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[Review] Samsung Galaxy S7: o smartphone Android próximo à perfeição

O Samsung Galaxy S7 corrige tudo o que o S6 tinha de errado e dá um passo bem grande rumo à perfeição.

No ano passado, o Samsung Galaxy S6 quebrou uma sequência de pequenas modificações feitas em cada modelo lançado da linha high-end da empresa. Ele não era apenas um refinamento da versão anterior, representando uma grande mudança para os Galaxy S.

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Foi com ele que a Samsung abandonou o corpo de plástico para usar vidro e metal, o que é ótimo, mas também era ele que tinha uma bateria decepcionante, não contava com armazenamento expansível e nem proteção contra poeira e água. Os usuários reclamaram. A Samsung ouviu. E o Galaxy S7 foi lançado para consertar tudo o que seu antecessor tinha de errado.

Deu certo? Sim. O Samsung Galaxy S7 talvez seja o melhor smartphone com Android da atualidade, mesmo que ainda tenha espaço para algumas melhorias.

O que é?

O novo smartphone da linha principal da Samsung. Anunciado durante a MWC 2016, o Samsung Galaxy S7 tem o que há de mais avançado em smartphones da coreana.

Para quem é?

Para quem quer ter sempre o melhor, claro. Ele não é nada barato (custará R$ 3.699 quando chegar às lojas no dia 2 de abril), mas é aquele dispositivo premium que dá gosto de usar.

Design

Visto de frente, não há muita coisa que diferencie um S7 do S6 do ano passado. Ele mantém o corpo de metal e vidro, embora agora a traseira seja levemente curvada (como a Samsung já havia feito no Galaxy Note 5). Isso é bom: é mais agradável segurá-lo, e diminui a chance de o aparelho escorregar das suas mãos.

É um aparelho elegante, um retângulo com bordas arredondadas e laterais de alumínio. Ele ficou um pouco mais grosso do que era o S6, mas em compensação a protuberância para a câmera diminuiu um pouco, fazendo com que a sua traseira seja quase completamente plana.

Usando

A Samsung há tempos usa telas Super AMOLED de alta qualidade e isso se mantém no S7, que tem um belíssimo display, com cores vivas e brilho e contraste na medida certa.

Por dentro, ele roda um processador próprio da Samsung, o Exynos 8890, que garante desempenho surpreendente para o aparelho. Ele é extremamente rápido, a troca de um app para outro se dá sem engasgos, e pode ter certeza que ele consegue rodar aplicações bastante pesadas sem dificuldade alguma. Bem, é sempre isso o que esperamos dos top de linha, né?

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No passado, o ótimo desempenho oferecido pelos Galaxy S chegava a ser prejudicado pelo excesso de coisas embutidas na TouchWiz, a personalização da Samsung para o Android. Ela ainda existe, e o Android da Samsung é bastante diferente do puro do Google, mas isso não é exatamente algo ruim. Recursos bem-vindos foram incorporados pela Samsung ao longo dos anos, e alguns questionáveis foram removidos nesse tempo. Nem tudo é perfeito, e o aparelho vem com muito app instalado.

O Galaxy S7 já vem de fábrica com apps pré-instalados da Microsoft (Word, PowerPoint, Excel, OneDrive, Skype e OneNote), além de um pacote do Facebook (Instagram, WhatsApp e o próprio Facebook). Grande parte desses apps seria naturalmente instalado pelos seus usuários, então não é exatamente ruim que eles estejam incluídos no pacote. Mas a Samsung também tem uma linha própria de aplicações que acabam sendo meio inúteis.

O Android vem com o pacote de apps do Google, o que inclui Chrome, Gmail, Fotos e Hangouts, por exemplo. A Samsung também colocou suas próprias soluções para email, navegação na internet, galeria de imagens, além de uma loja própria de apps (chamada Galaxy Apps). Acredito que pouca gente vá usar essas coisas, já que as opções do Google são no geral superiores e algo com o qual os usuários já estão acostumados. Então acaba dando a impressão de que há bloatware demais no aparelho.

Mas, em comparação com o que a TouchWiz já foi no passado, a versão atual está excelente, e a Samsung está no caminho certo para tornar a sua experiência do Android algo tão bom (ou até melhor) do que o puro oferecido pelo Google.

Claro, existem recursos novos. Mas não foram muitos os recursos adicionados pela Samsung, diferentemente do que acontecia no passado. Em vez de enfiar um monte de funcionalidade questionável, a empresa preferiu colocar desta vez apenas uma ou outra coisa com potencial para ajudar os consumidores.

