
Segurança x liberdade: maioria global apoia moderação de plataformas
Um estudo realizado pela Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, e Universidade de Oxford, na Inglaterra, em dez países (incluindo o Brasil) revelou que a grande maioria das pessoas prefere a moderação das plataformas. De acordo com a pesquisa, os entrevistados preferem um ambiente online saudável ao invés de um que promova liberdade de expressão completamente ilimitada.
Vale lembrar que, nos últimos anos, usuários de redes sociais têm se deparado com um número crescente de conteúdos falsos ou enganosos, além de discurso de ódio em suas plataformas favoritas.
Por muito tempo, as big techs trabalharam para proporcionar um ambiente online mais saudável. Isso incluía desenvolver soluções e mecanismos para retirar postagens ofensivas e violentas do ar. Porém, atualmente, a abordagem para este tipo de situação parece ter mudado drasticamente.
No Brasil e outras regiões do planeta o debate sobre regulamentação das mídias sociais vem ganhando força. Isso na medida em que companhias importantes — como X e, mais recentemente, a Meta — começaram a flexibilizar seus sistemas de moderação de conteúdo.
A pesquisa entrevistou 13.500 pessoas, das quais 79% defendem que conteúdos de incitação ao ódio e violência devem ser removidos. A aprovação da abordagem menos permissiva contra discurso agressivo foi ainda maior em países como Alemanha, Brasil e Eslováquia.
E nos Estados Unidos?
O que chama bastante a atenção no estudo é que nos Estados Unidos a maioria das pessoas também defende a remoção de conteúdos de ódio. Vale lembrar que o país tem uma concepção um pouco mais abrangente de liberdade de expressão. Isso porque em alguns casos tolera — até certo ponto — ataques contra grupos minoritários.
No entanto, o país da América do Norte, mesmo que em menor parcela, foi o que obteve maior porcentagem de respostas sobre defender o direito das pessoas realizarem posts ofensivos com o intuito de criticar alguns grupos de pessoas.
Outro detalhe interessante é que, quando solicitados a indicar sua preferência para uma rede social ideal, a grande maioria dos entrevistados manifestou-se a favor de uma plataforma livre de discurso de ódio e desinformação.
Além disso, a pesquisa mostrou que, mesmo com uma postura relutante das gigantes da tecnologia, o desejo predominante das pessoas é usufruir de plataformas online inclusivas. Aliás, elas também querem que as plataformas se esforcem na moderação de conteúdo para proporcionar aos seus usuários uma ambiente livre de violência e abuso.