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[Review] Surface Pro é o melhor Surface já feito pela Microsoft, mas ainda não é um laptop

Review do novo Surface Pro, a quinta geração do dispositivo 2-em-1 da Microsoft

Um verdadeiro ultraje é uma pessoa usando um Microsoft Surface Pro como um laptop. O Surface Pro é muitas coisas, inclusive tudo: da tentativa da Microsoft em atrair profissionais criativos até um dispositivo projetado de forma atraente que quer ser uma fusão entre tablet e laptop. Mas ainda assim ele nunca foi o verdadeiro dispositivo para todas as situações que a Microsoft tenta vender.

O suporte para ele ficar de pé e o teclado o definem como atraente para muitos consumidores. E agora, na quinta versão do Surface, o suporte parece finalmente cumprir aquilo que deveria: tornar o Surface o mais próximo possível de ser um laptop – muito embora não seja tão próximo quanto a Microsoft gostaria.

Perceba como o novo suporte está incorporado na traseira do melhor Surface Pro feito até agora

A Microsoft deixou de lado o esquema de numeração para a nomeação do dispositivo com essa quinta geração, optando por um simples “Surface Pro”. E o nome faz sentido. O dispositivo refinado, com o suporte firme e suas entranhas silenciosas, é aquilo que o Surface Pro sempre deveria ter sido. Ele agora é o padrão de perfeição para os dispositivos 2-em-1. As mudanças são pequenas comparadas com o Surface Pro 4. Se você não é um analista de gadgets ou um cara obcecado por dispositivos, será difícil notar as diferenças entre os dois de relance, mas existem mudanças.

Note o arredondamento suave do novo Surface Pro na parte de baixo da imagem, versus a icônica, porém grosseira, borda do Surface Pro 4 na parte de cima

Os ângulos duros que conseguiram definir a linha de design do Surface foi suavizada no novo Pro. É especialmente notável nos lados dos dispositivos: no Surface Pro 4 e versões anteriores, a sensação era de um acabamento mais grosseiro e duro. Agora existe uma curva gentil, quase que imperceptível. Ao colocar minhas mãos, ele se parece mais fino, mesmo que sua espessura não tenha mudado.

As aberturas de ventilação do dispositivo também estão mais sutis do que nas versões anteriores. Elas permitem que o dispositivo virtualmente não tenha um cooler na versão com processador Intel Core i7 que testamos (os modelos i5 e m3 operam completamente sem coolers). Com o processador de sétima geração, ele é rápido o suficiente para você editar um arquivo gigante no formato RAW em uma janela, assistir a um vídeo em outra e não notar nenhum engasgo.

O Surface Pro também possui uma autonomia de bateria fantástica. Eu escrevi a maior parte desse texto em um bar no aeroporto, durante a minha escala de quatro horas, pausando periodicamente para ler notícias ou jogar Civilizations VI, e mal consegui consumir muito da bateria. Eu sofri com um problema, no entanto – e é um problema fundamental dada a natureza do Surface Pro e seus colegas Windows 2-em-1. Nem todos os softwares rodam bem com a alternância entre os modos laptop e tablet.

O Civilazations VI deveria, supostamente, ser perfeito em um Surface Pro. A tela grande de 12,3 polegadas permite visualizar bastante dos continentes que você está civilizando, e a Surface Pen (que custa US$ 60) pode ser, quando tudo funciona perfeitamente, uma ótima ferramenta para escolher e definir tropas, vilas e todas as outras coisas que você faz no jogo. Parece um jogo feito para telas touch, assim como seus irmãos desenvolvidos para iPhone, mas na prática esse não é o caso. Os menus não respondiam bem, e às vezes eu não conseguia passar na página de abertura. Eu sofri esse mesmo problema no Gwent, um jogo de cartas parecido com Hearthstone que, novamente, deveria funcionar muito bem em uma tela sensível ao toque.

São jogos que deveriam funcionar bem com o touch, mas na prática não é isso o que acontece. Seus designers focaram em criar uma ótima experiência com teclado e mouse, esquecendo que muitos dos usuários do Windows talvez interajam com a interface utilizando os dedos ou a Pen. Essas empresas não são as únicas a ignorar o touch, e isso continua a ser um problema no Windows 10, que torna a promessa de um um dispositivo touch como o Surface Pro um pouco menos atraente. A menos que o software que você esteja planejando utilizar tenha sido atualizado especificamente para telas sensíveis ao toque, como os diversos aplicativos de ilustração disponíveis, você sentirá que a experiência de tablet do Surface Pro deixa a desejar em diversos momentos. O Surface Pro é um híbrido, que tenta unir o melhor de dois mundos e que demanda sérios compromentimentos para chegar nisso.

O suporte do novo Surface Pro (na esquerda) tem uma amplitude muito maior do que o Surface Pro 4 (na direita). Isso facilita bastante o uso da Pen

O maior compromisso do dispositivo, no entanto, é o seu suporte e o seu teclado. Sim, os dois são excepcionais para um dispositivo 2-em-1 – o melhor que você pode ter em mãos, na minha experiência – mas eles significam que o dispositivo nunca será tão estável quanto um laptop. No entanto, esse dispositivo chega bem perto de conseguir isso. O teclado é idêntico aquele que a Microsoft lançou para o Surface Pro 4 no ano passado. É um teclado para tablets muito bom. Melhor do que o do meu iPad e começou a desmantelar, ou os super rígidos fabricados por empresas como a HP e Huawei que são mais meio-laptop. Ainda assim, não importa o quão bom ele seja, ele deixa o dispositivo sem equilíbrio quando está aberto, exigindo uma dobradiça forte para estabilizá-lo.

A dobradiça no novo suporte do Surface Pro é forte. Em uma mesa fica perfeito. No colo ocupa mais espaço do que o laptop com uma tela do mesmo tamanho ocuparia, mas permanece tão estável que eu não ligo muito. Em uma cama, em um sofá, ou parado em geral, é uma outra história. Essa dobradiça torna esse o Surface Pro mais estável de todos, mas ainda é gigante. Não tem como repousar o dispositivo no peito e inclinar um pouco a tela para você, para que você possa ler sem óculos. Na verdade, ao repousá-lo no seu peito, no modo laptop, causa um certo medo. Porque, inevitavelmente, se você espirrar ou tossir ou gritar com o cachorro, o negócio vai se mover para frente e aí quase um quilo de tablet irá bater na sua cara.

Algumas coisas não podem ser resolvidas com um design incrível. São simplesmente “falhas” fundamentais à natureza do dispositivo. O laptop 2-em-1 não pode escapar às falhas inerentes a um tablet superleve que se conecta a um teclado ainda mais leve, mas o novo Surface Pro chega mais perto do que qualquer outro dispositivo já conseguiu. Se você realmente precisa de um laptop que se transforma em um tablet para desenhos, então essa é a escolha certa.

Resumo

• A dobradiça do suporte é muito, muito bom.
• A Pen agora é vendida separadamente, então você precisará de US$ 60 a mais.
• Menos coolers significa que o dispositivo é muito mais silencioso do que o Pro 4.
• A autonomia da bateria é surpreendentemente boa.

Todas as imagens: Alex Cranz/Gizmodo

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