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Uma sonda espacial perdida fez uma descoberta importante sobre o cometa da Rosetta

A sonda espacial japonesa PROCYON conseguiu obter dados importantes sobre taxa de produção de água do cometa 67P.

A sonda espacial japonesa Proximate Object Close Flyby with Optical Navigation (PROCYON) ficou perdida no espaço desde que seus propulsores de íon explodiram em 2014. A pequena sonda fez o melhor que pode para ser útil, orbitando em torno do Sol. E um novo estudo revelou que a PROCYON fez algumas observações impressionantes no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, o mesmo que a sonda Rosetta observou durante dois anos antes de finalizar sua missão, em 2016.

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Em setembro de 2015, um time internacional de pesquisadores utilizou o telescópio LAICA da PROCYON para observar o cometa 67P enquanto a Rosetta estava dentro de uma nuvem de poeira e gás próxima de seu núcleo, chamada coma cometária. A pequena sonda espacial teve a sorte de estar no lugar certo, na hora certa – embora os cientistas não estivessem planejando utilizá-la para observar o cometa 67P naquele tempo, já que a Rosetta tinha uma visualização melhor. As descobertas dos astrônomos foram publicadas na edição de fevereiro de 2017 do periódico The Astronomical Journal.

“A taxa de produção de água de um cometa é um dos parâmetros fundamentais necessários para entender a atividade cometária, quando o objeto se aproxima do Sol […] porque a água é o material congelado mais abundante no núcleo de cometas”, escreveram os pesquisadores.

Ao estudar a qualidade e quantidade de água dos cometas, nós poderíamos entender melhor as origens da água na Terra. Há muito tempo tem se levantado a hipótese de que uma barragem de meteoritos que atingiram o nosso planeta poderia ter sido o responsável por parte da água presente aqui. Basicamente, estudar a atividade nas superfícies dos cometas pode jogar luz sobre as bolas de gelo e rocha que evoluíram durante a história do sistema solar.

A equipe conseguiu fazer algumas medições e usá-las para testar as taxas de produção de água em um modelo computacional, o que permitiu que confirmassem uma relação intrigante: quando mais perto um objeto está do Sol, maior é a sua produção de água.

É um grande feito para uma sonda espacial errática. De acordo com os pesquisadores, essas medições marcam a “primeira conquista científica na exploração do espaço profundo a partir de uma micro sonda”. Pelo fato das micro sondas serem muito mais baratas do que suas irmãs maiores, a equipe espera que o feito seja um “caso modelo” para inspirar outras missões com sondas menores.

[National Astronomical Observatory of Japan]

Imagem do topo: NAOJ/ESA/Go Myazaki

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