Spotify está cobrando artistas para promoverem suas músicas na plataforma

O Spotify usa uma ferramenta chamada Marquee para cobrar artistas ou gravadoras no mínimo US$ 5.000 para promover seus novos lançamentos para os fãs.
Captura de tela: Getty

Em um esforço para aumentar as vendas de anúncios e gerar mais receita, o Spotify está explorando várias maneiras de cobrar artistas e gravadoras pelo acesso aos ouvintes – inclusive pedindo que paguem para promover suas músicas.

O Spotify usa uma ferramenta chamada Marquee para cobrar artistas ou gravadoras no mínimo US$ 5.000 para promover seus novos lançamentos para os fãs, informou a Bloomberg na segunda-feira, citando Lil Wayne e Justin Bieber como artistas que usaram o serviço.

Beck Kloss, vice-presidente de produto e estratégia do Spotify para criadores, disse ao veículo que o Spotify está “vendo compras repetidas de clientes antigos e, em média, mais de um quarto dos usuários que veem um Marquee escutam a música promovida, tornando-a uma das as ferramentas de marketing digital mais eficazes disponíveis”.

Pagar para enviar notificações a usuários relevantes não é a única maneira de o Spotify exercer seu poder de promoção. De acordo com a Bloomberg, a plataforma também coloca músicas patrocinadas em listas de reprodução selecionadas, e a empresa explorou a possibilidade de cobrar por informações relacionadas ao comportamento dos ouvintes na plataforma.

Um porta-voz do Spotify não respondeu perguntas específicas sobre o Marquee, mas encaminhou o Gizmodo para um post de outubro anunciando a ferramenta (embora “Marquee” não seja mencionado em nenhum lugar do post). Nesse post, o Spotify informou aos usuários que “permitiria que as equipes de artistas pagassem para patrocinar as recomendações [do aplicativo], dando a elas o poder de informar seus ouvintes no Spotify”.

“Uma coisa que não muda é que essas recomendações continuarão sendo baseadas em seu gosto musical, para que você ouça apenas artistas que escuta ou segue com frequência. Esperamos que você goste dessas recomendações – mas se você não gostar, os assinantes Premium podem desativá-las”, disse a empresa na época. No entanto, ela não mencionou que colocaria músicas patrocinadas em listas de reprodução de usuários na plataforma.

O problema é o seguinte: o Spotify é como qualquer outro serviço oferecido gratuitamente ou por um custo mensal aos usuários pelo consumo ilimitado de conteúdo. Na maioria dos casos, são os usuários que acabam sendo o produto para as empresas – ou, nesse caso, artistas e gravadoras – esperando alcançá-los com ferramentas de marketing. E se os números das conversas do Spotify estiverem corretos, essas promoções são muito lucrativas.

O ótimo sistema de curadoria do Spotify pode não ser cancelado ainda, mas não se surpreenda se suas recomendações começarem a ficar estranhas no futuro.

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