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Robô tira fotos do que pode ser combustível nuclear derretido dentro de reator de Fukushima

Robô da Tepco trouxe informações que os humanos ainda não havia conseguido de dentro da hostil instalação de Fukushima

Um dos vários robôs valentes feitos para fazer viagens só de ida para os reatores severamente danificados da usina nuclear de Fukushima Daiichi conseguiu o que seus compatriotas menos afortunados não fizeram: enviar para o mundo fotos do que parece ser combustível nuclear derretido do interior da instalação arruinada.

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O robô Toshiba, controlado remotamente, que é similar em design a um submarino, conseguiu obter alguns vislumbres de uma “substância endurecida de cores preta, cinza e laranja”, agrupada abaixo do reator número 3, noticiou a Bloomberg na última sexta-feira (21). Funcionários da Tokyo Electric Power Co. Holdings Inc. acreditam que a substância é o resíduo de barras de combustível atômico, que derreteu e se fundiu com outros componentes estruturais do reator.

Imagens do que cientistas acreditam ser combustível nuclear derretido, agrupado abaixo do reator nº 3 em Fukushima (Imagem: Tepco)

Identificar com precisão onde os materiais derretidos estão e do que eles são compostos é essencial para os esforços de limpeza atuais da Tepco.

“Nunca antes tiramos fotos tão claras do que poderia ser combustível derretido”, disse o agente Takahiro Kimoto a jornalistas, segundo a Bloomberg. “Nós acreditamos que o combustível se fundiu e misturou com o metal diretamente embaixo dele. E é altamente provável que tenhamos filmado isso na sexta-feira.”

Após o terremoto e o tsunami Tōhoku, de 2011, desencadearam o colapso da planta, mais de 100 mil pessoas foram evacuadas de um raio de 48,2 quilômetros da instalação. Os reatores em Fukushima permanecem extremamente perigosos: em fevereiro de 2017, os níveis de radiação dentro do reator nº 2 atingiram pelo menos 650 sieverts por hora, o suficiente para fritar uma pessoa em segundos e destruir componentes eletrônicos dentro dos robôs da Tepco.

Embora espera-se que a limpeza leve décadas, a um preço estimado de US$ 72 bilhões, as autoridades estão confiantes de que a área em torno da planta agora está tão segura que eles começaram o processo de reassentamento de evacuados no ano passado.

[Bloomberg]

Imagem do topo: AP

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