Rússia bloqueia milhões de IPs de Amazon e Google em tentativa falha de banir o Telegram

O governo russo ordenou que o app de mensagens Telegram fosse banido na semana passada por não entregar as chaves de criptografia às autoridades. Porém, como prometeu o fundador do app, o serviço ainda está funcionando. Agora, a Rússia está quebrando a internet no país, bloqueando milhões de endereços de IP em uma tentativa dispersa […]

O governo russo ordenou que o app de mensagens Telegram fosse banido na semana passada por não entregar as chaves de criptografia às autoridades. Porém, como prometeu o fundador do app, o serviço ainda está funcionando. Agora, a Rússia está quebrando a internet no país, bloqueando milhões de endereços de IP em uma tentativa dispersa de suprimir o Telegram.

• Rússia determina bloqueio do Telegram em todo o país
• França está criando seu próprio “rival do WhatsApp” para evitar espionagem

Na segunda-feira (16), o site russo Meduza noticiou pela primeira vez que mais de dois milhões de IPs dos servidores de Amazon Web Services e Google Cloud estavam sendo bloqueados. Nesta terça-feira (17), um site especial criado para rastrear os bloqueios colocou o número em mais de 15 milhões.

O Roskomnadzor, o Serviço Federal da Rússia para Supervisão de Comunicações, Tecnologia da Informação e Mídia de Massa, tem a tarefa de obter chaves de criptografia para todos os serviços da web no país e impor bloqueios. O Telegram contestou o pedido por princípios e motivos técnicos, dizendo que não poderia entregar chaves de criptografia mesmo se quisesse, porque elas são geradas e armazenadas em dispositivos de usuários individuais. De acordo com a Bloomberg, o Telegram é o único aplicativo a ser banido na Rússia por não dar acesso às backdoors às autoridades.

Após a decisão do tribunal de seguir com a proibição, o fundador do app, Pavel Durov, alertou os usuários para não excluir ou reinstalar o aplicativo, porque ele ainda poderia lhes enviar notificações. Durov disse ainda que “o Telegram usará métodos embutidos para contornar o bloqueio, que não exigem etapas extras dos usuários”.

(“Eles já bloquearam 2 milhões de IPs da Amazon, 1 milhão de IPs do Google, e isso não é tudo. Mas o mais engraçado nessa bagunça é que o Telegram ainda está funcionando, sem usar VPR ou Proxy…”)

Como aponta o Bleeping Computer, o Telegram transferiu seus servidores para a Amazon e para o Google para contornar a proibição, e os russos no Twitter estão reclamando que jogos online e outros serviços estão sendo afetados pelos bloqueios de IP. Ainda assim, o Telegram persiste. Na manhã de terça-feira, o Gizmodo entrou em contato com um punhado de pessoas em Moscou que confirmou que o app estava funcionando para elas sem a necessidade de uma VPN.

Segundo a Reuters, o Roskomnadzor “solicitou” que a Apple e o Google removam o Telegram de suas respectivas lojas de aplicativos. Entramos em contato com as duas empresas para perguntar se elas pretendem cumprir a solicitação, mas não recebemos uma resposta imediata.

Os advogados do Telegram ainda estão trabalhando em um processo de apelação, e Durov continua defendendo seu caso em público. Na segunda-feira, ele alertou que “a segurança nacional da Rússia vai diminuir, já que parte dos dados pessoais de cidadãos russos vão passar de uma plataforma que é neutra para a Federação Russa para o WhatsApp/Facebook, controlado pelos Estados Unidos”.

[Bleeping Computer, Reuters, Meduza]

Imagem do topo: Telegram

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas