Sonda japonesa Hayabusa2 coleta material que estava debaixo da superfície do asteroide Ryugu

A sonda japonesa Hayabusa2 pode ter se tornado a primeira da história a coletar material que estava debaixo da superfície de um asteroide — uma missão que poderia gerar novos insights importantes sobre os primeiros estágios do nosso sistema solar. A tentativa, por si só, é uma conquista empolgante, mas não saberemos com certeza se […]
Imagem preto e branco mostra uma estrutura mecânica pousando em um chão rochoso, com pequenas pedras suspensas.
Imagem marcante tirada apenas quatro segundos depois da aterrissagem, com detritos flutuantes claramente visíveis. Imagem: JAXA

A sonda japonesa Hayabusa2 pode ter se tornado a primeira da história a coletar material que estava debaixo da superfície de um asteroide — uma missão que poderia gerar novos insights importantes sobre os primeiros estágios do nosso sistema solar. A tentativa, por si só, é uma conquista empolgante, mas não saberemos com certeza se a sonda obteve sucesso até que ela retorne à Terra no ano que vem.

“A partir dos dados enviados da Hayabusa2, foi confirmado que a sequência de aterrissagem, incluindo a descarga de um projétil para coletar amostras, foi concluída com sucesso”, anunciou a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) em um comunicado divulgado.

A sonda realizou seu breve pouso às 10h06 da manhã da quinta-feira (11) no Japão e está funcionando normalmente, de acordo com a JAXA.

Esta é a segunda vez que a Hayabusa2 visita a superfície do Ryugu, um asteroide de 870 metros de largura localizado a 300 milhões de quilômetros da Terra. A primeira aterrissagem aconteceu em fevereiro passado, durante o qual a sonda disparou um projétil sobre a superfície de Ryugu, levantando material da superfície para coletá-lo.

Esta segunda visita é notável pois a Hayabusa2 tentou coletar material da subsuperfície, o que nunca havia sido feito antes. Em abril, a sonda disparou uma bala de cobre chamada “impactor” na superfície de Ryugu. Ela produziu uma cratera artificial cercada por material subterrâneo.

Esse material é precioso para os cientistas, pois está protegida dos efeitos do clima espacial, incluindo os efeitos dos raios cósmicos e das partículas carregadas que saem do sol. Estas amostras podem lançar uma nova luz sobre as origens do sistema solar e como ele era há bilhões de anos.

Imagem preto e branco mostra uma estrutura mecânica pousando em um chão rochosoO exato momento em que a Hayabusa2 tocou o Ryugu. Imagem: JAXA

Esta segunda operação para visitar a superfície do asteroide começou em 9 de julho. A lenta jornada da Hayabusa2 até a superfície só se iniciou mesmo em 10 de julho. Ao alcançar uma distância de 30 metros, a sonda localizou um marcador que ela havia depositado anteriormente e ajustou adequadamente sua trajetória de modo autônomo. A sonda fez um breve pouso em um local chamado de região C01-Cb, que fica a cerca de 20 metros da cratera artificial.

O contato durou apenas alguns segundos, durante os quais a sonda disparou um pequeno projétil sobre a superfície. Isso produziu um campo de detritos flutuantes que caíram em seu tubo de coleta — pelo menos, é o que a gente espera que tenha acontecido. A Hayabusa2, então, voltou a uma distância segura, onde continuará a monitorar o asteroide e o local de amostragem.

Essa missão era potencialmente arriscada, já que a Hayabusa2 já havia tentado coletar amostras de superfície, e a falha nesse caso poderia ter desativado a espaçonave, impedindo que ela trouxesse sua valiosa carga de volta à Terra. Felizmente, esse não parece ser o caso — os controladores de missão disseram que o pouso foi “perfeito“.

“Foi um sucesso, um grande sucesso”, disse Takashi Kubota, membro da equipe Hayabusa2, em uma coletiva de imprensa realizada hoje, conforme relatado pela New Scientist. “Obtivemos sucesso em todos os procedimentos agendados.”

Esta missão foi a última grande operação a ser realizada pela Hayabusa2, tirando, é claro, sua jornada de volta à Terra. A sonda deve retornar no final do ano que vem com suas amostras.

Curiosamente, a AFP relata que as caixas de amostra serão depositadas na atmosfera da Terra para reentrada, mas a sonda em si permanecerá no espaço. Consequentemente, a JAXA está considerando uma missão estendida, na qual a Hayabusa2 poderia ser enviada para visitar outro asteroide.

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