[Review] Sony Ericsson Xperia X10 mini

Colocando o X10 mini do lado do X10 original, não é preciso muito esforço ou QI para entender o objetivo de cada um deles: enquanto o maioral é um carrão cheio de cavalos, pintura lateral e testosterona em excesso, sua versão mini pode ser comparada a um xará, o Mini Cooper, uma versão menor dos smartphones comuns, mas sem perder muito o charme ou a potência, e com um ar mais unissex. O bom é que a Sony Ericsson não quis transformá-lo numa peça para poucos, como o pequeno carro, e etiquetou o X10 mini com preço bem mais aceitável. Mas isso é o bastante para ele entrar de vez no seu bolso?

Colocando o X10 mini do lado do X10 original, não é preciso muito esforço ou QI para entender o objetivo de cada um deles: enquanto o maioral é um carrão cheio de cavalos, pintura lateral e testosterona em excesso, sua versão mini pode ser comparada a um xará, o Mini Cooper, uma versão menor dos smartphones comuns, mas sem perder muito o charme ou a potência, e com um ar mais unissex. O bom é que a Sony Ericsson não quis transformá-lo numa peça para poucos, como o pequeno carro, e etiquetou o X10 mini com preço bem mais aceitável. Mas isso é o bastante para ele entrar de vez no seu bolso?

Antes de tudo, aqueles números que todo mundo gosta de comparar: o X10 mini tem como cérebro um processador Qualcomm MSM7227 de 600 MHz da família ARM11, câmera de 5 megapixels, tela de LCD com 2,5 polegadas sensível ao toque, capacitiva e com resolução de 240 por 320 pixels, entrada microUSB, entrada para fone no padrão 3,5mm, Wi-Fi no padrão b/g, Bluetooth, GPS e 3G, rodando um Android 1.6 (a SE promete a atualização para a versão 2.1 no fim do ano) com a interface Rachael, da Sony Ericsson. São números de respeito. A questão é saber se eles se transformam em palavras e elogios de respeito. Confira.

Design e Bateria

Não é ofensa nenhuma dizer que o X10 mini é um filho bastardo do X10 com um MPX falsificado, daqueles minúsculos que você vê pelas ruas fazendo barulhos estranhos. A mistura da pedigree da Sony Ericsson com o tamanho diminuto é bem-vinda por aqui. São 8,3 cm de altura por 5,0 cm de largura. Na minha mão, ele parecia perdido. Não é difícil escondê-lo na palma da mão, mas também é fácil perceber que a cirurgia teve seu preço: ele ganhou 0,3 centímetro a mais de espessura, em comparação ao X10, alcançando 1,6 centímetro. No geral, ele não parece tão gordinho, mas pode incomodar aqueles que buscam as curvas perfeitas e baseiam-se na moda anoréxica das passarelas.

Falando em curvas, ele segue aquele padrão que a Sony Ericsson batizou de “curvatura humana”, presente no X10 e que deverá ser padrão para os próximos smartphones da marca. A escolha parece inteligente. Ao lado de outros smartphones atuais, como o Motorola Milestone ou mesmo seu concorrente direto, o FlipOut, o X10 mini parece à frente no quesito design, juntando funcionalidade – ele encaixa perfeitamente na mão e no bolso, além de ter boa construção – e beleza, para delírio de Dieter Rams. Na mão de mulheres faz muito sucesso – o formato e o tamanho do aparelho agradaram todas as pessoa do sexo feminino para as quais eu o mostrei. Há poucos botões, apenas três frontais – os mesmo do X10 – e dois laterais, um para câmera e outro para volume. No topo, o botão que liga e desliga o aparelho. 

A capa protetora da bateria é de plástico e não é das mais confiáveis. Por isso, a Sony Ericsson matou dois coelhos com uma cajadada só ao vender o aparelho com uma capa extra, de outra cor – há a combinação preto/prata e branco/rosa – para acalmar aqueles que sofrerem com a primeira capa e para os adolescentes que, segundo todos os gerentes de marketing de empresas de celular, “adoram várias opções de cores”.

Deixando essa discussão filosófica de lado, o detalhe curioso é que a bateria do X10 mini não é removível. Mas isso pode não ser um problema, dada sua performance. Possivelmente pela diminuição da tela, o smartphone teve duração de bateria incomum aos Androids, famosos por consumirem baterias como água. Em uso diário, com Wi-Fi e GPS ligado, só foi necessário carregá-lo de três em três dias. Em uso intenso – leia-se exibição de vídeos, música, Wi-Fi e 3G ligado, Seemic rodando de fundo e câmera sendo usada algumas vezes – ele aguentou mais de 10 horas, um recorde em meus testes.

Mini Android

Se o Android fosse uma entidade, aposto que ele declararia que sempre esteve mais acostumado com telas com mais de 3 polegadas e que foi um desafio se acomodar aos 2,5” do X10 mini, mas que o time estava unido na busca dos três pontos. Como ele não fala, nós traduzimos seu pensamento: “obrigado, Sony Ericsson, pelo tapa”. Nós não somos muito fãs de redesenhos da plataforma Android, já que hoje ela acarreta mais problemas do que soluções. Porém, a escolha dos elementos do sistema Rachael se encaixa bem no X10 mini. Primeiramente, esqueça o Mediascape. Mesmo sendo o elemento mais interessante da interface da Sony Ericsson, ele não faz muito sentido numa tela tão pequena. Já o Timescape está de volta, com o mesmo excesso de informação e um certo caos se você seguir mais do que 5 pessoas no Twitter.

Mas é nas novidades que a Sony Ericsson acertou: para facilitar a vida de quem tem dedos grandes, o X10 mini tem um sistema de “abas inteligentes” nos quatro cantos da tela. Assim, na página inicial, há atalhos grandes e fáceis para seus contatos, ligações, player de música e Timescape. Entrando na modo câmera, por exemplo, os ícones laterais mudam, acionando a opção de filmar, deletar fotos, abrir o álbum. Assim, não é preciso muito esforço, já que a resposta ao toque da tela capacitiva é muito boa. Outra solução interessante é na hora de escrever mensagens. Claro, não é muito fácil, já que o teclado é alfanumérico, mas é só deslizar a aba para a direita para abrir os numerais, ou para a esquerda para caracteres especiais. É uma (boa) tentativa de facilitar o complexo. Mesmo assim, para quem vive teclando, a ausência do teclado físico ou mesmo de um QWERTY touch é cruel.

Apesar da ajuda da Sony Ericsson, vários aplicativos não se encaixam ao formato da tela do X10 mini. Esqueça jogos, emuladores ou qualquer coisa que exija espaço. Jogar títulos do Super Nintendo no SNESDroid é praticamente impossível. Há assim uma limitação das propriedades do Android, o que pode incomodar quem esperava usar todos os aplicativos. Felizmente, a resolução da tela parece o necessário para leitura de textos longos, sem machucar os olhos – mas nada de ler livros inteiros no aplicativo do Kindle. Menção honrosa ao player da Sony Ericsson, que é muito melhor do que o original do Android – mas o Pedro já dissecou a “herança do Sony Walkman” no review do X10. Dê uma lida clicando aqui.

Câmera

Com 3.1 megapixels a menos do que seu progenitor, o X10 mini é esperto e aposta em alguns truques para transformar seu sensor de 5 megapixels em algo atraente. Comparando as fotos do X10 mini com o Sony Ericsson Vivaz, com 8.1 megapixels, é perceptível a diferença de cores. Enquanto o Vivaz cria imagens com cores mais fiéis à realidade, o X10 mini abusa da saturação, com cores mais fortes. Como na câmera do iPhone 4, as fotos podem ser menos reais, mas são mais atraentes. Enquanto fotógrafos profissionais preferem as fotos cruas, para quem pretende usar a câmera do smartphone como opção secundária, nada melhor do que já tê-las exageradamente coloridas e poupar alguns ajustes no Photoshop e afins.

Mas isso, claro, não esconde seus ruídos já comuns às câmeras de 5 megapixels de smartphones. É quase criminoso tirar fotos à noite, e seu flash – que é mais uma luz LED que ilumina o que está ao redor – pode quebrar um galho, mas não esconde o ar tosco que grande parte das câmeras embutidas em celulares têm. Qualquer câmera point & shoot comum obtém melhores resultados. O mesmo se aplica aos vídeos, extremamente ruidosos. Vale ressaltar a velocidade dos disparos, mais veloz do que o padrão, eliminando um fator comum e irritante. 

    

    

Os dois lados de ser pequeno

Enquanto os smartphones crescem e atingem telas de 4 ou 5 polegadas, perdendo a noção de identidade e quase atingindo tablets, há também um processo de diminuir os aparelhos. Grande parte disso é por conta do mercado lotado de dumbphones pequenos e com recursos limitados que vendem como água – por aqui, os principais representantes são o Corby e o Star, da Samsung, o Motorola MotoCubo e o Cookie, da LG. Enquanto esses aparelhos divertem aos poucos, muita gente quer mais recursos, quer explorar o novo mundo dos smartphones,  sem gastar um rio de dinheiro em aparelhos topo de linha. 

É nesse meio-termo que o X10 mini mora – o degrau “cansei de meu dumbphone e quero um smartphone”, cada vez mais comum no Brasil. Para quem nunca viveu com um Android e seu Market no bolso, nem abusou do Wi-Fi gratuito de algum restaurante ou do lento, mas funcional 3G brasileiro, o X10 mini é uma ótima opção. Mas para quem já sabe de cor tudo isso que eu falei e não vai se empolgar com uma tela sensível ao toque, ele pode causar mais irritações do que alegrias, efeito de sua tela diminuta que limita as habilidades do Android e causa certo desconforto para escrever mensagens.

O ponto positivo da chegada do X10 mini, assim como seu concorrente direto, o Motorola FlipOut, é que eles podem ser arquétipos para um novo mercado: o de smartphones com boa configuração e bons sistemas operacionais e, claro, bons preços. Nem todos precisam de telas de 4 polegadas, ou câmeras de 8 megapixels. Mas também, nem todos querem celulares lentos, telas com péssima resposta e nenhuma conectividade. Para esse enorme nicho, o X10 Mini é uma ótima opção. Ele pode ser o primeiro smartphone de seu primo, de sua namorada ou até de seus pais. Mas não será o smartphone de pessoas como nós, malucas por celulares.

O Sony Ericsson X10 mini está sendo vendido por 899 reais, desbloqueado, no varejo. Nas operadoras, ele já está disponível na Claro, por 999 reais, valor escolhido pela operadora – a SE havia dito que ele chegaria às operadoras por cerca de 799 reais. Em breve, o aparelho chegará na TIM e na Vivo.

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