Se a Amazon entrar no ramo de tablets, quem realmente corre perigo?
Novos rumores indicam que, de fato, a Amazon está trabalhando em um tablet para ser lançado ainda em 2011. Ele teria 9 polegadas, rodaria Android e, muito provavelmente, seria completamente conectado ao mundo da maior varejista digital do mundo. O Wall Street Journal diz que a empresa irá enfrentar o Apple. Mas o Google pode ser o verdadeiro alvo.
A teoria, levantada por MG Siegler, no TechCrunch, faz sentido: atualmente, as fabricantes de tablets enfrentam dificuldades para diminuir o preço de seus aparelhos em comparação ao iPad. Com o cenário atual de aplicativos para webOS, Android e BlackBerry OS, ainda é difícil convencer um usuário de embarcar nestas plataformas para tablets. Se os preços caírem o cenário pode mudar, mas as gigantescas parcerias da Apple com as fabricantes não devem mudar nos próximos anos.
Eis que a Amazon também deve fabricar seu tablet com outras empresas, e é difícil imaginar um preço extremamente agressivo. Hoje, o iPad mais barato custa US$499. Para Siegler, a não ser que a Amazon venda um tablet por US$299, o alvo da empresa será outro. E, convenhamos, se ninguém conseguiu vender um tablet decente por US$299 até agora, por que a Amazon, que não tem tanto cacoete no mundo do hardware (o Kindle, por exemplo, não é um aparelho exatamente barato), conseguiria?
Assim, podemos imaginar que a ameaça da Amazon recai exatamente para a empresa que fornecerá o software de seu tablet. Pela característica aberta do Android, a Amazon poderá transformá-lo em seu próprio sistema. Isso já ficou claro com o lançamento da loja própria da Amazon para Android — mais rápida e simples do que o Android Market da época. Se a Amazon oferecer seu serviço de filmes, músicas, livros e todo resto de conteúdo digital em um tablet com Android, por que alguém compraria um Xoom? Se a Amazon emular seu ecossistema em um tablet, usando o Android como alça, ela pode não depender de nada do Google — nenhum app da empresa, nem mesmo em buscas (o Bing pode adorar a ideia). E a gigante das buscas, que é atualmente a segunda força no mundo dos tablets, pode perder relevância. [TechCrunch]