
Sonda da ESA revela primeira filmagem do Polo Sul do Sol; assista
A humanidade conseguiu ver o Polo Sul da Terra pela primeira vez na história, graças à sonda Solar Orbiter, da ESA (Agência Espacial Europeia).
Por décadas, a aparência do Polo Sul do Sol era algo que somente a imaginação dos astrônomos e entusiastas conseguiam conjurar. O motivo é porque os telescópios na Terra, além de sondas espaciais, observam o Sol do mesmo plano da órbita da Terra. Ou seja: o ângulo se alinha ao equador solar, impedindo a visibilidade do Polo Sul do Sol.
Apesar de estarmos tão próximos do Sol, até a última quarta-feira (11), quando a ESA divulgou o vídeo, não havia imagens do Polo Sul da nossa estrela.
Aliás, para registrar o Polo Sul do Sol, a sonda da ESA se preparou para orbitar de modo diferente para conseguir uma visualização diferente.
Como a sonda da ESA registrou o Polo Sul do Sol
A Solar Orbiter realizou várias manobras de assistência gravitacional, incluindo um sobrevoo por Vênus. A manobra fez a sonda da ESA se inclinar em 17°, possibilitando um campo de visão inédito.
Entre os dias 16 e 17 de março, a Solar Orbiter conseguiu obter uma visão do Sol por um ângulo de 15° abaixo do equador solar. Em seguida, a sonda da ESA atingiu o grau máximo de ângulo de visão e captou as imagens do Sol usando três instrumentos:
- PHI: que produz imagens Polarimétricas e de Heliosismologia, registrando a superfície e a luz do Sol, bem como as dinâmicas solares
- EUI: com capacidade de enxergar raios ultravioletas extremos, o instrumento consegue captar detalhes das camadas atmosféricas do Sol
- SPICE: exclusivo para captar imagens espectrais da coroa do Sol para identificar as propriedades plasmáticas do disco planetário da coroa.
Com isso, a sonda da ESA conseguiu registrar imagens dos campos magnéticos, da radiação ultravioleta e dos gases que o Polo Sul do Sol emite. Nas palavras de Carole Mundell, Diretora do Departamento Científico da ESA, as imagens da sonda marcam “o início de uma nova era para a ciência solar”. Veja:
De acordo com a ESA, os dados que a sonda obteve do Polo Sul do Sol podem ajudar cientistas a entender o comportamento dos ventos solares, desvendar mecanismos sobre o clima espacial e prever tempestades geomagnéticas.
E, segundo Daniel Müller, cientistas de projeto da ESA, a jornada da Solar Orbiter não acabou. Em 2026, a sonda volta a sobrevoar Vênus, inclinando sua órbita ainda mais. Müller — citando Led Zeppelin — afirmou em comunicado que as imagens do Polo Sul do Sol são o primeiro passo da “escadaria para o paraíso” da sonda da ESA.