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É assim que o Safari vai evitar que anúncios te monitorem na internet

O Safari receberá uma atualização que irá previnir que aqueles anúncios irritantes te sigam de um site para o outro enquanto você navega pela internet

O Safari receberá uma atualização que irá prevenir que aqueles anúncios publicitários irritantes te sigam de um site para o outro enquanto você navega pela internet e que tentem te apressar a comprar aquele item que você procurou na Amazon há duas semanas.

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Craig Federighi, vice-presidente sênior de engenharia de software da Apple, anunciou a mudança na conferência de desenvolvedores da empresa na segunda-feira (5) – e a promessa em si já é o suficiente para me fazer querer sair do Chrome e voltar para o navegador deles.

A Apple está chamando a atualização de “Prevenção Inteligente de Monitoramento”, e os usuários terão essa experiência quando atualizarem para a última versão do macOS, o High Sierra, que será liberado ainda neste ano.

A Prevenção Inteligente de Monitoramento é a tentativa da Apple de utilizar melhor os cookies e resguardar a privacidade dos usuários em sites intrusivos, isto é, sem quebrar totalmente com os logins realizados em serviços de terceiros dentro dessas páginas – um equilíbrio entre a privacidade e a conveniência.

Para entender como esse sistema funciona, primeiro você precisa saber que todos esses anúncios seguem você pela internet. Os anunciantes utilizam cookies de terceiros para te monitorar enquanto você clica da Amazon para o Facebook, para o Walmart e assim por diante. Esses cookies permitem que os anunciantes saibam o navegador que você está utilizando e quais tipos de itens você está comprando.

Mas esse mesmo tipo de cookies funciona para aqueles cenários “Entre com minha conta X em site Y” – então a Apple não pode bloqueá-los por completo sem criar dores de cabeça para os usuários que fazem login em outros sites utilizando suas contas do Facebook ou Google.

Para permitir esse tipo de cenário de login e prevenir o monitoramento dos anúncios, o Safari vai considerar a frequência com que um usuário interage com sites específicos:

Imagem: Screenshot/Apple

Nas primeiras 24 horas após uma visita em um determinado site, os cookies fazem um jogo limpo (então você pode perceber um anúncio para um item que você procurou há poucos minutos).

Depois de um dia, o Safari irá dividir os cookies, então eles ainda poderão ser utilizados para logins, mas não para o rastreamento entre-sites. Depois de 30 dias, todos os cookies são deletados, e os usuários terão que fazer login novamente.

“Isso significa que os usuários terão cookies persistentes a longo prazo e dados de websites em páginas que eles realmente interagem constantemente, e dados de monitoramento serão removidos proativamente enquanto eles navegam na web”, escreveu John Wilander, engenheiro de segurança de WebKit na Apple, em um post.

“Muitos usuários não sentem confiança quando estão sendo monitorados e dados sensíveis à privacidade de suas atividades na web são adquiridos para propósitos com os quais eles nunca concordaram”, continuou Wilander, acrescentando que as mudanças no Safari têm a intenção de ajudar a reconstruir essa confiança.

A Apple não é a única empresa tentando conter os anúncios publicitários irritantes. O Google está considerando disponibilizar um bloqueador de propagandas no Chrome, e já existem diversos navegadores que podem fazer o mesmo. Mas, como Federighi ressaltou em sua apresentação, o Safari não ganhará um bloqueador de anúncios. Os usuários continuarão a ver publicidade – apenas não será a mesma publicidade, de novo e de novo, de um produto que eles viram recentemente em uma loja online.

Para combater ainda mais os anúncios desagradáveis, Federighi anunciou na apresentação que o Safari também iria bloquear publicidades com vídeos com reprodução automática. Esse tipo de conteúdo será pausado no Safari até que o usuário escolha apertar o play. O Chrome também já tomou como alvo os vídeos com auto-play, mas apenas bloqueia vídeos entregues por meio do plugin Flash, o que significa que vídeos em HTML5 ainda podem tocar sem nenhuma interrupção.

Imagem do topo: Alex Cranz/Gizmodo

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