Robô avatar dá nova cara ao mercado de trabalho
Os cientistas sempre estiveram em busca de tornar robôs mais próximos do dia a dia das pessoas, programando-os para realizarem tarefas cotidianas ou apenas facilitar a vida das pessoas. Um bom exemplo disso, é o projeto “Everyday Robots”, que consiste no testes de robôs para limpar os escritórios da sede do Google. Outra tendência muito interessante que está cada vez mais ganhando espaço ao redor do mundo é a utilização dos robôs avatares, que pode revolucionar o mercado de trabalho.
Um bom exemplo da utilização do robô avatar é o Dawn Avatar Robot Café, localizado em Tóquio, maior cidade do Japão que está largando à frente na tendência. Os clientes da cafeteria, ao invés de serem servidos por garçons convencionais — humanos — são servidos por robozinhos de 1,20m. As máquinas são controladas remotamente por pessoas que, obviamente, não podem passar muito tempo fora de seus postos de trabalho ou se distraírem com qualquer coisa para não atrasar nenhum pedido ou atropelar algum cliente acidentalmente.
Os robôs são equipados com sistemas de microfone e alto-falante que possibilitam que os operadores possam conversar com clientes para anotar seus pedidos, por exemplo.
O projeto Dawn Avatar Robot Café é uma preocupação pessoal do CEO e cofundador da OryLab, Kentaro Yoshifuji, que passou parte de sua infância em instalações hospitalares em razão de problemas de saúde e por quase três anos não pôde frequentar a escola. Desde esse período difícil, Yoshifuji passou a pensar em uma maneira de utilizar a robótica para combater a solidão e a sensação de isolamento.
Outra empresa japonesa que está investindo forte no segmento é ANA Holdings, que tem um ambicioso projeto de utilizar robôs como guias turísticos, como tutores de treinamentos empresariais, recepcionistas e assistentes de atendimento ao cliente.
A ANA Holdings fez uma parceria com a OryLab e a Nippon Foundation para colocar em prática uma versão de teste do Dawn Café, que funcionou por duas semanas. Os avatares foram controlados de forma totalmente remota por dez pessoas portadores de deficiência, inclusive algumas graves como a esclerose lateral amiotrófica e também a atrofia muscular espinhal.
No atual estágio da tecnologia, foi possível que os operadores pudessem operá-las apenas pelos movimentos dos olhos. E é inegável que quanto mais a tecnologia for avançando, ficará ainda mais inclusiva, podendo incluir cada vez mais pessoas que são excluídas do mercado de trabalho em razão de deficiências.
Mas não é só no Japão que os robôs avatares já estão realizando seus primeiros trabalhos. Na Alemanha, um avatar foi usado para substituir uma criança com problemas de saúde na escola. Graças ao sistema de microfone e alto-falante do dispositivo, o menino pôde interagir com as outras crianças da classe e com o professor.
O secretário distrital responsável pelo sistema de educação do local no qual o menino reside, Torsten Kuehne, afirmou que “De vez em quando, por várias razões, uma criança não pode ir à aula pessoalmente. Então, o avatar pode dar a essa criança a chance de continuar fazendo parte da comunidade escolar”. A utilização do dispositivo foi pensada para a pandemia, mas o secretário acredita que a utilização do dispositivo pode ser a realidade também no mundo pós-pandemia.