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Satélites mostram a diminuição da poluição atmosférica da Itália após surto de COVID-19

Depois da China, a Itália foi o segundo país mais atingido pela pandemia de COVID-19 em todo o mundo. E por lá, o nível da poluição atmosférica também caiu drasticamente após medidas de restrição.

Dados de satélite mostrando as emissões de dióxido de nitrogênio sobre o norte da Itália em 7 de março (esquerda) e 8 de fevereiro (direita)

Dados de satélite mostrando as emissões de dióxido de nitrogênio sobre o norte da Itália em 7 de março (esquerda) e 8 de fevereiro (direita). Imagem: Sam Gassó

Depois da China, a Itália foi o segundo país mais atingido pela pandemia de COVID-19 em todo o mundo. Em um esforço para conter o número de casos, o governo italiano restringiu as viagens no norte da Itália — o epicentro da pandemia no país — antes de estender as restrições a todo o país.

Em circunstâncias similares, os cientistas tinham observado uma enorme queda na poluição chinesa que era visível do espaço. Na época, Fei Liu, pesquisador de qualidade do ar da NASA, disse que era a primeira vez que via “uma queda tão dramática em uma área tão ampla para um evento específico”. Agora, parece que a mesma coisa está acontecendo no norte da Itália, já que a região está parando.

O satélite Sentinel-5 da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) é capaz de rastrear todos os tipos de poluição causada pelo homem, incluindo dióxido de nitrogênio. Essas emissões provêm dos escapamentos dos carros e da produção de eletricidade, particularmente das centrais elétricas alimentadas a carvão. Com a Itália restringindo severamente as viagens e setores inteiros da economia essencialmente fechando e utilizando menos energia, parece que as emissões de dióxido de nitrogênio diminuíram.

As imagens feitas por Santiago Gassó, pesquisador de ciências atmosféricas da NASA, mostra a grande diferença de antes e depois do surto de COVID-19. As imagens no topo da página mostram as emissões de dióxido de nitrogênio em 7 de março e 7 de fevereiro, respectivamente.

Santiago tuitou que os dados ainda precisam de uma verificação mais formal, mas ele disse ao Gizmodo em um e-mail que “nas últimas 48 horas, os colegas pesquisadores têm postado tendências similares de outros sensores, e mesmo essa manhã a ESA exibiu um vídeo confirmando o que eu apontei. Então, de fato, a tendência parece real”.

O vídeo em questão mostra que a queda na poluição é extremamente rápida. Os dados do Sentinel-5 no vídeo da ESA vão de janeiro a meados de março. A mancha vermelha e laranja de poluição sobre o norte da Itália vai diminuindo pouco depois de o governo ter emitido as ordens de bloqueio no domingo passado.

A queda na poluição é uma coisa boa, particularmente num momento em que as pessoas com problemas respiratórios pré-existentes enfrentam riscos maiores com a COVID-19. Mas a causa da queda é definitivamente ruim. Dados rastreados pela Universidade Johns Hopkins mostram que, desde sexta-feira à tarde, já houve mais de 1.000 mortes na Itália em meio a mais de 15.000 casos relatados.

O número de casos em outros países continua a subir. Do mesmo modo, as precauções para evitar a propagação do coronavírus também aumentaram. Diversos países anunciaram medidas de cancelamento de grandes eventos, por exemplo. É provável um declínio acentuado da poluição em outras partes do mundo, à medida que as pessoas tentam impedir que a doença se espalhe ainda mais.

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