Softbank tenta se esquivar de pagar US$ 3 bilhões que poderia salvar WeWork

O SoftBank está tentando recuar de parte do plano para salvar a startup WeWork. Foi enviado um aviso aos investidores do WeWork alertando que talvez o conglomerado não precisará comprar US$ 3 bilhões em ações da startup.
Masayoshi Son, CEO e fundador da SoftBank, durante apresentação
CEO do SoftBank Group, Masayoshi Son, falando sobre as finanças do WeWork. Imagem: Kazuhiro Nogi/AFP/Getty Images

O conglomerado japonês SoftBank está tentando recuar de parte do plano para salvar a startup WeWork. As informações são do Wall Street Journal que teve acesso a investigações do Departamento de Justiça e da Comissão de Valores Mobiliários e Câmbio dos EUA sobre as as práticas comerciais da empresa de coworking.

De acordo com o WSJ, o SoftBank enviou um aviso aos investidores do WeWork alertando que talvez não precisará comprar US$ 3 bilhões em ações da startup – e isso inclui os US$ 970 milhões em ações detidas pelo ex-CEO Adam Neumann. Essa iniciativa, firmada em um contrato, pode injetar grana no WeWork e evitar a falência iminente.

Neumann foi forçado a sair da empresa no ano passado, após uma tentativa fracassada de oferta pública inicial (IPO) e alegações de má conduta e má gestão, que vão desde autonegociação à discriminação. Desde então, o CEO do SoftBank, Masayoshi Son, tem admitido reservadamente que seu investimento no WeWork foi um fracasso.

Os US$ 5 bilhões restantes da injeção de liquidez do SoftBank ainda não foram afetados, segundo o WSJ, e a gigante dos investimentos não revelou diretamente que a compra de ações no valor de US$ 3 bilhões foi cancelada.

O SoftBank poderia tentar negociar um acordo melhor ou simplesmente estar tentando adiar a compra pelo maior tempo possível, já que os mercados estão instáveis em meio ao surto do novo coronavírus que tem provocado temores de uma grande recessão.

Tanto a CNBC quanto o Financial Times confirmaram a notícia de que o SoftBank enviou uma carta avisando que poderia reverter os seus planos. O Financial Times observa que o valor da SoftBank caiu 38% só no mês passado.

No entanto, o jornal consultou dois advogados “que redigiram acordos semelhantes ao que o SoftBank assinou com o WeWork”, e ambos disseram que seria muito difícil para o conglomerado japonês renegar os planos.

Antes da avaliação da WeWork realizada pelo SoftBank ter caído de US$ 47 bilhões no ano passado para apenas US$ 8 bilhões durante o processo de injeção de liquidez, a WeWork se colocou como uma empresa de tecnologia revolucionária e não como uma empresa imobiliária comercial – o que seria mais adequado.

Esse setor tem sido duramente atingido à medida que milhões de trabalhadores passam a trabalhar em casa. A coisa pode ficar ainda mais feia se empregadores e empregados perceberem que o trabalho remoto não é uma ideia tão ruim.

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