O que é preciso fazer para ter um leitor de digitais na tela dos smartphones

O sensor Clear ID da Synaptics não é o primeiro sensor que identifica a sua impressão digital através de uma tela. O celular Vivo X20, disponível agora na China, não é o primeiro telefone a ler a sua digital através da tela. • Hands-on: Galaxy S9, um competidor à altura do iPhone X • Como […]

O sensor Clear ID da Synaptics não é o primeiro sensor que identifica a sua impressão digital através de uma tela. O celular Vivo X20, disponível agora na China, não é o primeiro telefone a ler a sua digital através da tela.

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Você pode não saber isso se você acompanhou as manchetes da CES – onde o Synaptic Clear ID foi enaltecido como uma incrível novidade que resolve os problemas que todos nós temos com o FaceID do iPhone e o estranho leitor de impressão digital do Galaxy S8.

Mas é verdade. Esta não é a primeira tecnologia a desafiar o iminente domínio do reconhecimento facial, mas é definitivamente algo diferente.

A Qualcomm revelou sua tecnologia similar há mais de dois anos. O primeiro celular a usá-la foi o Xiaomi Mi 5s, lançado em setembro de 2016. Mas o telefone estava disponível apenas na China, e como observou o Android Central, a tecnologia digitalização de impressões digitais não era nada confiável.

Diferenças de tecnologia

A Synaptics, por sua vez, afirma que sua digitalização de impressões digitais em tecnologia de vidro realmente funciona de forma consistente. A Synaptics pode fazer essa afirmação porque a Qualcomm usa tecnologias muito diferentes para digitalizar seus dedos sob o vidro.

A Qualcomm usa ondas ultra-sônicas que rebatem no dedo criando uma imagem, enquanto a Synaptics prefere um sensor CMOS que tira pequenas fotos de sua impressão digital através dos pixels da tela OLED do smartphone.

Como observamos no ano passado a tecnologia da Qualcomm é de vanguarda e, teoricamente, tem o potencial de ser mais segura do que qualquer outro tipo de tecnologia de digitalização de impressão digital disponível. Mas em seu estado atual, ela não é confiável porque as ondas sonoras podem ser facilmente interrompidas por qualquer coisa que estiver entre as marcas do seu dedo e o sensor. Isso significa que se houver um arranhão no visor do telefone ou mesmo o tipo errado de película protetora, o sensor pode falhar.

A Qualcomm tem se esforçado para melhorar a tecnologia, mas ainda está engatinhando. A tecnologia da Synaptics é muito mais robusta, mas também tem seus próprios inconvenientes. Sensores ópticos autenticam a sua impressão digital, tirando pequenas fotos de seus dedos (semelhante à forma como os scanners capacitivos nos leitores de impressões digitais funcionam atualmente).

No entanto, já em 2004, pesquisadores notaram que a maneira como você coloca a sua mão em um sensor ótico pode levar a distorções, causando problemas. Novos algoritmos de software poderiam diminuir essas falhas de leituras, mas sensores ópticos também podem teoricamente serem falsificados por algo tão simples como uma foto de alta resolução.

Ainda não sabemos se o sensor do Synaptic, o FS9500, está sujeito a esse método de falsificação. David Hurd, gerente sênior de marketing corporativo da Synaptics, disse ao Gizmodo que “as taxas de rejeição são muito fortes. Quando você registra os dedos e recebe várias impressões – você verá isso quando fizer o seu cadastro – tiramos uma imagem em alta resolução. E ela é criptografada. Não se armazena uma impressão digital real”.

A Synaptics usa um sensor CMOS – como aqueles encontrados em câmeras digitais – para gravar imagens da sua digital através dos pixels do display OLED. Ele pode armazenar imagens de até cinco dígitos e o processo para registrar uma impressão digital, como eu fiz, foi definitivamente um pouco mais demorado do que estou acostumada com outros celulares. Precisei colocar o meu dedo no sensor pelo menos uma meia dúzia de vezes a mais do que eu precisaria em um iPhone ou em um Galaxy.

No entanto, depois que fiz o cadastro, foi bem conveniente desbloquear o meu aparelho. Não houve problemas ou leituras falsas, mesmo sob a luz fraca do hotel onde estávamos. Apesar de usar um sensor CMOS e, essencialmente, tirar pequenas fotos de alta resolução de seu dedo, Hurd diz que o FS9500 funciona em qualquer lugar, desde um quarto escuro, com as luzes apagadas, a um dia de verão em pleno sol. Isso se deve à forma como o FS9500 funciona em conjunto com a tela OLED.

Telas OLED controlam a luz numa base de pixel por pixel, enquanto as LCDs controlam a luz diretamente de trás da tela ou pelas bordas. Como o OLED tem um controle mais preciso de como seus pixels acendem, o sensor Synaptics pode ajustar o brilho quando você coloca o seu polegar, iluminando perfeitamente as partes necessárias.

Há também uma pequena e bonita animação que acompanha o toque.

Embora eu tenha ficado impressionada com a demonstração, ainda há uma grande preocupação. O FS9500 só funciona com telas OLED. Por causa do custo geral dos OLEDs e sua escassez atual, não dá para afirmar que a a tecnologia está prestes a ser encontradas em todos os smartphones no mercado.

Apesar disso, o OLED está em quase todos os telefones de ponta, incluindo os da Samsung, Apple, Google e LG. Algumas empresas estão até apostando contra as telas OLED como um todo. Como a Razer, que colocou de propósito um display LCD no Razer Phone pelo fato da taxa de atualização em telas OLED ser lenta.

O scanner de impressões digitais em OLED pode ser o futuro da biometria nos telefone? A Synaptics diria que sim. A Apple, por outro lado, continuará a apontar para o reconhecimento facial.

Quanto aos grandes fabricantes de celulares Android? A Samsung, pelo menos, decidiu reforçar a presença do leitor de impressões digitais tradicional e adicionou um recurso aprimorado de reconhecimento facial que combina uma foto do rosto com a íris. A grande questão é, quando a tecnologia Synaptics finalmente vai chegar em um smartphone global?

Todas as imagens: Alex Cranz/Gizmodo

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