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[Review] Samsung Galaxy Z Fold 2: é sempre melhor esperar pela segunda geração

O smartphone dobrável da Samsung está melhor do que nunca. Em outras palavras, é tudo o que o Galaxy Fold deveria ter sido.

Galaxy Z Fold 2. Imagem: Sam Rutherford (Gizmodo)

Imagens: Sam Rutherford/Gizmodo

O Galaxy Fold original talvez tenha sido o telefone mais importante de 2019. Ele mostrou como tecnologias de displays flexíveis podem criar um tipo totalmente novo de dispositivo, aliando a portabilidade e a tela grande de um celular a uma experiência multitarefa aprimorada de um tablet. No entanto, como muitos produtos de primeira geração – especialmente algo tão ambicioso -, foi preciso questionar se valia a pena enfrentar todos os problemas do Fold (e eram muitos, viu?) apenas para experimentar um produto de ponta.

Agora, o Galaxy Z Fold 2 está aqui, e ele chega com melhorias que abordam quase todas as falhas de seu antecessor, ao mesmo tempo que adiciona novos recursos que o tornam um híbrido ainda melhor e mais inovador. E embora seu preço de US$ 2.000 ainda me dê vontade de chorar, o Galaxy Z Fold 2 tem se mostrado um grande sucesso em sua segunda geração. A Samsung já confirmou que o aparelho será lançado no Brasil em outubro, mas não revelou por quanto.

Samsung Galaxy Z Fold 2

O que é
A segunda geração do smartphone dobrável da Samsung

Preço
Nos EUA, US$ 2.000 (R$ 11.190 na conversão direta). Ainda não tem preço oficial no Brasil

Gostei
Uma tela gigante e com taxa de atualização de 120 Hz; design mais refinado; suporte às redes 5G

Não gostei
É um aparelho pesado; não tem certificação oficial contra água e poeira; extremamente caro

O que há de novo

Uma das atualizações mais óbvias no Z Fold 2 é seu design. Com laterais mais finas e acabamento suavizado, o Z Fold 2 parece significativamente mais sólido e bem construído.

A Samsung também redesenhou a dobradiça do Z Fold 2 para que as telas permaneçam fixas independentemente de quão longe estejam abertas. E por ter mais amortecedores no interior da dobradiça para fechar as lacunas no modelo do ano passado, o Z Fold 2 está muito mais preparado para lidar com sujeira. A Samsung até pegou emprestado o vidro fosco do Galaxy Note 20 Ultra para usar no Z Fold 2, o que torna o telefone mais atraente tanto visual quanto texturalmente. Dito isso, é importante lembrar que o Z Fold 2 ainda não tem uma classificação oficial de resistência à poeira ou água. É tudo uma questão de upgrades, e não mágica.

A Samsung também otimizou o design do Z Fold 2 ao cortar o grande entalhe interno da câmera do Fold original e substituí-lo por uma câmera selfie mais simples no formato de buraco. Na verdade, ao optar por apenas um sensor frontal e não dois, como era na geração anterior, eu acho que o dispositivo ficou muito melhor.

Este é o Galaxy Z Fold 2 ao lado do Surface Duo, da Microsoft, um dos principais (e poucos) concorrentes do dispositivo da Samsung.

Pesando 282 g, o smartphone é um pouco mais pesado do que o Fold original, e quando comparado a algo como o Surface Duo, você pode realmente ver por que a Microsoft estava tão comprometida em investir em um telefone dobrável extremamente fino e leve. Portanto, embora o peso do Z Fold 2 não seja um obstáculo, é algo que a Samsung deve ficar de olho para modelos futuros.

Tela

De longe, o trunfo de design mais importante do Z Fold 2 é sua tela de 6,2 polegadas, que agora utiliza totalmente a parte frontal do telefone e não somente uma pequena parte, como era no Galaxy Fold original. Com esse espaço extra, você pode finalmente usar o Cover Display do Z Fold 2 para verificar e-mails, visualizar mapas ou responder mensagens de texto rapidamente sem precisar abrir o gadget no formato tablet.

Claro, em comparação com a maioria dos celulares, digitar em uma tela tão estreita ainda parece um pouco apertado, mas em comparação em como as coisas eram antes, a experiência está bem mais agradável. Isso significa que você pode finalmente usar a tela externa do Z Fold 2 para tarefas curtas, enquanto deixa o painel interno para quando você quiser todo o esplendor de um display maior.

E essa, de fato, é uma experiência magnífica. Além de aumentar o tamanho total de 7,3 para 7,6 polegadas, a Samsung adicionou suporte para uma taxa de atualização variável de 120Hz. Isso permite que o telefone ajuste essa taxa de acordo com o tipo de conteúdo que você está assistindo, ajudando a economizar bateria quando estiver vendo fotos estáticas e aumentando a taxa quando estiver jogando, por exemplo. A Samsung até melhorou a multitarefa do Z Fold, tornando mais fácil usar dois aplicativos ao mesmo tempo, ou mesmo três, se for isso que você precisa. E quando combinada com um brilho máximo de mais de 650 nits, o leve vinco que fica no meio da tela aberta parece menos perceptível.

