Soylent, a “comida do futuro”, chega à versão 2.0 pronto para beber
Há um ano, foi lançada a comida artificial Soylent – um composto nutricional que promete suprir todas as necessidades alimentícias dos seres humanos. Ele veio evoluindo desde então, e esta semana chegou à versão 2.0: ela é líquida, pronta para beber, e não estraga mesmo se ficar fora da geladeira.
Até então, o Soylent era vendido apenas na forma de pó: quando misturado com leite ou água, ele se transforma em uma espécie de vitamina com todos os nutrientes necessários para você. Agora, há duas variantes: a versão 1.5 mantém o formato de pó, enquanto a versão 2.0 é líquida.
O Soylent 2.0 é feito com proteína de soja, óleo de algas e isomaltulose – um substituto do açúcar comum que é liberado mais lentamente no sangue.
E como é o gosto? O engenheiro de software Rob Rhinehart, criador do Soylent, diz ao The Verge que ele tem um sabor “neutro, mas ainda assim agradável” – é “um tanto reconhecível” para quem já tomou versões anteriores do produto, ele afirma.
A ideia é que você consuma cinco garrafas de 414 ml por dia: por isso, cada uma delas tem exatamente 400 calorias (um quinto da recomendação diária) e micronutrientes essenciais em doses exatas de 20% – isso inclui vitaminas A/C/D/E/K, cálcio, ferro, fósforo, entre outros.
Cada garrafa usa material reciclável, para reduzir o impacto ambiental; e dura até um ano sem refrigeração. O criador do Soylent até se livrou da geladeira: “graças ao processamento asséptico, o produto não exige refrigeração, e ainda mantém sua nutrição durante pelo menos um ano. O gosto é melhor frio, mas eu acho bom quando está morno”.
Rhinehart explica que isso faz parte de um esforço para usar apenas um painel solar de 100W como fonte de energia em casa.
Ele ilumina a casa com luzes LED; usa computadores que requerem pouca energia; esquenta água e café usando fogão a gás; e não compra alimentos perecíveis, por isso não precisa da geladeira. Quanto a isso, ele diz:
Eu uso Soylent apenas em casa, e saio para comer quando desejo companhia ou sabor. Isso elimina uma panóplia de ferramentas caras e ingredientes que apodrecem, com os quais eu precisaria gastar uma quantidade desmedida de tempo obtendo, preparando e limpando…
Nunca mais vou cambalear em infinitos corredores confusos como um burro de carga à procura de alimentos, enquanto o cheiro de carne podre enche minhas narinas, luzes fluorescentes queimam meus globos oculares, e canções sentimentais de amor torturam meus ouvidos.
Rhinehart é um adepto de experimentos extremos como esse. No ano passado, ele colocou um desafio para si próprio: não consumir mais de 4 litros de água por dia. Para atingir esse objetivo, ele tomava uma versão do Soylent sem fibras e com um antibiótico para matar a flora intestinal – dessa forma, ele não precisava defecar, nem dar descarga.
Isso é loucura, mas muitos acreditam em Rhinehart. Inclusive, há diversos investidores apostando que esse tipo de alimento vai vingar: a Soylent Corporation já recebeu mais de US$ 22 milhões em financiamento.
O Soylent 2.0 está em pré-venda, a ser entregue em outubro. Cada kit com doze garrafas custa US$ 34; mas se você fizer uma assinatura mensal, esse mesmo kit sai por US$ 29.
O Soylent 1.5 continua à venda apenas nos EUA e Canadá: cada kit rende vinte e oito refeições e custa a partir de US$ 70; também é possível fazer uma assinatura mensal.