Terra ultrapassa marca de aquecimento de 1,5º C durante 1 ano
Pela primeira vez desde que há registro, o aquecimento global ultrapassou os 1,5ºC durante um ano inteiro, de acordo com o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia. De fevereiro de 2023 a janeiro de 2024, o aumento foi de 1,52ºC.
Grupos científicos divergem sobre o aumento exato das temperaturas. Mas, de qualquer forma, um relatório da ONU de 2018 afirmou que os riscos das alterações climáticas eram muito mais elevados a 2ºC de aquecimento do que a 1,5ºC.
O professor Sir Bob Watson, ex-presidente do órgão climático da ONU, exemplificou ao programa Today da BBC Radio 4: “Veja o que aconteceu este ano com apenas 1,5ºC – vimos inundações, vimos secas, vimos ondas de calor e incêndios florestais em todo o mundo”.
El Niño eleva temperaturas ao redor do mundo
Nos últimos meses, o fenômeno climático El Niño também aumentou a temperatura do ar. Somando esse fator, as temperaturas médias globais ultrapassaram 1,5°C de aquecimento quase todos os dias no segundo semestre de 2023.
Neste outono, ele chegará ao seu fim, podendo estabilizar e, futuramente, diminuir esses números. No entanto, o aumento dos níveis de gases causadores de aquecimento na atmosfera pela atividade humana deve continuar a elevar as temperaturas nas próximas décadas.
Consequências do aquecimento global
Limitar o aquecimento a longo prazo a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais (antes da emissão de grandes quantidades de combustíveis fósseis) tornou-se um um esforço internacional fundamental, incluindo o objetivo do Acordo de Paris. Isso porque, um aumento acima desse número pode acarretar em rápidas mudanças possivelmente irreversíveis.
O colapso das camadas de gelo da Gronelândia e da Antártida Ocidental, por exemplo, pode subir em grandes quantidades o nível do mar global. Veja imagens que simulam o impacto do aumento do nível do mar em cidades brasileiras nesta matéria do Giz Brasil.