_Spotify

Spotify recua em política que retirava artistas acusados de abusos de playlists promovidas

No início deste mês, o Spotify instituiu uma política que pune artistas com mau comportamento em suas vidas pessoais. Mas o serviço já está dando para trás e aliviando as regras para os “conteúdos de ódio” – que até então tinha feito com que diversos artistas fossem removidos de playlists promovidas pelo serviço. Apesar disso, […]

No início deste mês, o Spotify instituiu uma política que pune artistas com mau comportamento em suas vidas pessoais. Mas o serviço já está dando para trás e aliviando as regras para os “conteúdos de ódio” – que até então tinha feito com que diversos artistas fossem removidos de playlists promovidas pelo serviço.

Apesar disso, R. Kelly – famoso pela música “I believe I can fly”, trilha do filme Space Jam – continuará banido.

• O Spotify vai parar de promover cantor acusado de abuso sexual por causa de sua nova política
• O Spotify está fazendo uma limpa nos apps que pirateiam o serviço

A Bloomberg noticia que a resistência de artistas e funcionários do Spotify fez com que a empresa recolocasse algumas músicas em playlists promovidas pelo serviço, incluindo faixas do rapper XXXTentacion, que foi acusado de agredir uma mulher grávida.

Kendrick Lamar, que tem apoiado há bastante tempo o trabalho de XXXTentacion, aparentemente foi um dos artistas que pressionou o Spotify depois do anúncio das novas políticas para conteúdos de ódio. Lamar ameaçou tirar suas músicas da plataforma em resposta à iniciativa da empresa.

O Spotify implementou sua política no dia 10 de março, em uma tentativa de definir quais artistas eles iriam promover. A empresa decidiu remover músicas que promovessem ódio e violência, além de faixas criadas por artistas que “demonstraram pessoalmente conduta de ódio”.

A companhia não removeu os artistas da plataforma com essa nova política – suas músicas ainda estão disponíveis, bem como os merchandise dos cantores – mas retiraram faixas de playlists organizadas pela plataforma e de outros espaços promovidos no aplicativo.

A política é tão abrangente que é quase impossível executá-la, mesmo manualmente. Alguns grupos ativistas têm pedido para que o Spotify remova diversos artistas de suas playlists por terem sido acusados por algum tipo de abuso, incluindo Chris Brown, Eminem e Red Hot Chili Peppers. De acordo com a Bloomberg, executivos das gravadoras perguntaram em particular ao serviço porque os alvos da política até agora têm sido artistas negros, enquanto homens brancos com históricos de violência continuam impunes.

A política bem-intencionada, porém mal executada do Spotify tem tido resultados mistos. A Associated Press noticia que os números de ouvintes de R. Kelly não foi alterado desde que suas músicas foram removidas das playlists (e é possível que ele tenha chamado mais atenção, na verdade). Já XXXTentacion viu seus ouvintes caírem em 17%, o que poderia fazer com que US$ 60.000 não entrem conta bancária a cada ano, de acordo com The Fader.

O Spotify acabou liberando a barra de XXXTentacion, mas o mesmo não acontecerá com R. Kelly. Ele permanecerá banido de playlists promovidas no serviço de streaming. Não parece haver muita gente contra para essa decisão, no entanto. Lucas Shaw da Bloomberg tuitou que R. Kelly tem um caso “visto como irremediável (não apenas pelo Spotify, mas por muita gente na indústria da música)”. Ele foi processado por abuso sexual mais uma vez, no início desta semana.

O Gizmodo entrou em contato com o Spotify para um posicionamento sobre as mudanças em sua política. Vamos atualizar esta publicação se recebermos alguma resposta.

[Bloomberg, Billboard, The Fader]

Sair da versão mobile