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Pesquisadores criam sensor para monitorar saúde usando papel e lápis

Smartwatches e pulseiras fitness provavelmente são os produtos mais conhecidos para monitorar aspectos da saúde. No entanto, pesquisadores da Universidade do Missouri publicaram um estudo mostrando que eles podem fazer a mesma coisa… com papel e lápis. O estudo, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences no início deste mês, detalhou como um […]

pessoa com um pedaço de papel colado ao antebraço. três fios estão presos entre o papel e a pele.

Foto: Universidade do Missouri

Smartwatches e pulseiras fitness provavelmente são os produtos mais conhecidos para monitorar aspectos da saúde. No entanto, pesquisadores da Universidade do Missouri publicaram um estudo mostrando que eles podem fazer a mesma coisa… com papel e lápis.

O estudo, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences no início deste mês, detalhou como um lápis comum e papel branco podem monitorar métricas como frequência cardíaca, frequência respiratória, níveis de glicose, temperatura corporal e até mesmo a composição do suor. O truque aqui é a grafite, um ingrediente comum no lápis: ele é muito bom em captar sinais elétricos também.

Segundo o pesquisador da Universidade do Missouri Zheng Yan, os dispositivos biomédicos que se conectam à pele geralmente são compostos por algum tipo de elemento de rastreamento biomédico e um material flexível. Os pesquisadores criaram eletrodos desenhando-os a lápis em papel branco do tipo que é vendido em qualquer papelaria, copiando desenhos usados ​​por eletrodos comuns de metal. Em seguida, eles pulverizaram cola no papel, conectaram os eletrodos artesanais através de cabos a um computador e registraram os resultados.

Os pesquisadores descobriram que os melhores resultados vieram de lápis contendo 93% de grafite, que são relativamente baratos quando comparados a um smartwatch ou a dispositivos médicos. O outro benefício é que o papel é facilmente dissolvido em água e se decompõe em cerca de uma semana, o que significa que há menos lixo eletrônico em comparação com outros gadgets.

Não é a primeira vez que um grupo de pesquisadores percebe que lápis e papel podem ser usados ​​para mais do que apenas escrever ou desenhar. Em 2015, outra equipe de pesquisadores descobriu que linhas de lápis poderiam ser usadas para medir como um objeto se deforma. Nesse caso, o objetivo era verificar se era possível medir com precisão até que ponto um livro foi aberto ou como um tipo de régua para esta finalidade.

Enquanto isso, os pesquisadores da Universidade de Missouri estão visualizando coisas como acompanhamento médico personalizado em casa. No entanto, os aplicativos não se limitam apenas ao monitoramento da saúde. Segundo o St. Louis Post-Dispatch, os pesquisadores dizem que a combinação de papel e lápis também pode ser usada para coletar eletricidade da umidade do ar. Como o projeto é simples e os materiais são amplamente disponíveis, pode haver um monte de outros usos em potencial.

“Por exemplo, se uma pessoa tem um problema de sono, podemos desenhar um dispositivo biomédico que ajude a monitorar os níveis de sono dessa pessoa”, disse Yan em comunicado. “Ou na sala de aula, um professor pode estimular a participação dos alunos incorporando a criação de um dispositivo vestível usando lápis e papel em um plano de aula. Além disso, essa abordagem de baixo custo e facilmente personalizável pode permitir que os cientistas realizem pesquisas em casa, em casos como durante uma pandemia. ”

Apesar disso, vale dizer que os médicos provavelmente não começarão a desenhar coisas e sair colando folhas de papel na pele no curto prazo. Esta pesquisa é mais uma prova de conceito e pode levar anos até que alguém encontre uma maneira de disponibilizar um sistema desse tipo. Para começar, os pesquisadores dizem que o próximo passo é desenvolver e testar como esse método funciona com sensores biomédicos.

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