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Slack acusa Microsoft de monopólio e pede abertura de processo na UE

A empresa que desenvolve o aplicativo de comunicação empresarial Slack está acusando a Microsoft por comportamento de monopólio em um pedido de abertura de processo antitruste na União Europeia.

Crédito: Johannes Eisele/Getty

A empresa que desenvolve o aplicativo de comunicação empresarial Slack está acusando a Microsoft por comportamento de monopólio em um pedido de abertura de processo antitruste na União Europeia. Sem surpresas, as acusações giram sobre a mesma prática que ajudou a Microsoft a se tornar rica.

Bill Gates, Windows, inovação, sim, sim, ok – sem dúvida a Microsoft contribuiu muito para os primeiros anos da computação doméstica. Mas o que a ajudou a crescer em escala gigantesca foi a “venda casada” de software: especificamente, a prática de ter seus produtos pré-instalados em máquinas novas em folha feitas por terceiros e dificultar a eliminação desses programas e sua substituição por concorrentes.

Se você acompanhou essas tretas há alguns anos, sabe que há casos famosos como Estados Unidos v. Microsoft Corporation e Microsoft Corp v. Comissão Europeia – este último que acabou custando à empresa mais de US$ 1 bilhão depois que ela se tornou “a primeira empresa em 50 anos de políticas de concorrência da UE que a Comissão teve que multar por descumprimento de uma decisão antitruste”, de acordo com a então Comissária de Concorrência da Comissão Europeia, Neelie Kroes.

Essas coisas me fazem questionar como a Apple ainda se safa ao configurar o Safari como o navegador padrão nos dispositivos iOS, mas eu divago…

Aqueles primeiros casos contra a Microsoft se concentraram em softwares como Internet Explorer e Windows Media Player, mas a nova briga da Slack diz respeito ao agrupamento de aplicativos de chat Teams com a suíte de produtividade Office.

Em um comunicado à imprensa, a Slack acusou seu rival de “forçar a instalação para milhões de usuários, bloquear sua remoção e esconder o verdadeiro custo para clientes empresariais”, o que a Slack acredita ser uma “prática ilegal e anticompetitiva.”

“Estamos confiantes de que ganhamos pelos méritos de nosso produto, mas não podemos ignorar comportamentos ilegais que privam os clientes do acesso às ferramentas e soluções que eles querem”, disse Jonathan Prince, vice-presidente de comunicação e política da Slack. “A Slack ameaça a manutenção da Microsoft no campo do e-mail comercial, o pilar do Office, o que significa que a Slack ameaça o domínio da Microsoft no software empresarial”.

Procuramos a Microsoft para comentários que disse que “criamos o Teams para combinar a capacidade de colaborar com a capacidade de se conectar via vídeo, porque é isso que as pessoas querem. Com o COVID-19, o mercado adotou Teams em números recordes enquanto o Slack sofria com a ausência de videoconferência. Estamos comprometidos em oferecer aos clientes não apenas o melhor das inovações, mas uma grande variedade de escolha na forma como eles compram e utilizam o produto.”

Os méritos do caso serão decididos pela Comissão, mas a existência do processo é uma jogada inteligente para o Slack, que viu suas ações caírem recentemente, talvez como resultado da invasão do Teams em sua participação no mercado.

A União Europeia tem tido consistentemente um maior apetite para perseguir casos de antitruste em comparação com os EUA, onde ambas as empresas estão sediadas, tornando-a uma jogada duplamente inteligente para a parte consideravelmente menor e mais vulnerável.

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