Tempestades solares derrubam satélites Starlink, diz estudo de brasileiro da NASA

O máximo solar do ano passado “matou” mais de 60 satélites da Starlink.
Imagem: NASA/Reprodução

O número de satélites da Starlink na órbita da Terra está cada vez maior — e não para de crescer —, mas tempestades solares estão afetando o ciclo de vida dos satélites, de acordo com um estudo de um brasileiro da NASA.

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Denny Oliveira, brasileiro que trabalha no Goddard Space Flight Center, da NASA, é o autor de um estudo que analisa o impacto das tempestades solares em grandes constelações de satélites, sobretudo os da Starlink.

Publicado na última segunda-feira (2), o estudo observa que o grande número de lançamentos de constelações satélites de baixa órbita coincidem com o atual ciclo solar 25. Por isso, o título do estudo é “Monitorando Reentradas de Satélites da Starlink Durante a Fase de Pico do Ciclo Solar 25”. Conforme publicamos anteriormente aqui no Giz, o pico de atividade solar quebrou recordes em 2024, com a maior tempestade solar dos últimos 20 anos.

O ciclo solar designa o período de mudanças na atividade do Sol a cada 11 anos. No ciclo solar, níveis de radiação, tempestades e outros fenômenos ficam em sincronia de atividade mínima à máxima, até voltarem à atividade mínima.

A atividade máxima, ou o máximo solar, ocorreu no final de 2024, com tempestades solares extremamente fortes, aquecendo e expandindo a ionosfera da Terra — o que aumentam o arrasto atmosférico sofrido por satélites. Assim, esse arrasto atmosférico é o responsável pelo decaimento orbital de satélites como os da Starlink e as tempestades solares são a principal causam o arrasto.

 

Tempestades solares derrubaram mais de 500 satélites da Starlink

O estudo analisa justamente a reentrada de satélites da Starlink entre 2020 e 2024, constatando que as tempestades solares mataram os satélites da mega constelação.

Durante o período, houve 523 reentradas de satélites da Starlink na atmosfera da Terra. Quando houve as tempestades solares mais intensas, em 2024, a reentrada dos satélites da Starlink ocorreu em apenas cinco dias.

Vale ressaltar que o máximo solar de 2024 é o primeiro da era das mega constelações de satélites. Tal fato pode ser uma faca de dois gumes. Por um lado, as tempestades solares ajudam a “derrubar” satélites inativos e reduzem o lixo espacial em órbita do planeta.

Por outro lado, as tempestades solares podem complicar as operações de satélites em órbita muito baixa, abaixo de 400 quilômetros e usada para comunicações.

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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