Rochas no Japão dão pista de extinção gigante da Terra

Além de revelar informações sobre o evento catastrófico, a análise das rochas aponta para a possibilidade dessa extinção se repetir.
Cientistas analisaram rochas no Japão para identificar pistas sobre um dos eventos de extinção na Terra
Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

Análises em rochas do Monte Ashibestu, no Japão, revelaram informações importantes sobre um dos maiores eventos de extinção da Terra, o chamado EAO 1a (Evento Anóxico Oceânico 1a).

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Há 119,5 milhões de anos, um episódio ambiental climático removeu o oxigênio de todos os oceanos da Terra, resultando numa grande extinção da vida marinha. Além disso, o EAO 1a está relacionado a gigantescas erupções que lançaram quantidades enormes de CO2 na atmosfera e nos oceanos.

Agora, cientistas analisaram rochas no Japão para identificar a duração dos impactos de um dos maiores eventos de extinção da Terra.

Consequências do evento de extinção ficaram na Terra por 1 milhão de anos

De acordo com um estudo, publicado no final de novembro, que representa a cronologia mais detalhada de um evento anóxico oceânico, o EAO 1a durou cerca de 1,1 milhão de anos.

Para chegar à datação do evento de extinção, os cientistas analisaram rochas de cinzas de vulcão (ou tufos) em Hokkaido, norte do Japão. Essas rochas se formaram por atividade vulcânica antiga e subiram à superfície através do processo tectônicos, durante a formação das ilhas japonesas.

Portanto, os sedimentos servem como marcadores temporais graças aos métodos de datação isotópica, usados pelos cientistas para identificar a idade das rochas e sua correlação a depósitos sedimentares.

As análises isotópicas de carbono forneceram maiores evidências sobre as mudanças no ciclo de carbono. Já as análises de ósmio foram importantes para entender a atividade vulcânica.

Rochas do japão mostram que a história pode se repetir

Esses dados obtidos pelas rochas das montanhas do Japão foram cruciais para descobrir o momento exato do EAO 1a e como um dos maiores eventos de extinção se conecta à erupção do complexo Ontong Java Nui.

O complexo era uma das grandes províncias ígneas cujas erupções durante o cretáceo injetaram enormes quantidades de CO2 na atmosfera. Tais erupções causaram a acidificação e a expulsão de oxigênio dos oceanos.

Essas condições geram eventos anóxicos oceânicos, que resultam na extinção de organismos marinhos, afetando os ecossistemas da Terra.

O que a descoberta do estudo destaca é que eventos de aquecimento global por CO2 podem durar muito tempo e os impactos dos eventos associados. Mas, além disso, o estudo serve como alerta para os dias atuais.

“Já localizamos zonas com baixos níveis de oxigênio no Golfo do México. A diferença é que o desenrolar desses eventos do passado demorava centenas de milhões de anos, mas, hoje, estamos chegando a níveis similares de aquecimento (ou maiores) em menos de 200 anos”, afirma Brad Sageman, coautor do estudo.

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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