potência são as mudanças notáveis.

Passamos um tempo com o Galaxy A5 (2017); confira a seguir nossas impressões sobre o aparelho.

O que é?

O Galaxy A5 está entre os intermediários da linha J e o principal modelo da Samsung, da linha S. É um celular com hardware respeitável e construção refinada, mas não traz toda a potência, muito menos as novas tecnologias da Samsung. O preço de lançamento é salgado, ainda que a fabricante diga que o público-alvo são os jovens; para ter um desses sem contar com nenhuma promoção é necessário desembolsar R$ 2.099 – mas as grandes lojas do varejo já baratearam o produto, e, com um olho esperto, já é possível encontrá-lo por cerca de R$ 1.800 (não faz nem um mês do lançamento, vale notar).

Tela: Super AMOLED Full HD (1920×1080) de 5,2 polegadas
Processador: octa-core Exynos 7880 Octa de 1,9 GHz Cortex-A53
GPU: Mali-T830MP3
RAM: 3 GB
Armazenamento: 32 GB (expansível com cartão microSD de até 256 GB, slot dedicado)
Câmera traseira: 16MP, f/1.9 e flash LED
Câmera frontal: 16 MP, f/1.9
Bateria: 3.000 mAh (não removível)
Sistema operacional: Android 6.0.1 Marshmallow, sem previsão para a chegada do Android 7.0 Nougat
Dimensões: 146.1 x 71.4 x 7.9 mm (altura x largura x profundidade)
Peso: 157 g

Design

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O Galaxy A5 do ano passado não era feio, mas essa geração está bem mais bonita. As bordas de metal estão arredondadas, e há uma leve curvatura no vidro traseiro, o que deixou a pegada mais ergonômica. Outra alteração no design aconteceu na câmera traseira, que não tem mais aquela protuberância.

A traseira de vidro deixa o aparelho mais elegante, mas leves arranhões aparecem na primeira semana de uso. Falando em elegância, um elemento que ajuda o A5 a ter um visual bacana é o aproveitamento do espaço da parte frontal. Para um celular com tela de 5,2 polegadas, ele é compacto — a parte inferior, que muitas vezes não é bem utilizada, inclui as opções de multitarefa e voltar do Android, além do tradicional botão home da Samsung, que abriga um sensor de impressão digital.

A Samsung aproveitou de forma curiosa as laterais: há elementos em todos os cantos do celular. Na parte de cima, está a bandeja que abriga o chip secundário e o microSD; na esquerda, os botões de controle de volume e o slot para o chip primário — isso significa que você não precisa escolher entre ter um chip e o cartão de memória, ou apenas dois chips, dá para ter tudo —, embaixo fica o conector USB-C e o plug para fone de ouvido, e à direita, o botão power, além do alto-falante.
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O posicionamento do speaker na lateral é interessante, mas, dependendo de como você segura o aparelho, o dedo acaba cobrindo a saída do áudio. Mas, na real, é difícil encontrar um bom lugar para os alto-falantes: se eles ficarem na parte de baixo da lateral, as chances de cobri-los com a mão são ainda maiores; na traseira, há o mesmo inconveniente. A melhor opção é na parte frontal, mas são pouquíssimas as fabricantes que investiram na ideia — e, convenhamos, o risco de deixar o celular feio e maior nem sempre compensa.

Usando

O receio de praticamente todos os usuários do Android ao pegar um celular da Samsung na mão é encontrar dezenas de aplicativos pré-instalados e um sistema modificado praticamente irreconhecível. A fama que a Samsung ganhou há anos precisa ser desconstruída, já que os últimos lançamentos mostraram um avanço nesse sentido. A TouchWiz evoluiu bastante, apesar de ainda ter muito o que ser refinado.

Começando pelos aplicativos pré-instalados, são poucos, se comparados com outras fabricantes ou gerações passadas: há o pacote da Microsoft com Word, Excel, PowerPoint, OneNote, OneDrive e Skype, utilitários básicos da própria Samsung, como gravador de voz, email, notas, S Health, S Voice, gerenciador de arquivos, navegador próprio e as lojas adicionais AppsBrasil e Galaxy Apps, e o browser Opera Max. Alguns são dispensáveis, como o navegador da Samsung e o Opera Max — no final das contas, você fica com três opções, contando com o Chrome.

Além disso, a interface do sistema está modificada, mas a Samsung conseguiu chegar a uma identidade mais sólida. Está tudo mais harmonioso no menu de configuração, os ícones rápidos da barra de notificações casam com o resto do sistema. A fabricante tropeçou no estilo dos ícones da tela inicial: ao tentar adotar um padrão no formato, alguns apps preenchem todo o espaço, enquanto outro ganham uma borda branca. O Android em si não tem um padrão, mas a tentativa de deixar tudo mais coeso não funcionou nem um pouco, pelo contrário, foi de mau gosto.

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A tela Super AMOLED com resolução FullHD tem boa gama de brilho, ótima definição e ângulos de visão amplos. As cores são vibrantes, e é possível, inclusive, ajustar os tons nas configurações. A qualidade do display chega muito perto do que encontramos em alguns topos de linha. Por se tratar de uma tela AMOLED — que não acende pixels pretos —, a Samsung incluiu o recurso Always-on Display, que mostra as horas, ícones de notificações e o nível de bateria. Esses elementos ficam aparecendo na tela o tempo todo quando o celular está em cima da mesa, e, por isso, optei por desabilitar a função — o impacto na duração da bateria é baixo, mas ter uma telinha acesa o tempo todo pode ser irritante; a solução da Motorola, que acende ao reconhecer movimento, é mais inteligente.

