Estes sapos-cururu australianos pegaram carona em uma cobra para escapar de tempestade

A foto abaixo, capturada por Andrew Mock, de Kununurra, no norte da Austrália, mostra dez sapos-cururu resistindo a uma tempestade que despejou quase 70mm de chuva subindo às costas de uma píton de aproximadamente 3,5 metros, segundo informou o Guardian na segunda-feira (31). 68mm just fell in the last hour at Kununurra. Flushed all the […]
Mark Baker/AP

A foto abaixo, capturada por Andrew Mock, de Kununurra, no norte da Austrália, mostra dez sapos-cururu resistindo a uma tempestade que despejou quase 70mm de chuva subindo às costas de uma píton de aproximadamente 3,5 metros, segundo informou o Guardian na segunda-feira (31).

(“68mm [de chuva] caíram na última hora em Kununurra. Tirei todos os sapos-cururu da represa do meu irmão. Alguns deles pegaram o caminho mais fácil — pegando carona na traseira de uma píton de 3.5m.”)

O jornal escreveu que a cena bizarra foi inicialmente descoberta pelo irmão de Andrew Mock, Paul Mock. Pouco depois, eles rapidamente tiraram uma foto da cobra:

Preocupado que a barragem e o vertedouro pudessem quebrar suas margens, Paul Mock se aventurou no meio do relâmpago e da chuva.

“O lago estava tão cheio que encheu as tocas de sapo-cururu ao redor das margens, e eles estavam todos sentados em cima da grama — milhares deles”, ele disse ao Guardian Australia.

“(A serpente) Estava no meio do gramado, fazendo um terreno mais alto… Ela estava literalmente se movendo pela grama a toda velocidade com os sapos pendurados.”

De acordo com Jodi Rowley, curadora da Amphibian & Reptile Conservation Biology no Museu Australiano, os sapos-cururu em questão podiam estar menos interessados em escapar da chuva e mais em desesperadamente tentar transar com a cobra.

(“Sapos-cururu machos [Rhinella marina] podem muitas vezes ser um pouco ansiosos *demais* para acasalar! Eles estão todos tentando acasalar com a pobre píton de oliva [Liasis olivaceus]!”)

(“Sapos-cururu machos muitas vezes ficam um pouco entusiasmados. Este vídeo INCRÍVEL me lembra da vez que eu encontrei um sapo-cururu tentando acasalar com uma manga em decomposição na região norte de Queensland!”)

Os sapos-cururu não são nativos da Austrália. Eles foram levados ao país na década de 1930, numa tentativa desorientada de eliminar as infestações de besouros de plantações de cana de açúcar. Isso não funcionou, mas os sapos se reproduzem rapidamente e são altamente adaptáveis, e cada etapa de seu ciclo de vida, dos ovos à idade adulta, está repleta de um potente veneno que “pode causar batimentos cardíacos acelerados, salivação excessiva, convulsões e paralisia e pode resultar em morte para muitos animais nativos”, segundo o Departamento de Meio Ambiente e Energia do governo australiano (a toxina persiste mesmo após a morte, o que significa que seus cadáveres podem envenenar animais carnívoros ou até mesmo lagoas e poças).

Não tem como saber com certeza, mas, de acordo com a BBC, estima-se que o número de sapos em todo o país talvez tenha chegado aos bilhões:

“Eles provavelmente já se moveram até metade da região tropical da Austrália Ocidental”, explicou Rick Shine, professor de biologia da Universidade de Sydney. “Eles estão em um território muito inacessível agora em Kimberley. É muito difícil obter informações detalhadas sobre exatamente onde a frente está, mas parece estar se movendo a 50 a 60 km por ano.”

Os anfíbios verrugosos se movimentam apenas durante a estação chuvosa. Embora estudos de acompanhamento tenham mostrado que muitos saltam menos de dez metros por dia, os da linha de frente cresceram mais e mais rapidamente.

Os esforços para controlar a propagação do sapo incluíram campanhas de eliminação apoiadas pelo governo (embora o financiamento tenha sido cortado em 2014, visto que os animais ultrapassaram o programa), além da distribuição de salsichas de carne de sapo para os predadores com uma substância nauseante, numa tentativa de treiná-los para não comerem os sapos tóxicos. De acordo com o Conversation, pesquisadores recentemente sequenciaram o genoma da espécie, o que poderia dar às autoridades de conservação melhores ferramentas para enfim combater sua invasão ao continente.

[The Guardian via Quartz]

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