Este timelapse mostra exatamente como os corais se autodestroem

Cientistas conseguiram imagens do processo de branqueamento dos corais - é o que eles fazem para morrer, basicamente.

No começo do ano, o aquecimento recorde das águas dos oceanos ativou mortes em massa de corais na Grande Barreira de Coral, o que motivou uma pesquisa científica para estabelecer qual a causa. Agora, pela primeira vez, biólogos conseguiram capturar o processo de destruição dos corais, mostrando como eles morrem em detalhes.

Estes timelapses em movimento foram feitos apenas com uma única imagem estática
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Os corais que construíram os recifes coloridos e tropicais que conhecemos e amamos são uma simbiose complexa: um animal mole envolto em um exoesqueleto calcário infestado com plantas microscópicas chamadas zooxantelas. Essa parceria permitiu aos corais construir enormes sistemas de recifes que oferecem habitat a quase um quarto de todas as espécies marinhas. Infelizmente, o relacionamento começa a rachar, em partes por causa do comportamento estranho que os corais adotam quando ficam desconfortavelmente quentes.

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Quando a temperatura da água sobe alguns graus, os corais expulsam suas zooxantelas. Isso faz com que os animais virem fantasmas brancos – por isso esse processo é conhecido como “branqueamento” – mas o mais problemático é que isso corta a sua fonte de alimentação. Em troca do abrigo, as zooxantelas oferecem a seus hospedeiros açúcares obtidos via fotossíntese.

Se as temperaturas ficarem alta demais por muito tempo, as algas não voltam e os corais passam fome. É exatamente isso o que aconteceu na Grande Barreira de Corais, em um branqueamento recorde que fez a mortalidade crescer em até 50% ao longo da margem norte do recife.

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Para entender melhor como o branqueamento funciona, biólogos da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, colocaram o coral Heiiofungia actiniformis em um aquário, subiram a temperatura e gravaram timelapses durante oito dias usando câmeras digitais e microscópios.

Como um par de foles soltando gás verde tóxico, os vídeos mostram corais infelizes expulsando suas algas parceiras em questão de horas após a temperatura subir de 26 para 32 graus Celsius. “O que é realmente interessante é quão rápido e violentamente os corais expulsam seus simbiontes residentes,” disse Brett Lewis, um coautor do estudo publicado recentemente na Coral Reefs.

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Mas nem tudo é destruição e melancolia. Os pesquisadores acreditam que a “inflação pulsada” usada pelo H. actiniformis para expelir as algas pode ajudar o animal a sobreviver durante períodos quentes em comparação com corais que não fazem o branqueamento tão ostensivamente. Com sorte, ao continuar estudando os corais sob microscópios, os cientistas consigam apontar os mecanismos por trás das estratégias de sobrevivência do branqueamento, e descobrir como promover uma resiliência de temperaturas mais amplamente.

Vamos torcer por isso, porque o aquecimento global não dá sinais de que está diminuindo.

Abaixo, imagens da deterioração em massa de corais ao redor do mundo:

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Clique aqui para ver as imagens em tamanho ampliado.

Imagens via Brett Lewis/QUT

[Coral Reefs]

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