A sonda Rosetta encontrou os blocos básicos da vida em um cometa

Pela primeira vez detectamos compostos químicos importantes para a vida em um cometa - é indício de que a vida começou aqui a partir de um impacto de um asteroide ou cometa.

Cientistas há muito debatem a possibilidade dos ingredientes fundamentais para a vida terem chegado ao nosso planeta através de cometas ou asteroides. Uma nova descoberta sobre a “atmosfera difusa” do cometa em que se encontra a sonda Rosetta pode dar crédito a essa história.

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A Agência Espacial Europeia anunciou na sexta-feira (27) que a sonda Rosetta descobriu alguns dos ingredientes fundamentais para a vida no cometa 67P, incluindo fósforo e o aminoácido glicina.

Assim, é possível que o impacto de pequenos corpos em uma Terra em formação “[aumentaram] drasticamente a concentração de compostos químicos relacionados à vida devido ao impacto em um corpo aquático fechado,” de acordo com o artigo publicado na Science Advances.

A glicina foi encontrada em 2006 em amostras coletadas do cometa Wild-2, mas a “possível contaminação terrestre” fez a análise ficar complicada de ser realizada. Os cientistas elogiaram o recente evento devido à natureza limpa das amostras.

“Essa é a primeira detecção inequívoca de glicina em um cometa,” disse Kathrin Altwegg, investigadora principal do instrumento que fez as medições.

A glicina é normalmente encontrada em proteínas, enquanto o fósforo é fundamental para a formação do DNA. No artigo, os cientistas também disseram ter encontrado outros compostos orgânicos, como sulfeto de hidrogênio e cianeto de hidrogênio.

As descobertas da Rosetta são importantes por causa da natureza imutável dos corpos celestes como cometas. Em contraste, a Terra atravessou algumas mudanças drásticas desde a sua formação há bilhões de anos.

“O ponto mais importante é que o cometa não mudou nada em 4,5 bilhões de anos: eles nos oferecem acesso direto a alguns dos ingredientes que acabaram na sopa pré-biótica que resultou na origem da vida na Terra,” diz o co-autor do estudo Hervé Cottin.

[Agência Espacial Europeia, Science Advances]

Foto: AP Images

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