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Roubos de identidade online estão disparando em países emergentes, com destaque para o Brasil

Novos dados revelam que a circulação global de identidades roubadas está levando a enormes mudanças no crime cibernético em todo o mundo, com países em desenvolvimento, como o Brasil, cultivando economias online recentemente formadas, responsáveis por uma grande quantidade das atividades de contas falsas e roubadas. De forma notável, conforme os mercados de comércio eletrônico […]

Novos dados revelam que a circulação global de identidades roubadas está levando a enormes mudanças no crime cibernético em todo o mundo, com países em desenvolvimento, como o Brasil, cultivando economias online recentemente formadas, responsáveis por uma grande quantidade das atividades de contas falsas e roubadas.

De forma notável, conforme os mercados de comércio eletrônico na América Latina continuam se expandindo, incidentes de fraude estão começando a disparar. Identidades roubadas e forjadas, usadas para criar contas falsas, estão se tornando um mercado em si.

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O ThreatMetrix, divisão de soluções de ameaças do serviço de pesquisa LexisNexis, relata o florescimento de fraude no mundo em desenvolvimento, em grande parte envolvendo o abuso de identidade, com ênfase particular na América do Sul.

“A expansão global do cibercrime está sendo impulsionada por economias em desenvolvimento que têm, recentemente, surgido como grandes perpetradoras de fraude, criando novos epicentros de cibercrime a partir de ataques que vão além de suas próprias fronteiras, chegando às regiões ao seu redor”, diz a empresa.

O ThreatMetrix cita como exemplo uma onda de ataques baseados em identidade vindos do Brasil, tendo países vizinhos como Colômbia e Argentina como principais alvos, além dos EUA e do Reino Unido. No começo deste ano, o Brasil chegou ao top cinco em uma lista de nações infratoras.

“Bilhões de usuários online estão gerando enormes quantidades de dados, e, infelizmente, está ficando cada vez mais fácil para os cibercriminosos roubar e monetizar isso, independentemente de onde estejam no mundo”, disse Vanita Pandey, vice-presidente de marketing e estratégia de produto do ThreatMetrix.

“Dados roubados dão ao cibercrime uma máscara fraudulenta, conforme eles tomam identidades para abrir novas contas, assumem o controle de contas de usuário legítimas ou fazem transações fraudulentas”, disse Pandey.

No primeiro trimestre de 2018, pesquisadores registraram mais de 150 milhões de transações rejeitadas, indicando que a fraude online está crescendo; o número representa um aumento de 88% em relação ao mesmo período em 2017.

Além disso, economias novas e emergentes — Egito, Coreia do Sul, Equador, Ucrânia e Vietnã sendo usadas como exemplos — contribuíram para 820 milhões de ataques com bots visando sites de comércio eletrônico em todo o mundo.

O ThreatMetrix relata:

Esses ataques seguem sendo focados no abuso de identidades e em testes. Como resultado, as taxas gerais de ataque em logins de contas e criação de contas novas cresceu constantemente no setor de e-commerce, com fraudadores visando assumir o controle de contas para acessar informações pessoais sensíveis e cartões de crédito salvos.

Especificamente, registros fraudulentos de contas novas aumentaram em mais de 30% no ano anterior, com os fraudadores utilizando as exigências relativamente modestas de inscrição de varejistas de e-commerce como terreno fértil para testar credenciais de identidade roubadas. E esses testes frequentemente servem como uma porta de entrada para futuros ataques em outras indústrias.

Ataques na criação de contas móveis, por sua vez, cresceram em 150% no primeiro trimestre de 2018, em comparação com o mesmo período no ano passado.

Segundo o ThreatMetrix, atualmente, 58% de todas as contas são criadas e 51% das transações financeiras são finalizadas por meio de dispositivos, um aumento de 200% desde o começo de 2015.

Imagem do topo: Getty

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