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Surto mais recente de ebola atinge grande cidade na República Democrática do Congo

Um surto atual de ebola na República Democratica do Congo (RDC), na África, acaba de se tornar muito mais preocupante, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta quinta-feira (17). Embora casos anteriores da doenças frequentemente fatal tenham acontecido em áreas rurais durante este surto mais recente, o primeiro caso urbano de ebola foi recentemente […]

Um surto atual de ebola na República Democratica do Congo (RDC), na África, acaba de se tornar muito mais preocupante, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta quinta-feira (17). Embora casos anteriores da doenças frequentemente fatal tenham acontecido em áreas rurais durante este surto mais recente, o primeiro caso urbano de ebola foi recentemente confirmado em Mbandaka, uma cidade na região noroeste da RDC, com 1,2 milhão de habitantes.

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A descoberta aumenta as chances de que esse surto atual possa crescer muito mais, como o de 2014 a 2016 na África Ocidental que ocasionou em dez mil mortes.

“Este é um grande desenvolvimento do surto”, disse Peter Salama, diretor-geral adjunto de preparação e resposta a emergências da OMS, em entrevista à BBC. “Temos o ebola urbano, que é  muito diferente do rural. O potencial para um aumento explosivo no número de casos agora existe.”

Isso, em grande parte, porque Mbandaka é um grande centro de transporte ao longo do rio Congo, explicou Salama. A cidade é quase uma linha reta ao norte a partir da cidade de Kinshasa, com dez milhões de habitantes, e o rio permite o transporte fácil para capitais de países africanos vizinhos, incluindo a República do Congo e a República Centro-Africana.

O caso de Mbandaka é um dos 44 casos confirmados, suspeitos ou prováveis de ebola detectados por funcionários de saúde até 15 de maio, segundo a OMS. Vinte e três dessas pessoas morreram. É o nono surto a atingir a República Democrática do Congo desde a descoberta do ebola em 1976. No ano passado, a área teve um surto isolado com cinco casos, e um pequeno surto da doença afetou a RDC em 2014, mas não teve ligação com aquele muito maior na África Ocidental.

Diferentemente do surto de 2014 na África Ocidental, no entanto, a resposta global tem sido muito mais acentuada e rápida dessa vez. E agora existem também mais ferramentas disponíveis para combater o vírus.

A OMS implantou quatro mil doses de sua vacina experimental para o ebola em áreas afetadas na quarta-feira (16), e mais entregas são esperadas. Em testes limitados, conduzidos durante o fim do surto de 2014, descobriu-se que essa vacina oferecia uma proteção substancial contra o tipo mais comum de ebola a afetar as pessoas. Esse mesmo tipo é a fonte desse surto atual. A vacina começará a ser distribuída para funcionários da saúde e indivíduos que possam entrar em contato com pessoas infectadas, uma estratégia conhecida como vacinação em anel.

De acordo com a organização Médicos sem Fronteiras, até agora, 514 pessoas se encaixam nessa conta tanto em Mbandaka quanto na cidade de Bikoro, onde maioria dos casos aconteceu, e ambas estão sendo monitoradas para possíveis sintomas de ebola.

O ebola normalmente normalmente se espalha por contato próximo com fluidos corporais como sangue ou sêmen seja dos animais ou das pessoas infectadas. Seus sintomas começam parecidos com os de uma gripe, mas, ao longo de um período de semanas, podem progredir para hemorragia interna e uma febre perigosamente alta. A taxa de mortalidade, dependendo do tipo de ebola, varia de 25% a aproximadamente 90%. Atualmente, não existe tratamento eficaz disponível para a doença, embora acredita-se que o tratamento de suporte ajuda.

A OMS e outros parceiros estão enviando suprimentos, como kits médicos e de desinfecção, para Mbandaka, assim como kits de tratamento de água e de medicamentos para tratar sintomas do ebola, como analgésicos e medicações contra a ansiedade. A OMS também enviará 30 especialistas para conduzir a vigilância da cidade; eles trabalharam com funcionários locais para rastrear e prevenir mais casos.

Imagem do topo: CDC (AP)

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