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Razer Phone: tela de 120Hz impressiona, mas talvez não seja o bastante para comprá-lo

Como dizem os caras da Razer, o plano sempre foi fazer um celular. Ninguém na empresa sabia com o que ele se pareceria, ou exatamente como ele seria um celular “gamer” – os periféricos e laptops da Razer são primordialmente feitos para gamers – mas o celular era um sonho distante. Agora ele é uma […]

Como dizem os caras da Razer, o plano sempre foi fazer um celular. Ninguém na empresa sabia com o que ele se pareceria, ou exatamente como ele seria um celular “gamer” – os periféricos e laptops da Razer são primordialmente feitos para gamers – mas o celular era um sonho distante. Agora ele é uma realidade distante, e por U$ 699, o novo celular focado em jogos Razer Phone pode até ser uma boa alternativa para aqueles cansados dos celulares OLED com fundo de vidro como o iPhone X e o Galaxy S8.

“No momento existe apenas um design de telefone”, Tom Moss, vice-presidente de celulares na Razer, disse ao Gizmodo. “É uma resolução 18:9, tela OLED e sem bordas”. O novo Razer Phone é bem diferente, lembrando mais o Nexbit Robin, lançado ano passado, do que qualquer outro telefone de grandes marcas. Isso se dá porque a Razer adquiriu a Nextbit no final do ano passado pelo único proposito de fazer a empresa construir o novo Razer Phone. O primeiro modelo da Nexbit apresentava um esquema de cores mais divertido (Era verde menta! O Razer, no entanto, é preto) e um design legal. Também desconfiávamos quão útil seria a função da nuvem do Nextbit – onde ele apenas usaria apps na nuvem, os baixando quando necessário. Felizmente, o serviço de armazenamento da nuvem foi abandonado, e a recém adquirida equipe do Nextbit salvou as melhores partes do Robin para construir este novo telefone.

De acordo com Moss, a aquisição fez sentido. A Razer queria construir um celular voltado para jogos, e um pedaço do Robin, o qual chamamos de “um incrível dispositivo 1.0”, era o melhor caminho. Então, o que exatamente é um celular Android para jogos?

Para começar, é sobre o design. Com 8 mm de espessura, ele é um pouco maior que os 7.7 mm do iPhone X ou 7.5 do iPhone 8 Plus. Ele também tem um corpo todo em alumínio preto, bordas suaves e uma grande logo em sua traseira. Manter o design do Nextfit Robin também significa que as grandes bordas no topo e base frontal têm alto-falantes internos. Moss afirma que a Razer quis manter as bordas porque elas criam uma aderência natural quando se joga com o celular na horizontal. Mas dependendo de como você segura o telefone, seus dedos provavelmente cobrirão os alto-falantes.

Por dentro, o Razer Phone se enquadra no que se esperaria de um celular Android topo de linha. Ele tem um processador Qualcomm Snapdragon 835, 8 GB de RAM, e uma enorme bateria de 4.000mAh que é também uma das primeiras a incluir o Qualcomm’s Quick Charge 4+, que permite carregar a bateria de 0 a 50% em 15 minutos. Ele também tem uma câmera dupla de 12 MP na traseira e, seguindo a horrível tendência da Apple, ele não tem entrada de fone de ouvido de 3.5 mm. Apenas uma entrada USB-C para carregar – apesar que a Razer também incluirá um adaptador caso você precise usar fones normais.

A Razer ignorou o display OLED, o que faz dele uma boa alternativa ao que a Samsung está fazendo. Em vez disso o Razer Phone usa uma tela LCD de 5.72 polegadas e resolução 1440p. Moss explica que a companhia preferiu a tela LCD em vez da OLED porque existem “rastros” significantes nos displays OLED, o que significa que se você jogasse Pac-Man, você veria linhas amarelas na tela mais tarde. E por que estas “rastros” são preocupantes? Porque este telefone tem uma incrível taxa de atualização de 120Hz e precisa rodar jogos a 120 quadros por segundo. Não há tempo para permitir que um quadro fique mais do que deve. Jogos, em particular, almejam taxas de atualização maiores (e quadros por segundo que a acompanhem) porque isso significa que eles veem mais do jogo e são mais propensos a não perder um comando. Uma taxa de atualização de 120Hz é novidade em celulares, e a Razer parece estar especialmente orgulhosa de introduzir este tipo de excesso para um celular comercial.

A taxa de quadros por segundo é uma doideira!

Eu tive pouco tempo para testar o dispositivo, mas consegui abrir o contador de quadros padrão do Android Nougat 7.1.1 (O Android Oreo deve chegar ao telefone até o segundo trimestre de 2018) e abri o jogo Riptide. A taxa de quadros por segundo nunca ficou abaixo de 80.

Riptide é um dos jogos que não limita os quadros por segundo em 60. Limitar o número de quadros em jogos mobile tem sido uma prática comum, já que a maioria dos display suporta apenas 30 ou 60 quadros por segundo. A Razer afirma trabalhar com grandes desenvolvedores para o lançamento, trazendo jogos como Final Fantasy XV, Lineage 2: Revolution, Tekken e Titanfall: Assault que rodarão a 120 quadros por segundo no Razer Phone.

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Mas caso você não queira gastar toda a bateria jogando jogos nestas velocidades malucas, a Razer trouxe outra grande função dos PC: preferências. Você pode diminuir a taxa de quadros para um nível mais adequado para a bateria se desejar, e você pode até definir o limite de quadros para cada aplicativo, apenas indo nas novas configurações que a Razer criou para o Android. Assim, você pode colocar o limite de 30 quadros em apps como Twitter e Facebook e 120 para Final Fantasy XV.

Mas por mais atraente que este telefone pareça, ele ainda precisa responder algumas questões. Sobre a câmera, por exemplo. A que eu vi neste teste oferecia poucos controles, e a Razer fez quase nenhum investimento em tecnologias fotográficas. Será que a Razer pode competir com celulares da Apple, Google e Samsung, cujas companhias gastaram incontáveis horas para construir a câmera perfeita para celulares?

E estariam as pessoas além da fanbase da Razer interessadas neste telefone? Ele será vendido em lojas da Microsoft, então pode surpreender alguém, mas sejamos francos, é momento estranho para entrar no mercado de celulares. A Razer me disse repetidamente que o plano sempre foi lançar um celular, mesmo que isso signifique lançar um celular em um mercado amadurecido. A maioria das pessoas já sabe o celular que quer, e estou curiosa para saber quantas pessoas se irão se surpreender além da tela de 120Hz e a promessa de jogos.

O Android sempre ficou em segundo lugar para o iOS quando o assunto é jogos mobile. Claro, este pode acabar sendo uma ótimo celular para emuladores, ou para a a versão mobile de Final Fantasy XV, mas a Razer está pedindo muito de seus consumidores. Saberemos quão importante jogos são para donos de celular depois do lançamento do Razor Phone em 17 de novembro.

[Razer]

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