Uma das novidades é o modo Always On, que mantém a tela sempre ligada exibindo informações como data, horário, calendário e algumas notificações. Confesso que estava bem mais animado para saber como ele funcionaria do que fiquei quando passei a usar. Tenho como referência nesse sentido a tela dos smartphones da Motorola, que pulsa notificações e horário de vez em quando. E também acende apenas quando você pega o aparelho na mão – partindo da ideia (quase sempre certa) de que você quer saber que horas são, poupando assim a árdua tarefa de pressionar um botão para ligar a tela.

No caso da Samsung, o Always On significa estar sempre ligado. Sempre ligado mesmo. Se o aparelho estiver repousando na sua mesa com a tela virada para cima, ela ficará ligada mostrando horário e algumas notificações. Sempre. Isso me incomodava com frequência – até por estar acostumado com o recurso da Motorola que só faz isso quando tem alguma notificação.

Também não é possível personalizar muito que tipo de notificação aparece nesse modo – apenas de alguns apps da própria Samsung. Vejo aqui espaço para muitas melhorias: uma forma de exibir prévias de outras notificações também, para que você não precise acender completamente a tela para nada.

O lado bom é que é bem fácil desativar o modo: há um atalho nas configurações via bandeja de notificações para tanto.

Bateria

O Galaxy S6 foi criticado pela sua bateria – ela tinha apenas 2.550 mAh, e simplesmente não durava o suficiente, mesmo com os modos de economia de energia oferecidos pelo TouchWiz. Agora ela tem 3.000 mAh, e olha, isso faz muita diferença.

Um smartphone tirado do carregador às 9h de um dia comum conseguia durar o dia inteiro sem dificuldade alguma, passar a noite em claro, e amanhecer no dia seguinte com carga o suficiente para algumas horinhas. Isso com uso intenso – navegação 4G, ouvindo música, e até assistindo a um ou outro vídeo curto no YouTube.

Câmera

Em um primeiro momento, a estratégia da Samsung para a câmera do S7 é meio estranha: em vez do sensor de 16MP do S6, ela colocou um de 12MP no aparelho. Mas megapixel não é tudo, e a tecnologia por trás dessa nova câmera faz com que ela capture pixels maiores que absorvem 56% mais luz. O resultado, em situações de iluminação boa, é excelente (como de costume na linha, aliás).

Já em condições de pouca luz, a câmera brilha. O resultado é realmente impressionante, com imagens bastante detalhadas e de alta qualidade como não é nem um pouco comum encontrar em smartphones.

A câmera é bastante ágil e a velocidade do obturador é impressionante, assim como o foco dela. O trabalho feito pela Samsung aqui é sensacional.

Observações

– A Samsung trouxe para o Brasil o Galaxy S7 com 32 GB de armazenamento interno. Se isso for pouco, a ótima notícia é que o armazenamento expansível voltou, e você pode colocar um cartão microSD de até 200 GB nele.

– A câmera frontal tem 5 megapixels com abertura de f/1,7 (igual à traseira). As fotos capturadas com ela são muito boas!

– Desde o Galaxy S5, a Samsung incorporou diversos sensores à linha Galaxy, e isso se mantém no S7: ele tem leitor biométrico no botão home que serve para desbloquear a tela e realizar pagamentos no Samsung Pay (ainda não disponível no Brasil), assim como um sensor embaixo do flash traseiro que serve para medir batimentos cardíacos, entre outras coisas.

– Enquanto outros top de linha com Android já estão vindo com o novo conector USB Type-C, a Samsung preferiu manter o microUSB convencional. Por um lado, há uma perda em velocidade de recarga e transferência de dados. Por outro, todos os cabos que você já tem em casa de smartphones antigos servem para o S7.

Conclusão

O Samsung Galaxy S7 é um S6 refinado: a Samsung pegou o que tinha de errado no antecessor e corrigiu. Claro, nem tudo é perfeito e há espaço para melhorias para futuras iterações. O modo Always On é um que pode ser consertado. A inclusão da entrada USB Type-C também é algo a ser considerado no futuro.

E ele esquenta demais quando você usa por um tempo prolongado. Demais mesmo. É comum em smartphones high-end, é verdade, mas sempre é algo que me incomoda.

Mas, tirando isso, há pouco o que se questionar no S7. Outras fabricantes têm um grande desafio pela frente: fazer algo que bata de frente com o atual aparelho da Samsung. É possível, claro, e estou bastante empolgado para ver. Enquanto não acontece, é difícil apontar um smartphone com Android superior a ele. Não é perfeito pois atingir a perfeição é quase impossível: dentro do que dá para fazer, o S7 faz tudo muito bem.

O Samsung Galaxy S7 já está em pré-venda no Brasil custando R$ 3.699. Até o dia 1º de abril, quem comprá-lo leva para casa também um Samsung Gear VR. Ele chega oficialmente às lojas no dia 2 de abril. Junto a ele vem o Galaxy S7 Edge, que é mais caro (R$ 4.299).

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