Snap apresenta melhora nas receitas, mas espectro do Facebook ainda atormenta a empresa

Em 2018, companhia bateu recorde de receita de US$ 390 milhões para o quarto trimestre, mas ainda assim teve perdas de US$ 192 milhões
Richard Drew/AP

A Snap Inc., empresa por trás do aplicativo Snapchat e de uma linha fracassada de câmeras vestíveis, está um pouco menos ferrada do que estava antes, de acordo com os resultados do quarto trimestre de 2018 divulgados na terça-feira (5).

Segundo a CBS News, a publicação da Snap mostra que ela perdeu impressionantes US$ 192 milhões, menos que os US$ 350 milhões que havia perdido no quarto trimestre de 2017. No entanto, a companhia ainda bateu um recorde de receita de US$ 390 milhões para o trimestre — e parou de perder usuários do Snapchat, relatando que estava se mantendo estável em 186 milhões de usuários ativos diários.

A CBS escreveu que o relatório do quarto trimestre é um pequeno impulso para a empresa, que tem estado em um momento de instabilidade há um bom tempo conforme o Instagram, de propriedade do Facebook, segue crescendo (e roubando todos os melhores recursos do Snapchat):

Os resultados superaram as previsões dos analistas, e as ações da Snap saltaram mais de 17% nas negociações fora do horário comercial.

O relatório mais forte oferece um estímulo muito necessário para a Snap, que, junto com fracos resultados financeiros, enfrentou turbulência na gestão. Mais recentemente, Tim Stone, o ex-executivo poderoso da Amazon que assumiu o cargo de diretor financeiro em maio passado, partiu repentinamente depois de ter supostamente agido pelas costas de Evan Spiegel para pedir ao conselho um aumento salarial.

Mas este é, na maior parte, um bom quarto trimestre para a Snap no contexto de um terrível 2018, que atingiu o pico de 191 milhões de usuários ativos diários de Snapchat no primeiro trimestre antes de despencar para uma marca menor que os 187 milhões do quarto trimestre de 2017. De acordo com o Business Insider, a Snap teve em 2018 um fluxo de caixa livre negativo de US$ 810 milhões, apenas um pouco abaixo do seu fluxo de caixa livre negativo de US$ 819 milhões em 2017.

“A empresa terminou o ano com US$ 1,3 bilhão em caixa e títulos negociáveis, abaixo dos mais de US$ 2 bilhões do ano anterior”, escreveu o Business Insider.

Ainda assim, os lucros do quarto trimestre não descartam a possibilidade de a Snap alcançar lucratividade antes que gaste sua pilha de dinheiro restante e seja forçada a aceitar mais investimentos ou a ser adquirida, escreveu o TechCrunch, embora qualquer resultado positivo desse tipo seria uma vitória apertada. A Snap está alcançando 70% do total de americanos de 13 a 34 anos com vídeo mobile premium e aumentou a audiência para a sua seção Histórias de Publicações e Shows em 30%, acrescentou o site.

Como a Snap ganhou usuários no iOS, isso significa que ela ainda está perdendo usuários no Android. O Recode informou que o CEO da empresa, Evan Spiegel, disse aos analistas na terça-feira que uma próxima remodelação de seu aplicativo para Android, aparentemente destinada em parte a fazer o app funcionar melhor em telefones “de menor porte”, é agora a maior prioridade da companhia. No entanto, essa nova versão para o sistema operacional do Google está sendo preparada desde 2017.

As ações da Snap dispararam para US$ 7,02 na terça-feira no fechamento (apenas US$ 0,09 a mais), de acordo com o Business Insider, porém, durante as negociações fora do horário comercial, foi de US$ 8,60. Isso ainda está muito abaixo de seu preço de oferta pública inicial de US$ 17, mas é alguma coisa.

Entretanto, a empresa pode enfrentar novos desafios em 2019, principalmente vindo de seu rival gigantesco Facebook. O TechCrunch recentemente noticiou que o Instagram parece estar reforçando sua vinculação de contas de uma forma que poderia fazer dele um sucessor do Facebook Login. O New York Times informou em janeiro que o próprio Facebook está planejando se fundir com o WhatsApp, parte de um esforço para “aumentar a utilidade do Facebook e manter os usuários altamente engajados dentro do ecossistema da empresa”, assim como “reduzir o apetite das pessoas por serviços de mensagens concorrentes”.

[CBS News]

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