Esta startup oferece criptomoedas de graça, desde que seus olhos sejam escaneados

O escâner seria uma forma de aumentar a segurança das criptomedas e evitar possíveis golpes, mas também levanta questões relacionadas à privacidade.
Martin Meissner (AP)
Imagem: Martin Meissner (AP)

Depois de a moeda meme Dogecoin virar realidade e de os NFTs dominarem o mercado de obras artísticas online, agora é a vez de mais uma tecnologia curiosa entrar em cena. Sam Altman, ex-CEO da incubadora de startups Y Combinator, estaria trabalhando em uma nova criptomoeda que poderá ser usada por qualquer pessoa — desde que ela concorde em ter os olhos escaneados.

De acordo com a Bloomberg, a criptomoeda de Altman e a empresa por trás dela, ambas apelidadas de Worldcoin, levantaram recentemente US$ 25 milhões (R$ 124,9 milhões, na conversão direta) de investidores. A companhia teria apoio de Andreessen Horowitz, da Day One Ventures, e do fundador do LinkedIn, Reid Hoffman.

A Bloomberg diz que o tal escaner é um “aparelho esférico prateado do tamanho de uma bola de basquete” portátil que é usado para digitalizar a íris das pessoas. Ele está sendo testado em algumas cidades e, como a Worldcoin ainda não está pronta para distribuição em massa, a empresa está dando aos voluntários outras criptomoedas em troca de participação, entre elas o Bitcoin. Existem menos de 20 protótipos dessa orbe de varredura do globo ocular e, atualmente, cada um deles custa US$ 5 mil (R$ 24 mil) para ser fabricado.

O que torna a Worldcoin diferente é justamente o componente de hardware, em uma tentativa de “garantir tanto a humanidade quanto a exclusividade de todos que se inscreverem, enquanto mantém sua privacidade e transparência geral de um blockchain sem permissão”. Supostamente, todo o escaneamento da íris é “essencial”, pois geraria um “código numérico único” para cada pessoa, desencorajando os golpistas de se inscreverem várias vezes. Quanto a todo o problema de privacidade, a Worldcoin diz que a imagem digitalizada é excluída.

“Estou muito interessado em coisas como renda básica universal e o que vai acontecer com a redistribuição global da riqueza, e como podemos fazer isso melhor”, disse Altman à Bloomberg. O executivo acredita que o uso de uma criptomoeda universal permitiria que mais pessoas tivessem acesso a recursos financeiros, além de padronizar melhor o mercado.

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A renda básica universal é uma teoria econômica que estipula que todo cidadão deve ter uma renda mínima fornecida pelo governo. Embora você possa associar esse conceito às ambições políticas fracassadas de Andrew Yang — pré-candidato democrata à presidência dos EUA em 2020 –, no mundo da tecnologia ele tem sido apresentado como uma estratégia para compensar as perdas de empregos causadas pela automação.

O próprio Altman tem sido um defensor ferrenho da renda básica universal por vários anos. Durante seu tempo na Y Combinator, Altman planejou distribuir até US$ 60 milhões (R$ 299 milhões) como parte de um estudo piloto para testar a viabilidade da teoria econômica. Altman também começou a falar sobre a relação potencial desse conceito com as criptomoedas em 2019.

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