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Por más condições de trabalho, Samsung é processada em R$ 250 milhões no Brasil

A Samsung já foi acusada de práticas questionáveis em fábricas na China, tanto próprias como terceirizadas. Agora há denúncias de que a fábrica em Manaus, uma de suas maiores no mundo, tem condições de trabalho inaceitáveis. Por isso, o Ministério Público do Trabalho (MPT) processou a Samsung em R$ 250 milhões. Em ação civil pública, […]

A Samsung já foi acusada de práticas questionáveis em fábricas na China, tanto próprias como terceirizadas. Agora há denúncias de que a fábrica em Manaus, uma de suas maiores no mundo, tem condições de trabalho inaceitáveis. Por isso, o Ministério Público do Trabalho (MPT) processou a Samsung em R$ 250 milhões.

Em ação civil pública, o ministério lista os problemas: o ritmo intenso de trabalho gerou 2 mil pedidos de afastamento temporário durante o ano passado, devido a casos de tendinite, bursite, lesões por esforço repetitivo (LER) e problemas de coluna.

Diversos funcionários trabalham até 10 horas em pé, enquanto alguns têm jornada de 15 horas por dia e outros trabalham 27 dias seguidos sem folga. Esta fábrica da Samsung já acumula mais de 1.200 ações judiciais trabalhistas, diz o ministério.

A fábrica em Manaus é uma das maiores da Samsung em todo o mundo. Ela emprega cerca de 6 mil funcionários e fornece produtos para toda a América Latina. Em eventos de lançamento, a Samsung sempre reitera que fabrica seus principais smartphones – como o Galaxy S4 – no Brasil; a fábrica também produz TVs e câmeras.

Segundo a ação civil, para montar um smartphone, cada funcionário tem menos de 2 minutos. A montagem de um celular simples, por sua vez, deve levar apenas 32,7 segundos. Para montar uma TV, são apenas 65 segundos. Os funcionários precisam fazem três vezes mais movimentos repetitivos por minuto do que aceitável, o que causa lesões, segundo o ministério.

Para resolver a situação, o MPT pede que a Samsung conceda pausas de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados; e permita que os funcionários trabalhem sentados, adequando o mobiliário da linha de produção.

E, como indenização por danos morais coletivos, o ministério exige da empresa o valor de R$ 250 milhões. O valor corresponde à indenização média individual de casos semelhantes (R$ 44 mil), multiplicada pelo número de funcionários na fábrica da Samsung. A ação foi ajuizada na última sexta-feira (9), e tornada pública pela ONG Repórter Brasil.

Em comunicado enviado para diversos veículos da mídia, a Samsung diz: “realizaremos uma análise do processo e cooperaremos plenamente com as autoridades brasileiras”. A empresa promete “assegurar os mais altos padrões da indústria em relação à segurança, saúde e bem-estar”. [MPT – Repórter Brasil – BBC/G1 – Dow Jones/Estadão]

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