Publicaram o último artigo de Stephen Hawking

Stephen Hawking pode ter falecido em março, mas seu trabalho final foi publicado só agora em um periódico científico. O artigo, “Uma Saída Suave da Inflação Eterna?’, foi recentemente publicado pelo Journal of High Energy Physics. O estudo foi disponibilizado online pela primeira vez como uma pré-impressão no ano passado, e não tem muita coisa nova […]

Stephen Hawking pode ter falecido em março, mas seu trabalho final foi publicado só agora em um periódico científico.

O artigo, “Uma Saída Suave da Inflação Eterna?’, foi recentemente publicado pelo Journal of High Energy Physics. O estudo foi disponibilizado online pela primeira vez como uma pré-impressão no ano passado, e não tem muita coisa nova entre as versões — apenas a confiança de um conjunto de revisores de que o estudo vale a publicação.

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O artigo lida com a natureza do cosmos. Muitos cientistas levantam a hipótese de que imediatamente após o Big Bang, o universo se expandiu como um balão em uma velocidade superior à da luz, por meio do processo de inflação cósmica. As menores flutuações de energia aleatórias de mecânica quântica podem ter sido ampliadas em aglomerados e vazios, criando a estrutura em larga escala do universo.

Alguns pensam que talvez existam lugares onde a inflação continua, e, entre eles, bolsos estáveis ​​de espaço não inflacionado (como o nosso próprio universo) existem. Cada uma dessas bolhas seria então universos únicos em um multiverso maior e sempre no processo de inflação cósmica.

Hawking e seu colaborador Thomas Hertog, da Universidade de Leuven, na Bélgica, não gostaram da infinita imprevisibilidade de um multiverso. Então, eles criaram um modelo simplificado desse comportamento e uma abordagem matemática que poderia restringir severamente o número de possíveis multiversos. O que sobraria seriam universos com física semelhante à nossa.

“Isso levanta dúvidas sobre a ideia generalizada de que a inflação eterna produz um universo altamente irregular, com uma estrutura em mosaico de manchas semelhantes a bolhas separadas por domínios inflacionários”, eles escreveram.

Já que esse foi o último artigo de Hawking e que o estudo lidou com algumas coisas bastante inebriantes, os não-físicos achavam que era algo bem importante. Os físicos geralmente discordavam. Sabine Hossenfelder, física teórica e blogueira de ciência, reiterou que Hawking era um físico muito querido e um grande homem, mas chamou o artigo de “totalmente normal”.

O problema de Hossenfelder com o trabalho era que ele era apenas mais um artigo teórico sem uma maneira fisicamente distinta de testar suas conclusões ou previsões.

Outros pegaram mais leve com o estudo, como falamos anteriormente. É especulativo, e Hawking e Hertog mencionaram, eles mesmos, que precisava de mais desenvolvimento.

Isso pode soar decepcionante, mas é exatamente como a física teórica funciona. Físicos teóricos usam matemática para responder a algumas das maiores questões do universo. Eles geram novas ideias na esperança de que algumas delas sobrevivam e ofereçam previsões que experimentos possam testar. A testabilidade dessas teorias é um ponto importante que continua gerando controvérsia no mundo da física.

Pouquíssimos trabalhos teóricos de física conseguem ser a “nova Teoria da Relatividade Geral”. Muitos são apenas novas abordagens para pensar sobre os problemas existentes. Você não deve achar que o último artigo de Hawking foi um fracasso — ou que foi um grande negócio. Em vez disso, apenas saiba que, no último ano de sua vida, Hawking continuava a fazer seu trabalho diário: tentar entender como o universo funciona.

[Journal of High Energy Physics]

Imagem do topo: AP

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