Um dia após Emirados Árabes, missão chinesa Tianwen-1 também chega à órbita de Marte

A missão espacial tem como finalidade a descoberta de aspectos científicos de Marte como a sua geologia, campos gravitacionais e físicos e distribuição de água.
Ilustração artística do orbitador e rover Tianwen 1 em Marte. Crédito: CNSA / Academia Chinesa de Ciências/Astronomia da Natureza

Após a sonda Hope entrar na órbita de Marte na tarde ontem, a missão chinesa Tianwen-1 também conseguiu se aproximar do Planeta Vermelho nesta quarta-feira (10), por volta das 9h (horário de Brasília). Esta é a primeira ação interplanetária da China, tornando o país o sexto a ter uma sonda orbitando Marte, seguido dos Estados Unidos, a ex-União Soviética, a Agência Espacial Europeia, Índia e Emirados Árabes. Ela deve retornar à Terra até 2030.

Ela foi lançada em 23 de julho de 2020 no foguete mais poderoso da China, chamado de Long March 5. A queima foi iniciada às 6h52 da manhã, permitindo que a espaçonave de cinco toneladas reduzisse a velocidade e fosse capturada gravitacionalmente por Marte. Esta é mais uma etapa das ambições espaciais do país, que levou mais de três décadas para iniciar sua própria trajetória de forma significativa.

A Tinwan-1, cujo nome significa “busca pela verdade celestial”, é composta por um orbitador, um módulo de pouso e um rover de seis rodas carregando instrumentos científicos, de acordo com a Administração Espacial Nacional da China (CNSA). O astromóvel é encapsulado dentro de um escudo térmico para sua proteção no momento da descida. Depois de ser liberado da nave-mãe orbital, o módulo de pouso entrará na atmosfera do Planeta Vermelho, abrirá um paraquedas e, em seguida, disparará um foguete de frenagem para desacelerar para o pouso. Abaixo, você pode conferir um vídeo ilustrativo sobre sua performance:

Conforme informações das autoridades chinesas, o Tianwen-1 foi projetado para operar por pelo menos dois anos. O veículo espacial é movido à energia solar, equipado com seis rodas para mobilidade e possui uma expectativa de vida de pelo menos 90 dias. A sua finalidade é contribuir com pesquisas globais sob re Marte, como na composição dos seus solo e  rochas, busca por sinais de gelo enterrado, além de estudar a magnetosfera e a atmosfera marciana. O orbitador e o rover também observarão o clima e sondarão a estrutura interna.

O seu radar de penetração do solo seria um dos primeiros instrumentos científicos desse tipo a alcançar a superfície de Marte. O mesmo pode ser encontrado no robot Perseverance da NASA, que escaneia camadas subsuperficiais da crosta marciana em busca de depósitos de gelo de água. Inclusive, esta missão americana tem previsão do pouso em Morte para 18 de fevereiro.

Uma câmera ejetada da Tianwen 1 a caminho de Marte capturou esta imagem da sonda no espaço no ano passado. Crédito: Administração Espacial Nacional da China.

Mas a extração de componentes espaciais não é novidade para a China, pois a espaçonave Chang’e-5 trouxe amostrar do solo lunar para a identificação e pesquisa de uma região inexplorada da Lua chamada Oceanus Procellarum, ou “Oceano das Tempestades”. Para os especialistas, é nesta área que teriam se formado vulcões no passado, o que ajudaria a entender melhor a evolução do nosso satélite natural.

Nas próximas semanas ela deve se aproximar ainda mais do planeta e realizar o pouso na superfície marciana em maio ou junho, com o objetivo de um pouso em uma vasta planície no hemisfério norte de Marte chamada Utopia Planitia, com diâmetro aproximado em 3.300 km, causada por algum asteroide. Se ela conseguir cumprir tal feito, será o terceiro país a conquistar este marco histórico, como União Soviética e EUA.

Enquanto a NASA e os cientistas dos EUA ajudaram o orbitador Hope em sua viagem, a Tianwen-1 da China não teve a mesma assistência, pois a rede internacional de antenas Deep Space Network (DSN) da NASA, que fornece rastreamento e cobertura de comunicações para várias sondas espaciais dos EUA e internacionais, não foi convocada para apoiar a excursão.

[Space Flight Now, CNN]

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