Aproveitando o gancho da bateria, os 3.000 mAh do Galaxy A5 se mostraram bem inconsistentes. No papel, é um número razoável para um celular com tela de 5,2 polegadas e que possui um processador que, em tese, é econômico. Na maioria dos dias, o aparelho aguentou um dia inteiro longe da tomada. Geralmente, ele saía do carregador às 9h e me acompanhava ouvindo música praticamente o dia todo, consultando emails, redes sociais e navegando na internet por cerca de três horas, conectado ao Wi-Fi na maior parte do tempo e no 4G de vez em quando, sempre com brilho no automático; nessas condições, ele batia 20% de carga restante mais ou menos às 20h30. Mas, em algumas ocasiões, a autonomia caía repentinamente: num dia específico, saí de casa às 7h e às 11h ele já marcava 40% restantes — o uso nem foi tão intenso para justificar o consumo excessivo de energia. Em duas semanas, precisei contar com um powerpack em três oportunidades. Pelo menos, a bateria tem tecnologia de carregamento rápido, então, se você estiver com o carregador na mochila e encontrar uma tomada, 15 minutos já são o suficiente para ganhar uma boa autonomia.

O processador Exynos 7880 tem oito núcleos Cortex-A53 de 1,9 GHz e é acompanhado pela GPU Mali-T830MP3. Somando isso aos 3GB de RAM, o Galaxy A5 lida bem com as tarefas do dia a dia e não titubeia quando exigimos um pouco mais. O multitarefa flui bem, mesmo quando alternamos entre aplicativos mais pesados, como Facebook, Chrome e jogos. Em nenhum momento experimentei engasgos nas animações do sistema, e foram poucas as vezes em que precisei esperar aplicativos serem recarregados ao abri-los novamente depois de pouco tempo de uso. Tudo dentro do esperado para um celular nessa faixa de preço.

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Uma das características interessantes do Galaxy A5 é o suporte ao Samsung Pay com tecnologia MST (transmissão segura magnética). Com ela, é possível fazer pagamentos sem usar NFC, emulando a tarja magnética do seu cartão de crédito ou débito: basta encostar na maquininha e autorizar. Na propaganda é mais bonito. No mundo real, utilizar o Samsung Pay dá dor de cabeça. Primeiro, você precisa de um cartão de crédito ou débito compatível, e a lista ainda é restrita. Embora a companhia diga que mais de 99% das maquininhas aceitem o método, não foi o que percebi: em diversas ocasiões me disseram que “o sistema ainda não tinha sido atualizado” para aceitar o celular. Fora que, todas as vezes que encostei o celular para fazer o pagamento, me encararam com ceticismo e desconfiança — talvez tenham imaginado que sou louco e confundi o celular com o cartão. Ou seja, a brincadeira pode ser um pouco constrangedora, e você ainda vai precisar andar com o seu cartão por aí para evitar ter que deixar as compras no caixa. No geral, é uma experiência frustrante.

O leitor de impressão digital também poderia ser muito melhor. No começo, não tive dificuldades com ele. Encostar o dedo no botão principal do celular desbloqueava a tela em um segundo. Conforme o tempo passou, os avisos para “limpar a tecla e tentar de novo” ficaram mais frequentes.

Câmera

Os números das câmeras do Galaxy A5 indicam um conjunto competente, mas é a prova de que especificações por si só nem sempre indicam a qualidade. O sensor traseiro de 16 megapixels e f/1.9 tira fotos medianas, mesmo em boas condições de iluminação, e deixa muito a desejar à noite ou sob iluminação artificial — ao tentar compensar o ruído, as cenas ficam artificiais e o tempo de exposição aumenta muito e não há uma boa estabilização, o que faz com que a maioria das fotos fiquem borradas. Tirar fotos em shows e festas é praticamente impossível, e muitas vezes os cliques vão ficar com cores pálidas (nas fotos dos livros, uma foi com iluminação natural e outra com iluminação artificial) e com os brancos estourados.

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A câmera frontal, por outro lado, aproveita os 16 megapixels — resolução rara para o sensor da frente. A definição das selfies é ótima, digna de modelos topo de linha, especialmente se você desabilitar o modo de embelezamento do aplicativo da câmera.

O aplicativo da câmera é competente, e os elementos na tela, discretos e essenciais. Alternar entre as câmeras, acessar as configurações e mudar o modo de captura é fácil. Existe o modo “Pro”, que permite realizar alguns ajustes manuais, entre eles balanço de branco, contraste e ISO — funções mais avançadas como velocidade do obturador ficaram de fora.

Vale a pena?

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O Galaxy A5 é um ótimo celular, que não vale os R$ 2.099 do preço sugerido. Como comentei lá no início, o preço já abaixou, e é possível encontrá-lo por cerca de R$ 1.800 — o que ainda considero salgado, mas a tendência é que esse valor caia mais, afinal o modelo foi lançado há menos de um mês.

É um celular bom o suficiente no que se propõe a fazer: bonito, tem bom desempenho e tela de qualidade. Câmera, leitor de impressão digital e Samsung Pay decepcionam um pouco. Ah, e é frustrante o fato dele vir com o Android 6.0.1 Marshmallow, sem previsão para a chegada do Android 7.0 Nougat, vale notar. Mas se olharmos os concorrentes diretos, Moto Z Play e Zenfone 3, cada um tem seus altos e baixos.

Para quem, como eu, prefere celulares mais compactos, o A5 é uma opção a se considerar. Principalmente numa promoção bacana, perto dos R$ 1.500.

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