Pode parecer coisa de vovô babar sobre uma tela de 7,6 polegadas em um telefone. Mas para tantas atividades diferentes, displays grandalhões são simplesmente melhores. Posso assistir a um filme com mais prazer na cama ou jogar sem olhar para as pequenas retículas. E como o Z Fold 2 possui uma tela OLED, é absolutamente incrível para ler e-books com um texto branco em um fundo preto puro.

A película protetora do Galaxy Z Fold 2 tem até uma ondinha em volta da câmera de selfie, o que pode ser um perigo caso você queira limpar a tela.

Contudo, há uma coisa que me deixa meio incomodado: o “protetor de tela” pré-instalado do Galaxy Z Fold 2, que nada mais é do que uma película adicional que reveste todo o painel dobrável. Após o desastre que foi o lançamento do Galaxy Fold original, eu pensei que não havia como a Samsung permitir que algo parecido com aquilo acontecesse novamente. Mas por algum motivo, o Z Fold 2 vem com um protetor de tela que, de acordo com os avisos que acompanham o telefone, “não deve ser removido”, pois isso “pode ​​causar danos ao produto”.

Não me interpretem mal: eu entendo a necessidade de muita cautela quando se trata de um telefone tão caro. O problema é que, como o protetor de tela é pior do que a tela flexível do meu Galaxy Z Flip, a película atrai um pouco mais de impressões digitais e tem bordas que com o tempo podem se soltar. Por isso, imagino que em algum momento os proprietários do Galaxy Z Fold 2 serão forçados a remover essa proteção ou enviar o aparelho para alguma assistência técnica. E é justamente essa a ação que a Samsung espera dos consumidores: que não tentem remover a película por conta própria e levem o smartphone para uma central de atendimento.

Especificações

O Galaxy Z Fold 2 tem especificações poderosas e esperadas para um smartphone topo de linha, incluindo um processador Snapdragon 865+, 12 GB de memória RAM, 256 GB de armazenamento, sensor de impressão digital na lateral, carregamento sem fio e carregamento sem fio reverso, e suporte para as redes 5G. Até os alto-falantes soam mais altos e nítidos, o que significa que as únicas coisas que senti falta aqui foram um conector tradicional de fone de ouvido e um slot para cartão microSD.

A bateria do Z Fold 2 também ficou maior, com 4.500 mAh. E precisa mesmo ter uma bateria boa para aguentar a tela de 120 Hz e 5G. Em nosso teste de vídeo, o Z Fold 2 durou pouco mais de 10 horas com o modo 120 Hz ligado. Isso está abaixo das 17 horas que obtive com o Fold original, e suspeito que habilitar a taxa de 120 Hz faz com que o YouTube consuma mais energia do que deveria, já que, em uso normal, a bateria dura bastante tempo. Muitas vezes, mesmo depois de um dia inteiro de uso, eu ainda tinha 40% ou mais antes de precisar conectá-lo à tomada, por volta da meia-noite.

Câmeras

O Galaxy Z Fold vem com um conjunto de câmeras triplas na parte traseira. Elas incluem um sensor principal de 12 MP, uma lente ultra-angular de 12 MP e uma câmera de telefoto de 12 MP com zoom óptico de 2x. É verdade que em comparação com um Pixel 4, o Z Fold 2 ainda perde quando se trata de qualidade de imagem pura (embora seja próximo). Mas isso não deve ser uma surpresa considerando que mesmo o Galaxy Note 20 Ultra não supera o smartphone do Google de forma consistente.

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Vale a pena?

Para todas as pessoas que desconfiam de produtos de primeira geração (e com razão), o Galaxy Z Fold 2 é o exemplo perfeito de por que faz sentido esperar. Ele é mais rápido, tem um design extremamente refinado e, graças à sua tela flexível aprimorada, é um substituto ainda melhor para uma infinidade de gadgets em sua vida.

É um smartphone, um tablet, um e-reader e quase é um dispositivo de visualização de quadrinhos quase ideal. São três, talvez quatro aparelhos em um, e também uma visão futurística de convergência tecnológica que hoje está disponível para quem estiver disposto a pagar. E graças a uma dobradiça mais forte e estável, o Z Fold 2 deve trazer menos problemas técnicos de funcionamento do que a geração anterior.

A única coisa que a Samsung não acertou foi no preço: US$ 2.000 (R$ 11.190 na conversão direta, sem impostos) não é apenas caro – é quase totalmente absurdo. E não posso culpar ninguém por torcer o nariz ou nem passar pela sua mente em querer comprá-lo, justamente pelo custo elevado. A primeira geração do Fold chegou ao Brasil R$ 12.999, mas naquela época o dólar estava em média R$ 4,10. Agora com a moeda batendo quase R$ 6,00, podemos esperar um valor ainda mais salgado.

Para quem já sonhou com uma tecnologia que permite que os telefones façam mais, o Galaxy Z Fold 2 é um pioneiro nesta era em que os celulares estão se transformando. O produto oferece uma experiência diferente de qualquer outra coisa no mercado, então embora esse preço possa não fazer nenhum sentido, de alguma forma ainda não é completamente estranho.

Conclusões

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