Sites de vídeos pornô coletam um monte de dados e usam isso para fazer roteiros

Não é segredo que empresas de tecnologia monitoram o que fazemos na internet. Google, Facebook, Apple e muitas outras sabem por onde andamos, de onde acessamos conteúdos e quais são as nossas preferências. Os algoritmos do YouTube e Netflix são bons em perceber nossos gostos, inclusive – as recomendações são altamente personalizadas de acordo com […]
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Não é segredo que empresas de tecnologia monitoram o que fazemos na internet. Google, Facebook, Apple e muitas outras sabem por onde andamos, de onde acessamos conteúdos e quais são as nossas preferências. Os algoritmos do YouTube e Netflix são bons em perceber nossos gostos, inclusive – as recomendações são altamente personalizadas de acordo com o que você assiste. E tem uma outra categoria de sites que faz a mesma coisa: as plataformas de vídeos pornô.

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Nesta semana, o Quartz fez um perfil do Pornhub e de sua empresa-mãe, a MindGeek. O texto revela algo que não surpreende ninguém, mas que talvez muitos de nós não tenhamos parado para pensar: eles sabem exatamente o que fazemos quando assistimos pornografia.

A lista de dados coletados por sites como o Pornhub incluem seu endereço de IP e cookies com dados de localização, horário do acesso e tipo de hardware e software utilizado. Mas não só isso, cada movimento é registrado: em quais vídeos você clicou, quanto tempo assistiu de cada um, os momentos em que pausou, quando voltou um trecho ou avançou e por aí vai. Outro dado valiosíssimo: por quais termos você pesquisou.

Além disso, os usuários que criam contas podem fazer comentários, baixar vídeos e montar playlists com os conteúdos preferidos – fora informações de nome, data de nascimento e gênero. Há ainda uma série de testes A/B para determinar o que retém mais os espectadores.

O que eles fazem com tudo isso? Roteiros. Não é nada muito diferente do que a Netflix já fez com suas séries.

Basicamente, o pessoal da MindGeek pega todos esses dados e incluem roteiros cheios de especificações e detalhes.

O negócio é bem lucrativo, especialmente porque a produção de vídeos pornôs pode ser mais barata do que a de uma série de televisão, como as que assistimos na Netflix. Um usuário passa, em média, 10 minutos no Pornhub – isso significa que a companhia pode investir muita grana para produzir muitos vídeos relativamente curtos que serão certeiros nas preferências de seu público. A companhia ainda lucra muito com os vídeos gerados por seus próprios usuários.

Falando em dinheiro, a MindGeek afirma que respeita muito mais a privacidade de seus usuários se comparado com gigantes de tecnologia. Ao Quartz, a companhia disse que não vende os dados para terceiros, mas só os utiliza para guiar suas produções e recomendações.

A empresa também costuma ser bem transparente nesse quesito. Anualmente, eles liberam um relatório cheio de informações sobre o consumo de pornografia.

Essa é só mais uma prova de que vivemos em um período de hiperpersonalização de experiências – às vezes, reflito se essa retroalimentação sobre as minhas preferências não me priva de descobrir conteúdos novos, seja lá em qual plataforma ou meio estou consumindo. Para quem lê em inglês, o perfil do Quartz sobre o Pornhub é um tesão.

[Quartz]

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