_Sony

Sony responde às críticas: “Nunca seremos tão limitados como a Apple”

Depois que a série "Sentimos Falta da Sony" foi publicada, a Sony entrou em contato com o Gizmodo americano para responder às críticas, falar sobre os erros e os planos para melhorar a empresa. O Giz conversou com George Bailey, CTO da Sony Corporation. Ele entrou na empresa ano passado para tentar consertá-la, completando as mudanças iniciadas por Howard Stringer. Estes são os principais pontos da entrevista:

Depois que a série "Sentimos Falta da Sony" foi publicada, a Sony entrou em contato com o Gizmodo americano para responder às críticas, falar sobre os erros e os planos para melhorar a empresa.

O Giz conversou com George Bailey, CTO da Sony Corporation. Ele entrou na empresa ano passado para tentar consertá-la, completando as mudanças iniciadas por Howard Stringer. Estes são os principais pontos da entrevista:

Sobre a Sony ter perdido o foco:

[Foi dito que as empresas japonesas de eletrônicos] parecem ter perdido o foco no consumidor e nós, como indústria, tendemos a valorizar mais a engenharia que o prazer do consumidor. E, na verdade, isso dói um pouco da perspectiva da Sony, porque nós sempre nos orgulhamos de ser aqueles que entendem de fato o que faz o consumidor feliz (…)

Acho que tenho que admitir que, nos últimos anos nós perdemos um pouco do foco nisso. É claro que algumas coisas que agradam os engenheiros em Tóquio não são as coisas que agradam os consumidores (…).

Acho que, em geral, para ser bem honesto, nós provavelmente temos (…) complexidade demais. Isso vem de algo bom. Isso vem dos nossos engenheiros tentando com esforço atingir as necessidades dos consumidores (…). Isto é bom, certo? É uma boa motivação. Infelizmente, isso dilui nosso impacto.

Bailey compara a Apple com a Sony:

Sabe, eu olho pra Apple, que é uma empresa incrivelmente focada. Eles criam todo um hype em cima do iPad, e tipo, é uma coisa que eles lançaram. Nós vamos lançar oito coisas este ano, ou doze. (…) E às vezes eu acho que deveríamos estar mais focados. E acho que você vai ver mais disto no próximo ano (…): muito mais foco. (…)

O que eu vejo mais, no entanto, é que a família de produtos da Sony adiciona cada vez mais valor porque é uma série, uma cadeia de produtos de ponta a ponta de dispositivos (…). Não vai ser um só produto que será o grande sucesso. Provavelmente será a família de produtos da Sony (…).

Quanto aos SKUs [produtos] — nós nunca seremos tão limitados como a Apple. Não queremos ser assim. Nós queremos oferecer mais escolhas e um espectro maior. Mas eu acho que nós viesamos demais para o lado de sermos variados, e nós vamos focar mais e mais à medida que avançamos.

O que eles estão fazendo a respeito:

[N]ós reestruturamos a empresa inteira e criamos estas coisas chamadas "plataformas horizontais". (…) Uma, por exemplo, é chamada "Plataforma de Pesquisa e Desenvolvimento para Software em Comum". Isto significa que todos os grupos díspares que faziam P&D e desenvolvimento de software em todos os nossos diferentes negócios, imagem digital, e Blu-ray, e PCs Vaio, e TVs Bravia, esses recursos foram todos unidos em uma única plataforma comum de liderança. (…) [O] que é mais importante para os consumidores (…) é que nós também começamos a receber a capacidade de começar a criar coisas, como uma interface de usuário comum a toda a família de dispositivos da Sony.

Agora, segundo Bailey, a empresa tem uma estrutura que pensa bastante em convergência. Ele conta que, há duas semanas, foi a primeira vez que se discutiu em uma reunião a ideia de unir vários dos produtos da Sony — gadgets, música e filmes — em um serviço "revolucionário". Seria este a possível Sony Online Service? Bailey fala sobre a estratégia de conteúdo da Sony:

Nós temos uma estratégia completamente nova de plataforma para dispositivos móveis, agora com diferentes tamanhos e formatos. E, ao contrário da Apple, nós teremos de fato a capacidade de ter conteúdo disponível para pessoas da menor tela de um smartphone até uma TV Bravia de 55 polegadas, com todo tipo de MotionFlow e 3D e tudo mais. Teremos uma linha completa que será poderosa pra caramba.

Bailey também fez comentários bastante interessantes sobre o Android e plataformas criadas fora da Sony:

Bem, nós estamos trabalhando pesado no novo smartphone da Sony Ericsson. (…) Este smartphone roda Android. Eu brinquei um pouco com ele e acho que ele é tão bom quanto ou melhor que o iPhone ou BlackBerry. E eu era um viciado em BlackBerry. (…)

O Android é uma plataforma atraente de muitas formas, então você vai ver o Android em vários dispositivos diferentes. Eu não estou dizendo que ele será a única plataforma, mas com certeza é uma plataforma bastante poderosa. Ela dará vantagens reais para os consumidores. (…)

Nós acreditamos que a Sony tem os melhores engenheiros de eletrônicos para consumidores. (…) [I]sso quis dizer que não precisávamos colaborar ou melhorar a plataforma de outros, ou trabalhar com pessoas de fora com frequência. Durante a era analógica, era este o caso (…). Na era digital, o jogo é diferente. Tem demorado um tempo para que a nossa cultura se acostume a isso. Aquela síndrome do "Isso não foi inventado aqui"? Nós temos essa síndrome? Sim. Estamos nos mexendo para mudar isso? Sim. (…) [Os engenheiros mais jovens] não têm essa síndrome do "Isso não foi inventado aqui".

A entrevista completa contém mais detalhes, incluindo a estratégia da Sony no campo dos smartphones, Dash e robôs — leia o texto completo no [Gizmodo US]

Sair da versão mobile