
Telefónica quer vender parte da Vivo no Brasil e usar dinheiro na Europa
A Telefónica quer comprar mais empresas de telecomunicações na Europa. Assim, estuda vender 20% da Vivo, maior operadora do Brasil, para financiar a estratégia.
As informações são do jornal espanhol El Economista, que ressalta que a empresa passa por uma mudança estratégica após contratar os serviços de consultoria empresarial da BCG (Boston Consulting Group).
A Telefônica estuda mudanças estratégicas desde janeiro deste ano, quando Marc Murtra assumiu a cadeira de CEO do conglomerado. Segundo as novas informações, as duas principais opções da Teléfonica são: aumentar o capital em quase 4 bilhões de euros e vender 20% da subsidiária no Brasil.
Telefónica continuaria controlando a Vivo mesmo com venda de ações
A holding da Espanha tem 76% das ações da subsidiária brasileira, que controla a Vivo. De acordo com o mercado financeiro, vender quase 20% das ações da Vivo renderia 3 bilhões de euros à Telefónica.
Além disso, a Telefónica continuaria tendo o controle majoritário da Vivo, com 51% das ações, mantendo sua influência no maior mercado da América Latina.
A decisão também envolve a volatilidade do real. Desde 2015, a Telefónica passou a reduzir os investimentos na América Latina, mas esta é a primeira ação que mira o Brasil.
Em maio, uma matéria do Bloomberg revelou que a Telefónica estudava aumentar sua presença no mercado de internet via fibra óptica no Brasil.
A matéria cita a grande revisão estratégica do novo CEO, mas ressalta que o foco da dona da Vivo seria em quatro mercados: Brasil, Espanha, Reino Unido e Alemanha.
Por outro lado, a matéria do El Economista mostra que o foco mudou, citando que a estratégia da Telefónica é “Europa, Europa e Europa”, conforme o novo CEO declarou em reuniões com acionistas.
Contudo, vender a Vivo pode não ser o suficiente para a Telefónica, que pretende comprar as operações da Vodafone na Espanha. Contudo, o valor de mercado da operadora supera 11 bilhões de euros.
No resto da Europa, a companhia mira parcerias, sobretudo no Reino Unido e na Alemanha. Para Murtra, agora é a hora das grandes “empresas de telecomunicações da Europa se consolidarem”.