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Street View chega ao Brasil. O que fazer com ele?

  Eis que o tão aguardado Street View chegou oficialmente ao Brasil, inicialmente em 15 municípios do país, o primeiro da América do Sul a contar com o serviço. Hoje pela manhã, após o anúncio, milhares de usuários começaram a caçar suas casas, locais de trabalho e outras bizarrices que o sistema traz. Mas, depois de dar algumas risadas com uma ou outra situação engraçada, o que dá para realmente fazer com o Street View e suas imagens em alta resolução?

Eis que o tão aguardado Street View chegou oficialmente ao Brasil, inicialmente em 15 municípios do país, o primeiro da América do Sul a contar com o serviço. Hoje pela manhã, após o anúncio, milhares de usuários começaram a caçar suas casas, locais de trabalho e outras bizarrices que o sistema traz. Mas, depois de dar algumas risadas com uma ou outra situação engraçada, o que dá para realmente fazer com o Street View e suas imagens em alta resolução?

As capitais São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte foram 100% mapeadas, e as regiões metropolitanas ao redor delas aproveitaram o passeio dos Stilos com câmera no teto – São Bernardo do Campo em SP e Niterói, no Rio, são uma das agraciadas. Em Minas, o Google foi esperto e mapeou cidades histórias, como Tiradentes, Mariana e Ouro Preto. No total, 51 cidades já foram capturadas pelas câmeras do Google. São impressionantes 150 mil quilômetros em pouco mais de um ano de estrada.

A qualidade das imagens impressiona. Uma primeira visita ao site (é só clicar no “Mais” ao lado do endereço e selecionar Street View) dá a sensação que estamos em 2027 – só faltam os carros voando mesmo. A reação inicial é encontrar sua própria casa, caçar conhecidos na tela e dar algumas risadas. Caçamos algumas bizarrices e selecionamos o que as pessoas podem fazer além de galhofar das situações alheias com o ótimo serviço do Google.

Caçar absurdos é divertido

Foram necessárias poucas horas para a turba de usuários do Street View começarem a encontrar situações surreais captadas pelas câmeras. A primeira dica é visitar o endereço de todos os seus familiares, para confirmar se nenhum deles deu as caras no sistema. Nosso camarada Fabiano Candido, da Info, por exemplo, encontrou sua avó na varanda de casa, olhando marotamente (possivelmente assustada com a câmera gigante) para o carro do Google. Os rostos, pelo menos, ficam borrados – caso contrário, a enxurrada de processos ao sistema seria muito maior. O pessoal da UOL reparou que o Google ficou tão preocupado com a questão dos rostos que borrou até a cara da estátua do Borba Gato, em São Paulo (foto do topo). A descoberta mais recente (leia-se "dos últimos dez minutos") foi esse clássico bunda lelê feito em Moema, São Paulo:

Em Belo Horizonte, o primeiro relato bizarro foi o de um cidadão aparentemente passando mal – tudo indica que o camarada não está nada bem mesmo. Se em poucas horas os absurdos já começam a surgir, daqui há uma semana já poderemos fazer uma seleção das melhores imagens. Ah, e se você encontrar algo, mande para a gente, claro.

Conhecer (virtualmente) cidades maravilhosas

Chega de Torre Eiffel, Estátua da Liberdade e outros pontos turísticos que todo mundo já viu no Street View e que já perderam a graça de tão batidos. Agora é hora de explorar o Brasil, ou pelo menos as cidades que já estão disponíveis. As cidades históricas mineiras estão com imagens de altíssima qualidade, praticamente uma aula de patrimônio histórico na tela do computador. No Rio de Janeiro, então, é quase uma tortura ver as belas praias e aquele mar sem poder dar um mergulho. Para os fãs de arquitetura, o passeio é ótimo também: dá para passear por fora do Museu de Arte Contemporânea com facilidade.

A experiência é interessante tanto para quem já conheceu os lugares quanto para quem nunca esteve. Os primeiros verão as diferenças, terão aquela sensação nostálgica e possivelmente sentirão vontade de voltar ao lugar. Já o segundo pelotão poderá explorar as cidades muito além dos cartões postais e fotos de divulgação, conhecendo bem mais de perto lugares famosos e já preparando um roteiro de viagem – porque, claro, esse passeio não substitui a sensação real de estar em algum lugar.

Criar mashups úteis

Você pode estar achando tudo isso uma besteira sem fim e que o número de acessos do Street View vai cair vorazmente em poucas semanas, mas além de belo, o serviço também pode ajudar. Nos EUA, são centenas de mashups criados dentro dos mapas. Isso já é algo comum desde o Google Maps, mas com a possibilidade de criar roteiros virtuais com imagens reais é muito mais interessante. Eu, por exemplo, pretendo criar um tour virtual pelos graffitis mais marcantes de São Paulo. Ou seja, é possível criar guias interativos de bairros e cidades de centenas de pontos de vistas – os melhores bares, os melhores cafés, as melhores coxinhas da região. Lá fora, esses mapas são normalmente criados por outros sites, como o Showstreet, e não pelo Google. Mas desde que a empresa liberou a API do Street View, vários sites começaram a desenvolver novas opções para o serviço, como o Dual Maps. Agora, é ficar no aguardo dos sites nacionais.

E você se lembra do site The Wilderness Downtown? Aquele que misturava o Street View com HTML5, embalado por uma ótima canção do Arcade Fire, criando uma experiência no browser completamente nova? Nós, brasileiros, só podíamos brincar com endereços americanos, escondendo nossas casas originais e nos contentando com um passeio por Nova York. Agora, é possível colocar o lugar onde você nasceu e cresceu, que é a recomendação do próprio site. Para quem não viu, vale a pena. E para quem já visitou, o passeio com pássaros pelas ruas de sua cidade é bem mais gostoso.

Mas, e a privacidade?

O Google borrou a cara de todo mundo e as placas em todos os Street Views do mundo, o que não impediu que nada menos do que 37 Estados americanos entrassem com uma ação contra a gigante das buscas. Motivo? A acusação de que o Google estaria coletando dados dos usuários. A empresa confirmou que alguns carros da frota tinham “acidentalmente coletado informações pessoais” por meio de conexões Wi-Fi. Nos EUA, especialistas dizem que o Google pode ter coletado e-mails e senhas enviadas pelos usuários.

O Brasil, que tem um histórico de muitos pedidos de remoção de conteúdo do Google, deve encarar o Street View com muito encanto inicialmente, mas a sensação é que com o tempo, ações contra uso de imagem começarão a pipocar. E você, o que acha? O Street View é uma exagerada invasão de privacidade ou apenas uma ótima ferramenta de consulta? Se você se encontrar em alguma de suas ruas, você se sentirá lesado de alguma forma? E se estiver, digamos, tão mal quanto nosso amigo de BH? O que você faria? No mais, boa sorte. Começa, a partir de hoje, a caça aos tesouros absurdos do Street View. Ah, e se você quer muito que sua cidade entre na lista, entre no site http://www.exploreostreetview.com.br/ e comece a campanha para a captação de imagens. A promessa do Google é continuar expandido o Street View no país.

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