[Review] Samsung Style 2 em 1: usando um notebook que também quer ser tablet

A Samsung tem um leque bem amplo de opções de notebooks no mercado. Uma dessas opções é o Style 2 em 1, um produto que se propõe em ser um híbrido entre laptop e tablet. Mas ele não é um daqueles dispositivos que destacam a tela do teclado, não. É daqueles que giram a tela […]

A Samsung tem um leque bem amplo de opções de notebooks no mercado. Uma dessas opções é o Style 2 em 1, um produto que se propõe em ser um híbrido entre laptop e tablet. Mas ele não é um daqueles dispositivos que destacam a tela do teclado, não. É daqueles que giram a tela 180º e aí você transforma em um… trambolho. Eu passei alguns dias com o híbrido da Samsung e tive sensações mistas ao usá-lo. Aqui estão as minhas impressões.

O que é?

Um notebook híbrido com tela touch de 13,3 polegadas FullHD, carregamento rápido e processador Intel Core i5 de 7ª geração (i5–7200U dual-core de 2,5 GHz). São 4 GB de RAM DDR4 de 2.133 MHz, a GPU é a Intel HD Graphics 620. Em questão de armazenamento, são 500 GB, com HD de 5.400 RPM.

Ele roda o Windows 10 Home, tem teclado retroiluminado (layout americano) e muitas portas: três USB-A (duas 2.0 e uma 3.0), uma USB-C, saída de vídeo HDMI, plug para fone de ouvido de 3,5 mm, e leitor de microSD – sem contar o plugue para o carregador. Wi-Fi 802.11 ac e Bluetooth 4.1 completam a parte burocrática das especificações. São 1,8 kg em dois centímetros de espessura.

Samsung Style 2 em 1 e MacBook Air de 13″, para efeito de comparação de tamanho e espessura

O modelo que testamos, com processador i5, tem preço sugerido R$ 3.399. Existe uma versão mais barata, com o processador Core i3, que custa cerca de R$ 2.499.

Usando

As primeiras horas no Style 2 em 1 foram no modo notebook. Instalei os programas que precisava para trabalhar e alguns para me divertir (leia-se Hearthstone) e voltei a me aventurar no mundo Windows – já faz um tempinho que o meu computador principal é um MacBook Air. Como o teclado dele segue o padrão americano e é no estilo “chiclete”, não tive dificuldades na adaptação. As teclas são silenciosas, tem um espaçamento bom o suficiente e a retroiluminação dá para o gasto quando você está no escuro.

Já o trackpad não me agradou nem um pouco. Apesar de ele ter um tamanho bom o bastante e ter uma sensibilidade razoável, com suporte a gestos do Windows e tudo mais, o componente tem uma sensibilidade para toques leves muito irritante. Parece que a peça tá meio solta dentro daquele quadradinho – com um toque mínimo você sente que ela está mexendo, e isso nem quer dizer que você deu um clique forte, porque ele também tem essa resposta tátil.

Teclado retroiluminado e trackpad irritante

Apesar da irritação, continuei usando o trackpad para as tarefas do dia a dia e, bem, dá para o gasto. O que não dá muito para o gasto é a bateria do Style 2 em 1: utilizando o Google Chrome com oito abas abertas, entre elas o Trello, Gmail, o publicador do Gizmodo, meu editor de texto, Facebook e Twitter (que é, geralmente, o necessário para tocar o dia por aqui no Giz) e brilho em 60%, a máquina pediu tomada depois de pouco mais de três horas de uso.

Decidi testar o Edge, que a Microsoft diz ser mais eficiente com gerenciamento de energia, e tive um ganho. Mas não foi grandes coisas: com 3h50 de uso eu precisei ligar o notebook na tomada. Quando usei ele no modo tablet para ver vídeos e filmes, o cenário melhorou mais um pouco: foram cinco horas de reprodução de conteúdo no Edge, alternando entre YouTube e Netflix. Em compensação, ele tem a tecnologia de carregamento rápido: para dar uma carga completa são necessárias duas horas.

Este é um jeito de usar o modo tablet, apoiando a parte do teclado na mesa

A descrição do meu uso do notebook para o trabalho é basicamente essa que eu fiz há pouco: cerca de oito abas abertas em um navegador. Fora isso, também instalei o Spotify e recorri ao GIMP para quando precisava fazer alguma edição simples de imagem. Sofri com o desempenho da máquina: primeiro que 4 GB de RAM, hoje em dia, parece pouco; depois, o HD prejudica muito a performance geral da máquina – Samsung, dê uma opção de SSD! Abrir um programa, consultar arquivo, pesquisar algo no Menu Iniciar… Tudo isso passava a levar mais segundos do que deveriam após algumas horas de uso, parecia que o computador ia cansando. E é basicamente isso mesmo o que acontece quando você tem um conjunto de pouca RAM e um disco rígido.

Este é o modo tenda. Não tem muita utilidade

A tela, pelo menos, me surpreendeu: além da resolução FullHD, o display tem uma gama de brilho boa o bastante e as cores são vivas. Ele tem suporte a HDR em vídeos também, o que é um ponto positivo, principalmente agora que vários serviços estão embarcando nessa tecnologia. O esquema de girar ela em 180º é mais um truque engraçadinho para mostrar para os colegas do que útil. É claro, tem o modo tablet, mas é muito esquisito pegar um dispositivo com dois centímetros de espessura e quase dois quilos para mexer como se fosse um tablet. Não é nem um pouco confortável. O modo tenda, quando você faz uma espécie de cabana, é legal para assistir um filme, e só.

Conclusão


Notebooks bons e baratos no Brasil são raridade, e já faz anos que é esse o cenário nacional. A ideia de laptop híbrido que se dobra e desdobra não faz muito sentido, pelo menos para o meu estilo de uso. Com uma grana a mais, ou sem a pretensão de pegar um híbrido, existem opções: o Dell Inspiron 15 7000, que pelo menos no papel tem especificações melhores e combina o HD com um SSD (custa cerca de R$ 1 mil a mais), e tem o Samsung Expert X51, que vem com processador Core i7, 8 GB de RAM e chip gráfico dedicado, e é vendido por R$ 3.499,99 – a proposta desses produtos é outra, mas o desempenho, pelo menos no papel, é superior. Tenha isso em mente se estiver procurando performance.

Mas, em meio a esse tipo de híbrido, o Style 2 em 1 da Samsung não é o patinho feio; existem opções piores do que ele. Se você está considerando pagar R$ 3.399 nele, tenha em mente que estará levando para casa um produto com acabamento de plástico, bateria fraca para a proposta de mobilidade e desempenho mediano que vai piorando com o tempo (graças ao HD). Para compensar, você leva uma tela de alta qualidade com touchscreen e um teclado bom o suficiente. Para pessoas que não mexem com edição de fotografia ou vídeo e não são de abrir muitas abas no navegador, ele vai bem. Eu gostei de usar o aparelho durante meu tempo livre, para ler artigos, ver uns vídeos e filmes, dar uma olhada no Facebook; no trabalho, eu precisei de mais desempenho, e aí foi meio frustrante usá-lo como computador principal.

Todas as fotos: Alessandro Junior/Gizmodo

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